Despedida – 27/8/2008

Visionário, Olavo Setubal marcou não só a economia e o setor empresarial do país, à frente de um dos mais bem-sucedidos conglomerados financeiros, mas também a cultura brasileira.

Apaixonado por arte, foi decisivo na constituição de um importante acervo privado, que hoje possui mais de 3,6 mil obras.

Também como prova de sua visão pioneira, na década de 1980, compreendeu que a cultura precisava de uma gestão mais estratégica por parte da iniciativa privada e que era necessário criar instituições com missão própria, identidade e foco. Assim idealizou e fundou o Instituto Itaú Cultural, em 1987.

Percebeu, ainda no final dos anos 1980, o potencial que a linguagem digital poderia alcançar. Encampou a criação de um banco de dados informatizado sobre a arte brasileira, com a digitalização de obras desde a missão francesa no Império, no século XIX. A iniciativa tornou-se a  Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais  que disponibiliza na internet para quase 500 mil pessoas por mês mais de 12 mil obras e quase 3 mil biografias de artistas brasileiros.

Olavo Setubal também sinalizou a importância da linguagem audiovisual como ferramenta de ensino. Nos primeiros anos do Itaú Cultural, idealizou o Panorama Histórico Brasileiro – série de documentários sobre períodos marcantes da história do país –, distribuído gratuitamente a escolas e bibliotecas de todas as regiões do Brasil.

Olavo Setubal apostou na cultura como dimensão central para o crescimento da sociedade brasileira e deixa como legado ao país este instituto. Com o pesar de sua passagem, nós, do Itaú Cultural, nos despedimos sabendo que nossas ações eternizam sua marca pioneira e cotidianamente reafirmam sua visão nobre da cultura como ferramenta poderosa para o exercício da cidadania.

Milú Villela

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