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Todas as casas têm em comum o fato de serem essencialmente um abrigo, um local que nos protege da chuva e do vento – ainda que com eventuais goteiras ou janelas quebradas –, onde dormimos e trocamos de roupa… Mas, mesmo dentro desses princípios, elas têm uma diversidade imensa em sua construção! Algumas têm apenas um único cômodo, outras têm vários, algumas são altas e suspensas, outras são térreas ou com o chão de terra batido... Há as casas de quatro rodas, que são os trailers, e também barcos que são utilizados como moradia. Existem diferentes tipos de casas, e elas se relacionam com como as pessoas que moram ali vivem, com os materiais disponíveis e o entorno a que são geralmente ligados.

Na Coleção Brasiliana, que abrange aproximadamente cinco séculos em suas obras, há imagens de moradias muito diversas. Um exemplo luxuoso são as gravuras do artista Frans Post que retratam o Palácio de Friburgo, onde morou Maurício de Nassau, governador da colônia holandesa em Recife. Construído entre 1640 e 1642, esse palácio foi a primeira grande estrutura arquitetônica no Brasil, contendo nele um farol, um observatório astronômico, um zoológico e um jardim botânico. Inclusive, algumas espécies de fauna e flora reunidas ali serviram de fonte para os naturalistas George MarcGraf e Guilherme Piso publicarem a obra Historia Naturalis Brasiliae, livro que concentra todo o conhecimento sobre a natureza brasileira até então.

(imagem: divulgação)

De uma maneira muito diferente, as moradias indígenas também reúnem a natureza, tanto pela localização, próximas de rios ou dentro da floresta, quanto pelos materiais de que são feitas: madeira, folhas, sisal, barro… Cada povo inventou uma construção a seu modo, dialogando com sua maneira de viver. Há, inclusive, formas diferentes de construção: circulares, ovais, retangulares, triangulares...

E, claro, como não mencionar as palafitas – casas edificadas sobre estacas de madeira para não serem levadas pela correnteza das águas dos rios durante as cheias? Esse tipo de construção é muito antigo e existe em todo o mundo em regiões onde há muita chuva, como no norte do Brasil e no Sudeste Asiático. É uma técnica que confirma a capacidade humana de adaptação mesmo em lugares que, a princípio, apresentam grandes desafios. Esta técnica demonstra também a habilidade humana de transformar uma dificuldade em uma vantagem, pois permite aos moradores, por exemplo, fácil acesso à pesca, de onde tiram seu sustento.

(imagem: divulgação)

As moradias são feitas também pensando na temperatura do local onde são construídas, considerando se na maior parte de um ano faz muito frio ou muito calor. Exemplo disso são os iglus, feitos com blocos de neve, que criam uma espécie de isolante térmico, fazendo com que o interior fique aquecido mesmo sendo construídos em regiões extremamente geladas. Situação bem diferente é a que ocorre na maior parte das regiões do Brasil, onde a temperatura é muito alta. Inventou-se, para isso, várias soluções, como o cobogó, tijolo vazado que permite a ventilação, ou os azulejos, que resfriam os ambientes internos e as varandas, presentes tanto nas casas urbanas como nas interioranas.

Os lugares onde as pessoas moram ou os que chamam de casa acabam sendo uma espécie de extensão de quem habita neles. Contam as histórias das pessoas através de suas formas de viver. O que sua casa conta sobre você?

Para inspirar:

MOSTRA | CASAS DO BRASIL: CONEXÕES PAULISTANAS;
Vista do Recife tomada do salão do Theatro de S. Isabel;
The Spot drawing room. 30th June 1854;

Prospecto das casas da Vila de Oeiras, que se acha situada na margem setentorial do Rio Araticú, 2 léguas acima da sua foz;
Juru-Mirim no tietê;
Différentes formes de huttes des sauvages bréziliens;
Différentes formes de huttes des sauvages bréziliens;
5 descanso do Gualhabá – 5 legoas adiante (atribuído);

Pouzo em Agoa Preta huã legoa adiante de Pindamoinhangaba;
Descanso no Rio Parangava;
Sede de fazenda nos arredores do Rio de Janeiro (atribuído);
Vue d’une maison de campagne sur le Paraiba;
Vue de la Mission de St Fidèle.

Documento baixável.

Expedição Brasiliana: crie e decore fachadas (imagem: divulgação)
Veja também