por André Bernardo
Entrar para a Academia Brasileira de Letras (ABL), vestir o fardão de ramos de café bordados com fios de ouro e tomar o tradicional chá das quintas-feiras, com direito a bolo, suspiros e biscoitos, entre outros quitutes saborosos, nunca foi um sonho de Rachel de Queiroz (1910-2003). Como todo artista, a escritora, jornalista e tradutora cearense desejava, sim, ser conhecida e famosa. Mas, “talvez por preguiça ou indisciplina”, como ela própria admite em Tantos Anos (1998), escrito em parceria com a irmã Maria Luíza de Queiroz (1926-2016), nunca participou de nenhum clube literário.
O fato de não frequentar confrarias desse gênero, porém, não a impedia de ter amigos literatos. Pelo contrário. “Sempre os tive e de preferência a quaisquer outros”, explica em sua autobiografia. E foram eles, seus amigos literatos, como Adonias Filho (1915-1990), Otávio de Faria (1908-1980) e Afonso Arinos de Melo Franco (1905-1990), que a convenceram a ingressar na instituição fundada por Machado de Assis (1839-1908), entre outros nomes, em 20 de julho de 1897.
Tudo começou quando Álvaro Moreyra (1888-1964) morreu e deixou vaga a cadeira 21. Logo, Rachel, Otávio e Afonso, inseparáveis, confabularam entre si e decidiram que, se dependesse deles, Adonias Filho seria o próximo imortal. Até pedir votos para Jorge Amado (1912-2001), Afrânio Coutinho (1911-2000) e “os demais baianos da Casa”, os três pediram. Valeu a pena. No dia 14 de janeiro de 1965, Adonias foi eleito, “com boa votação”, sublinha a escritora.
Quando Levi Carneiro (1882-1971) morreu, Rachel, Adonias e Afonso resolveram lançar a candidatura de Otávio de Faria. “Foi meio difícil porque Otávio não ajudava, se escondia, ia para Petrópolis nos dias cruciais. Mas vencemos também”, relata, orgulhosa. Uma vez lá dentro, Adonias e Otávio consideravam “uma espécie de traição” terem deixado Rachel do lado de fora. Quando tocavam no assunto, a autora de O Quinze (1930), Dora, Doralina (1975) e Memorial de Maria Moura (1992), entre outros romances, desconversava: mulher não pode entrar para a academia. E não podia mesmo.
“A ABL ainda é um ambiente resistente à presença feminina”, afirma Michele Asmar Fanini, doutora em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP) e autora da tese Fardos e Fardões: Mulheres na Academia Brasileira de Letras (1897-2003). “Durante seus primeiros 80 anos de existência, tornar-se ‘imortal’ correspondia a uma prerrogativa exclusivamente masculina. No entanto, tratava-se de um impedimento tácito, apenas incorporado oficialmente ao regimento interno no ano de 1951. Entre 1951 e 1976, a possibilidade de candidatura ficou oficialmente restrita aos ‘brasileiros do sexo masculino’. Tal interdição foi suspensa apenas em 1976, antes de Rachel de Queiroz propor candidatura.”
O que Adonias e Otávio fizeram? Batalharam pela mudança do regulamento. Alguns acadêmicos apoiaram a iniciativa. Outros, como o então presidente, Austregésilo de Ataíde (1898-1993), não. Avessa a contendas, Rachel preferiu refugiar-se com o marido, o médico Oyama de Macedo, na Fazenda Não Me Deixes, no município de Quixadá, a 167 quilômetros de Fortaleza. “Se eu entrar para a Academia, será como escritora que sou, e não por ser mulher”, declarou ao jornal O Globo, na edição de 27 de fevereiro de 1977. “Em matéria de arte, não acredito em mulher ou homem: creio em criatura, pessoa.”
