O diretor de cinema, dramaturgo, ator, compositor e cronista Ruy Guerra tem destaque a partir de hoje na plataforma Itaú Cultural Play, em uma mostra com quatro filmes: dois de sua autoria – Os fuzis (1963) e Os cafajestes (1962) – e duas produções que o têm como personagem: O homem que matou John Wayne (2015), de Bruno Laet e Diogo Oliveira, e Cinema de guerra – o fora do quadro (2020), também de Diogo Oliveira.

Saiba detalhes de cada filme abaixo. Ruy Guerra, um dos artistas ligados ao Cinema Novo – movimento que entre 1960 e 1970 renovou a linguagem cinematográfica no país, com uma estética marcante e crítica social –, aborda em suas produções questões políticas e morais. Leia mais na Enciclopédia Itaú Cultural de arte e cultura brasileira.

A Itaú Cultural Play é uma plataforma de streaming dedicada ao audiovisual nacional. Seu acervo conta com mais de cem filmes. Lá, você encontra, além de Ruy Guerra, obras do diretor Ugo Giorgetti, mostras com recortes regionais, animações e outros itens.

Cena de Os Fuzis, de Rui Guerra
Cena de Os fuzis, de Rui Guerra (imagem: Frame do vídeo)

Mostra Ruy Guerra na Itaú Cultural Play
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Os fuzis (1963)
Direção: Ruy Guerra
84 min

Nordeste, 1963. Um grupo de sertanejos famintos come farinha e bebe água na varanda de uma casa pobre. Enquanto isso, um grupo de soldados chega a Milagres, uma pequena cidade da caatinga. A tropa está lá para proteger de saques o armazém de alimentos de um comerciante local, que teme um levante do povo.

Por que ver? Urso de Prata no Festival de Berlim, esta obra-prima é um marco do cinema brasileiro moderno. Trágico e contundente, desconcertou crítica e público com uma história de violência, fome, desigualdade e repressão e com uma linguagem que mistura documentário e ficção de maneira inovadora e radical.

[classificação indicativa: 12 anos]

Os cafajestes (1962)
Direção: Ruy Guerra
100 min

Jandir é um malandro familiarizado com o submundo da noite carioca. Vavá é um playboy da zona nobre, preocupado com a mesada e a fortuna da família. Inimigos do batente, eles se juntam para aplicar um golpe. Seu plano é fotografar Leda, a amante do tio rico de Vavá, em cenas comprometedoras, e então vender as imagens.

Por que ver? Num período dominado por produções comerciais, em especial as chanchadas, o filme marcou época com inovações de linguagem e escândalos. Para desgosto dos censores, exibiu o primeiro nu frontal do cinema brasileiro. Formalmente, a modernidade de sua narrativa, baseada numa direção inovadora, desconcertou a crítica.

[classificação indicativa: 14 anos]

O homem que matou John Wayne (2015)
Direção: Bruno Laet e Diogo Oliveira
70 minutos

A partir de um encontro imaginário entre o cineasta Ruy Guerra e o ator americano John Wayne, o filme viaja pelas ideias e criações do diretor, responsável por obras fundamentais do cinema brasileiro. A produção reúne depoimentos de Chico Buarque, Gabriel García Márquez e Werner Herzog.

Por que ver? O filme entrelaça documentário e ficção, numa jornada poética através das ideias de Ruy Guerra, incluindo sua contribuição para a literatura, a música e o teatro. A confissão de um assassinato metafórico abre a caixa de Pandora da obra de um dos mais singulares realizadores latino-africanos de nosso tempo.

[classificação indicativa: 12 anos]

Cinema de guerra – o fora de quadro (2020)
Direção: Diogo Oliveira
3 min

Sob um palco esfumaçado, o diretor Ruy Guerra empunha uma câmera. A partir daí, teoriza a respeito do quadro cinematográfico. Para ele, a experiência do cinema acontece para além da imagem vista pelo espectador. O que está fora da tela é um espaço desconhecido, cheio de possibilidades.

Por que ver? Parceiro de trabalho de Ruy Guerra, o cineasta Diogo Oliveira homenageia o mestre captando suas ideias a respeito da linguagem audiovisual, em especial, a natureza do quadro e sua repercussão na imaginação do espectador. O curta é uma pequena aula sobre o fazer cinematográfico e a poética do autor de Os fuzis.

[livre para todos os públicos]

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