Novos filmes chegam à Itaú Cultural Play em maio
A partir do dia 6 de maio, a plataforma de streaming Itaú Cultural Play recebe a mostra Imagens do trabalho e novos filmes na mostra Todos os gêneros. Acesse itauculturalplay.com.br ou o aplicativo para mobile, faça seu cadastro gratuito e aproveite!
Em Imagens do trabalho, cinco filmes trazem questões relacionadas ao universo do trabalho, suas personagens e contradições. Assunto caro ao cinema brasileiro, a temática do trabalho inspirou algumas de nossas obras-primas e, até hoje, segue instigando a imaginação de novos realizadores.
Dois novos filmes passam a integrar a curadoria Todos os gêneros na Itaú Cultural Play, que conta com o melhor da produção audiovisual LGBTQI+. Todos os gêneros é uma mostra de arte e diversidade realizada pelo Itaú Cultural (IC) desde 2013. Identidade, sexualidade, corpo e afetividade são os temas da sua programação, que promove debates, apresentações artísticas e uma curadoria especial na plataforma de streaming. Nela, você encontra filmes nos quais o olhar que celebra as diferenças é também o que abre novas perspectivas para o audiovisual brasileiro.
Mostra Imagens do trabalho
- A dupla jornada (1975), de Helena Solberg
[classificação indicativa: 12 anos]
Fábricas do México e da Argentina e minas da Bolívia e da Venezuela são o cenário deste documentário fundamental no debate sobre a situação da mulher pobre no continente latino-americano e que investiga a condição da mulher operária na América Latina. Por meio do depoimento de diferentes trabalhadoras, o filme se debruça sobre os problemas do desemprego, da violência doméstica e da segregação de gênero nos anos 1970.
- Eles não usam black-tie (1981), de Leon Hirszman
[classificação indicativa: 14 anos]
Tião e o pai, o militante Otávio, trabalham em uma fábrica. Ao saber que sua namorada está grávida, o jovem anuncia o noivado à família. Paralelamente, operários decidem fazer uma greve, à qual o pai adere, mas o rapaz resolve não participar, e sua escolha gera um conflito familiar. A obra é uma adaptação da famosa peça de Gianfrancesco Guarnieri e recebeu dois prêmios no Festival de Veneza. Considerada um clássico do cinema político brasileiro, é protagonizada por um grande elenco, no qual se destacam Fernanda Montenegro e o próprio Guarnieri. A direção musical é do arranjador, compositor e pianista Radamés Gnattali.
- Conterrâneos velhos de guerra (1990), de Vladimir Carvalho
[livre para todos os públicos]
A construção de Brasília é um marco da história do Brasil. Projeto faraônico que assinala o desejo de modernidade de uma nação, é até hoje objeto de polêmica. O documentário trata das condições de trabalho dos operários que ergueram a cidade – no geral, migrantes vindos de diversas regiões do país, em especial do Nordeste. Com narração do grande ator Othon Bastos, o filme reúne imagens de arquivo raríssimas, depoimentos dos criadores da capital, como os arquitetos Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, e entrevistas com os trabalhadores que participaram da sua construção.
- Pela janela (2017), de Caroline Leone
[classificação indicativa: 10 anos]
Com 65 anos, moradora da periferia de São Paulo e com uma vida dedicada a uma fábrica de reatores, Rosália vê sua realidade desabar ao ser demitida. Seu irmão José propõe uma viagem de carro até Buenos Aires, para tirá-la da depressão. Nessa encruzilhada, uma infinidade de novas jornadas se abre. A obra é um delicado e tocante retrato sobre ser mulher de classe média-baixa na terceira idade. Discute como a rejeição pela sociedade invisibiliza grupos sociais e o impacto na vida das pessoas. Primeiro longa-metragem da diretora e montadora Caroline Leone, que também assina o roteiro, conta com Magali Biff, conhecida pela sua carreira no teatro, em estreia como protagonista no cinema, aos 62 anos. O filme foi premiado pela crítica no Festival de Roterdã.
- Arábia (2017), de Affonso Uchôa e João Dumans
[classificação indicativa: 16 anos]
André é um jovem que mora com o irmão mais novo em Ouro Preto (MG). Seus pais mantêm uma relação distante com eles, e André é responsável pelo cuidado com o irmão, que tem problemas de saúde. Certo dia, eles recebem a visita de Marcia, uma tia cuidadosa e enfermeira em Ouro Preto. Após um acidente em uma fábrica local, Marcia pede a André que vá até a casa do operário para recolher alguns pertences pessoais. O jovem encontra um caderno de memórias que revela a história de um operário quase invisível na cidade, Cristiano. Premiado no Festival de Brasília, o filme nos conduz de maneira sóbria e poética pelo universo de uma personagem anônima que registra sua vida num caderno. Por meio de sua narrativa, esse operário se transforma em sujeito de sua própria história. O longa é uma crítica contundente a um Brasil desenvolvimentista.
Mostra Todos os gêneros
- Corpo elétrico (2017), de Marcelo Caetano
[classificação indicativa: 16 anos]
Elias é um jovem paraibano e trabalha como assistente numa confecção em São Paulo. Sua vida se divide entre as responsabilidades que tem na fábrica e o tempo livre desfrutado com seus colegas, entre cervejas e diferentes amores. Numa noite, novas possibilidades de encontro surgem no seu horizonte. Por trás da abordagem despojada da rotina de jovens trabalhadores e da cultura gay de São Paulo, desponta uma celebração poética do corpo e de suas potencialidades de transformação. Estreia do diretor Marcelo Caetano no longa-metragem, a obra foi premiada em diversos festivais internacionais, entre eles o Queer Lisboa.
- Inferninho (2018), de Guto Parente e Pedro Diógenes
[classificação indicativa: 12 anos]
Deusimar é a dona do bar Inferninho, onde se passa toda a história do filme. Ela pensa em partir para um lugar distante, deixando tudo para trás. Certo dia, chega ao local o marinheiro Jarbas, por quem Deusimar se apaixona. A partir daí, o cotidiano dos funcionários e dos frequentadores do bar é radicalmente transformado. Premiado no festival Queer Lisboa, o longa da dupla de realizadores cearenses Guto Parente e Pedro Diógenes trabalha com as linguagens do cinema e do teatro. Feito em parceria com o Grupo Bagaceira de Teatro, traz o cenário do bar como um lugar de refúgio, onde as pessoas podem viver suas fantasias e ser quem realmente são.