Ao regressar ao Rio de Janeiro, uma semana antes do tão esperado pleito, Rachel disputou a cadeira 5 com Pontes de Miranda (1892-1979). Eleita no dia 4 de agosto de 1977, por 23 votos a 15, tornou-se a primeira mulher a ingressar na ABL. Foi também a primeira a receber, em 1993, o Camões, o maior prêmio em língua portuguesa. “Uma vez na Academia, senti-me muito bem. Desapareceram os opositores, só encontrei carinho e fraternidade”, afirma Rachel de Queiroz em Tantos Anos.
Barradas na academia
Dois anos e 11 meses depois, Dinah Silveira de Queiroz (1911-1982) seguiu seus passos. Casada com um primo de Rachel, Narcélio, a autora de Floradas na Serra (1939) e A Muralha (1954), entre outros títulos, tornou-se a segunda mulher a entrar para a academia. Na ocasião, derrotou Gustavo Capanema (1900-1985) pelo mesmo placar de Rachel: 23 a 15. Se Rachel nunca demonstrou interesse pela instituição, o mesmo não se pode dizer de Dinah. Tornar-se imortal era um de seus sonhos. Tanto que, em julho de 1970, ela cumpriu os dois protocolos exigidos pela casa: entregar uma carta oficializando sua inscrição como candidata e disponibilizar suas obras para consulta dos acadêmicos. De nada adiantou. Um ano depois, tentou novamente. E, em 1979, mais uma vez. Em vão.
Dinah Silveira de Queiroz, porém, não foi a primeira a pleitear uma vaga na ABL. Muito tempo antes dela, Amélia de Freitas Beviláqua (1860-1946) tentara a sorte. Talento não lhe faltava. Pioneira na luta pelos direitos das mulheres no Brasil, era jornalista e escritora. Em maio de 1930, Amélia escreveu uma carta ao então presidente da instituição, Aloísio de Castro (1881-1959), propondo sua candidatura. Em resposta, teve de ouvir que apenas “brasileiros que tenham, em qualquer dos gêneros de literatura, publicado obras de reconhecido mérito ou, fora desses gêneros, livro de valor literário”, conforme o artigo 30 do regimento interno, poderiam concorrer a uma de suas cadeiras. Em outras palavras: o vocábulo “brasileiros” restringia suas vagas apenas a candidatos do sexo masculino.
Inconformado com a justificativa, o marido de Amélia, Clóvis Beviláqua (1859-1944), tentou argumentar: “Hominis appellatione tam foeminam quam masculum contineri non dubitatur”, respondera, em latim (“O substantivo homem compreende tanto homens quanto mulheres”, em livre tradução). Nada feito. Reza a lenda que, de tão desgostoso que ficou, Clóvis nunca mais pôs os pés no Petit Trianon: “Lá fora, deixo meu chapéu e minha bengala. Onde minha mulher não pode entrar, eu também não entrarei!”.
“Amélia Beviláqua, por sua vez, se empenhou em conferir visibilidade à arbitrária manobra por meio da publicação, também em 1930, de A Academia Brasileira de Letras e Amélia de Freitas Beviláqua: Documentos Histórico-Literários. O volume exprime o posicionamento da escritora ante a sua inadmissão, além de trazer uma compilação de discursos e artigos sobre o veto veiculados pela imprensa da época. A publicação buscou livrar o episódio, ao menos em parte, do esquecimento coletivo”, observa a socióloga Michele. “Não fosse sua iniciativa, dele não restariam mais do que silêncios. Seu nome nem sequer chegou a ser registrado como postulante nos autos da instituição.”
Cadeira 41
Um dos mais notórios casos de “ausência institucional” produzida pela barreira do gênero na ABL, porém, aconteceu na segunda metade do século XIX. Considerada uma das primeiras romancistas do Brasil, Júlia Lopes de Almeida (1862-1934) ajudou a fundar a instituição. Chegou a participar, ao lado do marido, o português Filinto de Almeida (1857-1945), das reuniões que levariam à criação da ABL. Mas, por ser mulher, não conseguiu ocupar nenhuma de suas 40 cadeiras. Pior: por sugestão de Lúcio de Mendonça (1854-1909), um dos idealizadores da casa, seu nome foi cotado para fazer parte de seu quadro de fundadores, mas os demais acadêmicos rejeitaram a indicação. Conclusão: a cadeira que, por direito, deveria ser de Júlia foi cedida ao marido, “como uma espécie de prêmio de consolação”, assinala o escritor Luiz Ruffato. “Não era eu quem devia estar lá. Era ela”, desabafou o próprio Filinto de Almeida em entrevista a João do Rio, em 1905.
