Como espécie, a humanidade deu início à uma nova era geológica, o Antropoceno. Essa ideia parte da realidade de que, pelo menos nos últimos 200 anos, o maior fator de mudança na natureza foi através da ação humana. No entanto, não é necessário ir tão distante para chegarmos à conclusão de que as mudanças tecnológicas não só estão cada vez mais rápidas, como também são capazes de interferir em nós mesmos. Diante dessa realidade, o pesquisador Anders Sandberg, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, indica questões urgentes sobre as quais teremos de refletir agora para evitar um futuro no qual não haja mais humanos no planeta Terra.

Nos vídeos abaixo – gravados no seminário A Máquina, Inteligência e Desinteligência: Utopia e Entropia à Vista, realizado no Itaú Cultural –, Sandberg discute pontos fundamentais com os quais a ciência está cada vez mais lidando. Como ele mesmo aponta, a mudança tecnológica pode vir a ser muito rápida à medida que a inteligência for aperfeiçoada, o que coloca riscos existenciais que ameaçariam a sobrevivência e o potencial da pós-humanidade. Desta forma, é necessário que façamos a escolha certa hoje, tanto de uma perspectiva prática quanto de forma filosófica. Afinal, qual é o mundo que queremos para o futuro?

Anders Sandberg é pesquisador sênior no Instituto do Futuro da Humanidade (FHI, na sigla em inglês), na Oxford Martin School, da Universidade de Oxford, com pesquisa focada no gerenciamento de riscos de alto impacto e baixa probabilidade, estimando as capacidades de tecnologias futuras. É também pesquisador associado ao Centro de Ética Prática Oxford Uehiro, ao Centro Oxford de Neuroética (ambos no Reino Unido) e ao Instituto de Estudos Futuros em Estocolmo (Suécia). Sandberg tem formação em ciência da computação, neurociência e engenharia médica. É ph.D. em neurociência computacional pela Universidade de Estocolmo, com trabalho na modelagem de redes neurais da memória humana.

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