Expedição Brasiliana: explore paisagens
O tempo passa para todos, mas não da mesma forma para cada um. Quando falamos das transformações ocorridas na paisagem, essa premissa se torna mais forte: em alguns casos 100 anos podem não ser nada, em outros casos 5 anos podem ser muito. Algumas vezes, as transformações são graduais e marcam a linha do tempo de nossa própria experiência enquanto seres humanos, mudando junto com cada um de nós.
Na Brasiliana, há muitas imagens que registram como os lugares que conhecemos hoje e em que vivemos eram no passado, dando-nos a possibilidade de perceber as transformações ocorridas e, também, conhecer estruturas ou paisagens que já não existem mais.
O centro da cidade de São Paulo retratado na pintura do artista francês Arnaud Pallière é um tanto reconhecível para aqueles familiarizados com a região, mas nem por isso as transformações são menos impressionantes. Vemos largas estradas de terra, pessoas a cavalo e um rio, a partir do qual a cidade foi estabelecida. Esse rio, o Tamanduateí, ainda existe e, embora esteja poluído e tenha sido reduzido para dar espaço às ruas, é possível vê-lo, diferentemente de outros tantos que foram soterrados com a urbanização.
Também o Rio de Janeiro sofreu grandes mudanças ao longo dos séculos e teve igualmente rios soterrados. A paisagem urbana nas imagens, produzidas no século XIX, nos mostram ruas sem asfalto e edifícios que há muito tempo deixaram de existir.
Os álbuns de fotografia, tão presentes antes da era digital, eram uma forma de as famílias recordarem o passado e contar histórias aos mais jovens. Muitos nomes de ruas, que homenageiam personalidades, cumprem função memória parecida, ao nos fazer imaginar quem teria sido aquela pessoa e qual seria sua contribuição para o coletivo e nos fazer buscar sua história.
Você já esteve em um local que mudou com o tempo? Conhece uma construção que tomou o lugar de outra, que foi demolida? Conhece uma construção que deu lugar a outro tipo de espaço? Assim como o tempo passa para nós, seres humanos, também passa para as cidades. Por isso, é fascinante encontrar pessoas mais velhas e perguntar a elas sobre o passado – há histórias sabidas e vividas por elas que não existe nem em imagens e textos, mas em um local muito valioso: suas lembranças. E quando essas lembranças são compartilhadas, passam a viver em outras pessoas também.
Para inspirar:
Candelária: um marco arquitetônico, religioso e social;
Do alto do morro: o mosteiro de São Bento;
Panorama da Cidade de São Paulo;
Ansieht Jer R Residenz in Rio Janeiro;
AVue de la Salle de Spetacle sur la Place do Rocio, à Rio de Janeiro;
As vistas do Outeiro da Glória.