“Em uma época em que as mulheres enfrentavam inúmeros obstáculos para fazer da escrita um ofício e obter prestígio como produtoras de conhecimento, Júlia Lopes de Almeida conseguiu se profissionalizar como escritora e construir uma carreira literária longeva e bem-sucedida”, destaca Michele. Por uma dessas ironias do destino, Júlia só pôde ingressar na ABL em 2010, quando seu neto, Cláudio Lopes de Almeida, doou o arquivo da avó para a instituição que a rejeitara. Em julho de 2017, durante as comemorações dos 120 anos da ABL, Júlia foi homenageada com uma das quatro palestras que compuseram o ciclo que levou o simbólico título de Cadeira 41. A academia, como se sabe, é constituída por 40 membros, efetivos e perpétuos.
O nome de Júlia não foi o único a ser lembrado nesse ciclo de palestras, sobre os escritores que poderiam ter entrado para a ABL, mas, por diferentes motivos, não entraram. Naquele ano, Nádia Battella Gotlib encerrou o evento, palestrando sobre Clarice Lispector (1920-1977). No recém-lançado Todas as Cartas, a mais completa edição de sua correspondência, a escritora ucraniana naturalizada brasileira admite, em bilhete escrito para Lygia Fagundes Telles, em 1977: “Quero dizer que, apesar do grande respeito que tenho pela Academia, eu jamais aceitaria entrar nela”. “Em uma conversa com Lygia, Clarice manifestou seu desinteresse pela instituição: ‘A gente dá um espirro, já pensam que estamos morrendo e querem a nossa vaga’”, relata Michele.
Clube do Bolinha
Oitenta anos. Esse foi o tempo que a Academia Brasileira de Letras levou até eleger sua primeira mulher. Quando lançou seu primeiro romance, O Quinze (1930), aos 19 anos, Rachel de Queiroz precisou enfrentar a desconfiança de críticos e escritores. Graciliano Ramos (1892-1953) foi um deles. O autor de São Bernardo (1934), Vidas Secas (1938) e Memórias do Cárcere (1953), entre outros títulos, não acreditou que uma “garota” pudesse escrever um romance daqueles e, principalmente, ganhar um prêmio como o da Fundação Graça Aranha, em 1931. “Seria realmente de uma mulher? Não acreditei. Lido o volume e visto o retrato no jornal, balancei a cabeça. Não há ninguém com esse nome. É pilhéria! Uma garota assim fazer romance! Deve ser pseudônimo de sujeito barbado”, desdenhou.
Se Rachel de Queiroz realizou o feito de ser a primeira mulher a ingressar na ABL, Nélida Piñon conquistou a façanha de ser a primeira a presidi-la. E mais: no ano do centenário da instituição, em 1997. Candidata única ao cargo, teve votos de 38 dos 39 acadêmicos – 21 votaram por carta. A única que, curiosamente, não votou nela foi Rachel: uma crise de labirintite a impediu de comparecer à votação. Se dependesse de Rachel, o presidente da ABL no ano de seu centenário teria sido José Sarney. "Minha eleição é o reconhecimento da competência e da dignidade da mulher", declarou Nélida ao jornal Folha de S.Paulo de 6 de dezembro de 1996. “Não podemos esquecer que somos dois sexos no mundo: é preciso repartir a terra entre todos.” No dia de sua posse, Nélida trocou o famoso fardão por um tailleur de crepe vermelho com botões dourados.
