Expedição Brasiliana: construa uma cidade
O que uma cidade tem de ter para ser considerada uma cidade? Alguns diriam: uma praça e uma igreja. Outros, mais exigentes, acrescentariam: um banco, ruas, calçadas e ao menos um poste de luz. Bom, o fato é que existem muitos tipos de cidades: urbanas, rurais, litorâneas, desérticas etc. E com tamanhos e estruturas diferentes. Como é a sua?
A cidade, o bairro e a rua onde vivemos e que frequentamos fazem parte de quem nós somos. Significam parte de uma origem e de uma identidade. Olhar para o espaço em que residimos – que não necessariamente é onde nascemos – é importante para o conhecimento de nossa própria história e de quem somos enquanto cidadãos, enquanto membros de uma comunidade, de um espaço.
Já parou para refletir quais lugares da cidade contam histórias sobre você? Pode ser o campo de futebol do bairro, uma grande avenida movimentada, uma viela onde as pessoas se reúnem, o poço de onde se tira água para tomar banho... As cidades e suas diferentes estruturas influenciam como se vive ali. E cada um desses locais – onde estudamos, nos divertimos, descansamos, nos alimentamos etc. – conta uma história diferente.
Dessa forma, há uma intensa interação entre as pessoas e as cidades: as cidades constroem as histórias das pessoas, e as pessoas constroem a história das cidades. Nesse sentido, entre as formas de construir a cidades, destaca-se o trabalho de organizações comunitárias. Esses espaços podem ser locais de articulação poderosos em que os munícipes se encontram para discutir sobre a situação da moradia, da saúde, da educação e da segurança, entre outros setores do viver coletivo. E, por meio de mecanismos de participação, e em comunicação com os governos, podem propor mudanças e melhorias.
Então, a cidade é também local para vivenciar práticas sociais e políticas. É interessante notar que o termo grego para “cidade”, polis, também é raiz da palavra “política”. Por isso, promover uma postura de apropriação dos espaços da cidade é importante para desenvolver cidadãos plenos em seus direitos e deveres.
Além de ser constituída de estruturas e espaços que contemplam necessidades, oferecendo serviços básicos, a cidade também pode ter espaços para atender à demanda cultural e de lazer, de sua população, como bibliotecas, parques, quadras de esportes e locais para eventos culturais (shows, feiras, performances, exposições etc.), entre outros.
Nas imagens da Coleção Brasiliana, quando as cidades não são o assunto do próprio registro visual, elas são palco dos fatos, cenas e personagens eternizados pelos artistas. Nela, encontramos registros de áreas urbanas e rurais de regiões bem diferentes: de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Salvador, Recife e Olinda. Vemos paisagens bem diversas: aquedutos, ruas, fortes, palácios e também florestas, campos, rios, cachoeiras...
Ao observar essas imagens, podemos dizer que vemos a nós mesmos, pois somos parte dos entornos que nos abrigaram durante nossa vida e que, em conjunto com uma série de experiências, constituem nossa identidade.
Para inspirar:
Plans et élévations de deux petites maisons, l’unne de ville et l’autre de campagne;
Plans et élévations de deux grandes maisons, l’une de ville et l´autre de campagne;
Les aqueducs a Rio de Janeiro;
The Palace;
L’Aqueduc Depuis la Rue de Matta Cavallos;
Theatro Imperial. Theatre;
Fontaine du Campo Depuis l’Eglise de St. Anne;
Palais Depuis le Débarcadère;
Escola Militar;
Paço Imperial;
Club Fluminense Praça da Constituição;
Ansieht Jer R Residenz in Rio Janeiro;
Rua do Crespo;
Bolsa de Pernambuco;
Chafariz da Carioca e Convento de S. Antônio.