Desde 19 de abril de 1943, o Brasil comemora, todos os anos, o Dia do Índio. Em 21 do mesmo mês se festeja a data em que o país tentou se libertar da colonização portuguesa, por meio da Inconfidência Mineira marcada, nesse dia de 1792, pelo enforcamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Já a efeméride do 22 de abril assinala oficialmente o dia em que a Coroa Portuguesa anunciou o descobrimento das terras brasileiras, em 1500. Entre as obras e moedas expostas no Espaço Olavo Setubal – Coleção Brasiliana Itaú, em dois andares da sede do Itaú Cultural, encontram-se registros sobre estas datas e muito mais. O lugar reúne um dos mais completos acervos da produção artística desde o descobrimento até o início do século XX, em um percurso onde a arte relata a nossa história.

O módulo O Brasil Desconhecido apresenta, por exemplo, os primeiros desenhos que buscaram dar forma aos índios e segue pela documentação gerada até o século XVI. Muitos dos registros iniciais revelam traços mais próximos ao renascentismo e, por isso, com distorções sobre seus tipos físicos e costumes. Por outro lado, no núcleo O Brasil dos Naturalistas se vê os rostos desses primeiros habitantes brasileiros, como de fato eram, e as paisagens que os cercavam, com a sua flora e fauna desenhando paisagens deslumbrantes.

Estas impressões descritas pelos estrangeiros, que chegaram alguns anos depois do descobrimento, podem ser conferidas em alguns dos mais expressivos álbuns de gravuras, como o de Rugendas e Debret. As mais famosas e completas expedições científicas, que resultaram em publicações e compõem parte deste acervo em exposição são as dos naturalistas Spix e Martius, e do Príncipe Maximilian da Áustria, verdadeiros inventários da natureza brasileira.

Dos primeiros pintores europeus trazidos por Maurício de Nassau – Frans Post e Albert Eckhout –, o Espaço Olavo Setubal apresenta obras originais, além de importantes gravuras a partir de seus desenhos. O período seguinte – em que o Brasil permaneceu oculto pelo governo português por 150 anos, até a chegada de D. João VI – revela muitos artistas anônimos, com exceção de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, de quem o museu possui a obra Nossa Senhora das Dores (1791 a 1810). Foi a época de grandes moedas que marcaram a prosperidade levada a Portugal pelo ouro de Minas Gerais, e também o tempo dos escritos deixados pelos poetas inconfidentes. De Tiradentes, propriamente dito, encontra-se um documento contábil assinado por ele.

Descobrimento e primeiros registros

Os principais registros sobre o descobrimento do país, se encontram nos mapas deixados pelos cartógrafos da época. Importante documento é O Grande Atlas Blaeu, de 1667, que compreende 598 mapas e foi produzido por Joannes Blaeu, um dos maiores especialistas em cartografia do século XVII.

Além de Povoado numa planície arborizada, de Post são apresentadas suas ilustrações para o relato conhecido hoje como Barleus (de Gaspar Barleus), um dos livros ilustrados europeus mais luxuosos do século XVII, e o primeiro a publicar imagens do Brasil. Por quase dois séculos, foi o mais preciso e completo texto a respeito do país, e é considerado a mais importante obra ilustrada do período. Algumas gravuras foram retiradas do livro, sem prejuízo da encadernação, e são apresentadas nas paredes, acompanhadas de vídeos com as pinturas de Frans Post permitindo fazer uma comparação entre as imagens.

Há, ainda, publicações do Brasil de grande valor histórico realizadas por exploradores franceses e holandeses. Destacam-se entre esses, outros autores como Piso e Marcgraf, Jean de Léry, Claude d’Abbevile, Andre Thevet e Jean le Prest.  

Ao todo, estão expostas no Espaço Olavo Setubal 1,3 mil obras, selecionadas curatorialmente entre os destaques das duas coleções do Itaú em um recorte dos cerca de 10 mil itens reunidos somente nestes dois conjuntos. Elas retratam o país desde a chegada dos colonizadores e percorrem cinco séculos de história. Os dois andares que abrigam este espaço foram reestruturados com projeto especial de Daniela Thomas e Felipe Tassara para expor as obras da coleção. A curadoria da Brasiliana é de Pedro Corrêa do Lago e a de Numismática de Vagner Porto. “Com esta iniciativa, o Itaú traz a público de forma definitiva um dos acervos de

 

    QUANTIDADE DE PEÇAS POR TIPO NO ESPAÇO OLAVO SETUBAL


Brasiliana: 969

Pinturas: 12

Tridimensionais: 16

Desenhos, aquarelas e temperas: 30

Gravuras: 693

Mapas/Cartografia: 16

 

Numismática: 395

Moedas: 281

Medalhas 96

Condecorações: 10 condecorações

6 barras de ouro

2 objetos

 

Manuscritos literatura: 7

Documentos: 76

Periódicos: 5

Livros: 98

Caricaturas: 16


 

SERVIÇO

Espaço Olavo Setubal – Coleção Brasiliana Itaú

De terça-feira a sexta-feira, das 9h às 20h

Sábados, domingos, feriados e véspera de feriados, das 11h às 20h

Faixa etária: livre

4º e 5º andares

Acesso para deficientes físicos

Ar condicionado

Estacionamento com manobrista: R$ 14 uma hora;

R$ 6 a segunda hora;

mais R$ 4 p/ hora adicional

Estacionamento gratuito para bicicletas

Acesso para deficientes físicos

Ar condicionado

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