Ocupante da cadeira 30, Nélida conheceu Rachel em 1954, quando tinha 17 anos. Um vizinho cearense lhe pediu os originais de Guia Mapa de Gabriel Arcanjo (1961), seu livro de estreia, para mostrar à conterrânea famosa. Dias depois, Nélida recebeu um telefonema. Do outro lado da linha, Rachel agendava um encontro. Queria conhecê-la pessoalmente e parabenizá-la pelo manuscrito. O encontro se deu na casa de Rachel na Rua Cândido Mendes, no bairro da Glória, no Rio de Janeiro, onde morou por 14 anos. Mal pôs os pés no apartamento, Nélida foi saudada com um caloroso: “Oi, minha flor!”.
Do encontro ficou a lembrança de uma recomendação de Rachel: “Seu livro é um baú de joias. Algumas são legítimas; outras falsas. Você vai ter que aprender a separar umas das outras”. Ao chegar em casa, Nélida desabou em lágrimas. “O que houve, minha filha?”, quis saber sua mãe, Olívia. “Ela foi dura? Cruel?” “Não me aborreci. Pelo contrário. Fiquei agradecidíssima”, confessa Nélida. “Até hoje, refaço meus textos sete, oito vezes. Quando ela tomou posse, em 1977, mandei flores. ‘Por que você não me procurou mais?’, ela quis saber. Viramos amigas”, relata Nélida por telefone.
Quem também teve a felicidade de conhecer Rachel foi Ana Maria Machado. Em 2011, 14 anos depois de Nélida, Ana Maria tomou posse na presidência da ABL. Eleita por unanimidade, foi a segunda mulher a assumir o cargo nos 114 anos da instituição. “Não cheguei a conviver com Rachel no âmbito da academia. Mesmo durante minha campanha pela eleição, não a encontrei. Ela já estava muito recolhida em casa, protegida por uma muralha familiar que fazia barreira, e não me recebeu nem falou comigo ao telefone. Aliás, nem votou em mim. Não cheguei a ter a honra de contar com um voto dela em minha entrada para a ABL”, relata a ocupante da cadeira 1.
Foi Orígenes Lessa (1903-1986) que, no ano de sua morte, organizou uma feira literária na biblioteca de sua cidade natal, Lençóis Paulista (SP), e convidou as duas para participarem de uma caravana de escritores. Na ocasião, Rachel e Ana Maria dividiram o mesmo quarto de hotel e, apesar da diferença de idade, passaram a noite em claro, conversando sem parar e rindo muito. “Nós nos demos muito bem e nos divertimos muito. Comoveu-me a curiosidade dela pelas miudezas do cotidiano feminino da minha geração – desde comportamento em paqueras até detalhes da roupa de baixo. Perguntava tudo, sem qualquer falso pudor. Dizia que podia um dia querer usar as informações em um personagem e não tinha oportunidade de conviver com moças em situação de intimidade”, relata Ana Maria. “Nossa conversa madrugada adentro é a lembrança mais forte que tenho dela.”
Quem também gostava de bater longos papos com Rachel de Queiroz era Maria Amélia Mello. Editora da José Olympio entre 1985 e 2016, ela conta que tudo começou no início dos anos 1970, quando, estudante de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), foi até a casa da escritora, na Rua Rita Ludolf, no Leblon, entrevistá-la para o Jornal das Letras. “Gostei muito dela e ela de mim. A empatia foi imediata”, recorda. Com o passar do tempo, voltou outras vezes. Sempre aos sábados à tarde, conta. Sentada sempre na mesma poltrona, Rachel gostava de contar histórias. Logo, Maria Amélia descobriu algumas de suas particularidades, como dormir em rede, torcer pelo Vasco e beber uísque. “Dizia que não gostava de escrever, que era preguiçosa. Só escrevia por necessidade. Depois que entregava um original, não lia mais uma linha sequer do que escrevera”, recorda a editora, hoje à frente da Autêntica.
Quinteto fantástico
Ao longo de seus 123 anos de existência, a ABL só elegeu oito mulheres, incluindo Rachel: Dinah Silveira de Queiroz (1980), Lygia Fagundes Telles (1985), Nélida Piñon (1989), Zélia Gattai (2001), Ana Maria Machado (2003), Cleonice Berardinelli (2009) e Rosiska Darcy de Oliveira (2013). Atualmente, apenas cinco dos 40 acadêmicos, o que corresponde a 12,5% do total, são do sexo feminino. Quando indagada sobre por que, ainda hoje, há tão poucas mulheres na instituição, Ana Maria Machado responde: “As explicações são muitas. Mas, talvez, possamos resumi-las no fato de que a nossa sociedade é estrutural e institucionalmente misógina. E as instituições refletem esse arcabouço. Expressando essa misoginia, durante muito tempo, os membros mais retrógrados da ABL usaram falsamente o argumento da gramática para acobertar seus preconceitos”.
A jornalista e escritora carioca Rosiska Darcy de Oliveira concorda em gênero, número e grau. Ocupante da cadeira 10, afirma que “o preconceito que proibia a entrada de mulheres na academia foi derrubado, mas não desapareceu. É um sentimento tenaz e resistente”, acrescenta. “Acredito que, nas próximas eleições, as mulheres terão mais chances do que antes e, assim, cada vez mais. A ABL é uma instituição de excelência. As mulheres precisam acreditar na própria excelência, assumir o risco de se candidatar e estar prontas para ganhar ou perder. É assim em toda eleição. Essa desproporção entre homens e mulheres vai ceder.”
Não será assim tão fácil. Em agosto de 2018, Conceição Evaristo bem que tentou, mas não conseguiu se eleger. Ela concorreu à cadeira 7, mas só obteve um voto. Pedro Corrêa do Lago recebeu 11 votos e Cacá Diegues, eleito o mais novo imortal, 22. De nada adiantaram, entre outras iniciativas, o "tuitaço" usando a hashtag #ConceiçãoEvaristonaABL e uma petição on-line com 25 mil assinaturas. Se tivesse conseguido se eleger, Conceição seria a primeira mulher negra a se tornar uma imortal da ABL.
Segundo alguns acadêmicos, Conceição não recebeu mais votos porque não seguiu os trâmites da casa. “Faltou a ela se apresentar”, explica o acadêmico Domício Proença Filho, o único negro da ABL, ao jornal Folha de S.Paulo de 30 de agosto de 2018. “É como se eu dissesse que quero entrar para o Flamengo sem pagar a inscrição.” Nélida Piñon assina embaixo. “Eu nunca recebi um telegrama dela. O que quer dizer que eu não sabia que ela ia se candidatar”, corroborou a autora ao programa Roda Viva de 2 de novembro de 2020. “Ela teria que ter visitado os acadêmicos. Não se esqueçam de que a relação que você vai estabelecer é para sempre, não há divórcio na academia.”
Doutora em letras pela Universidade de Sorbonne, em Paris, e uma das organizadoras do livro Entre Livros e Discursos: a Trajetória das Mulheres na Academia Brasileira de Letras (2018), Maria Regina Barcelos Bettiol afirma que seria pouco delicado falar em injustiças porque muitos escritores talentosos, como Júlia de Almeida, mereciam ser eleitos para a ABL. Uma mulher, pondera, deve ser eleita não apenas por ser mulher, mas por ser escritora. “Na minha modesta opinião, seria interessante a ABL ‘modernizar’ seu estatuto, escrito no século XIX. A instituição precisa evoluir com a sociedade. Talvez a ABL possa abrir um espaço para que, na lista de candidatos, passe a constar também os nomes de escritores indicados pelo voto popular ou pelas universidades. É uma questão de diálogo entre a sociedade e a academia”, propõe Maria Regina, antes de concluir: “Nos próximos anos, creio, as mulheres conquistarão mais lugares na ABL. Rachel e seu pequeno grupo de acadêmicas foram as primeiras, mas não serão as últimas”.