por Cristiane Batista

Evoé! O grito de saudação a Dionísio, a Baco, à alegria do bem viver, à natureza, à libido e ao teatro ganha o coro de toda a classe artística brasileira neste 30 de março, dia em que José Celso Martinez Corrêa completa 85 anos. Enquanto se prepara para comemorar a data da maneira que mais gosta, em cena, com uma nova montagem de Esperando Godot, o diretor, autor e ator recebe os vivas de seus pares, companheiros de palco e vida, que celebram passagens de uma história que se confunde com a do teatro brasileiro.

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Em 2009, Zé Celso foi homenageado no programa Ocupação

Homem idoso, de cabelos brancos, aparece de braços abertos, sorrindo. Ele usa uma camiseta vermelha e um colar amarelo de miçangas.
José Celso Martinez Corrêa faz 85 anos nesta quarta-feira, 30 de março de 2022 (imagem: Jennifer Glass)

Fã de Di Cavalcanti, Oscarito, Grande Otelo, Machado de Assis, ópera, vinho, maconha e guaraná em pó, José Celso Martinez Corrêa, ou simplesmente Zé Celso, nasceu em Araraquara, interior de São Paulo, em 1937. Escreveu sua primeira peça, Vento forte para papagaio subir, ainda criança. O texto fala da necessidade de ir embora, de voar rumo à liberdade – ventos que o levaram a São Paulo, onde se estabeleceu e fundou a Companhia Teatro Oficina, em 1958, ao lado de Amir Haddad, Carlos Queiroz Telles, Jairo Arco e Flecha, Moracy do Val e Renato Borghi, à época estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.

Hoje Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona, a companhia tem cerca de 60 integrantes fixos e segue com seu trabalho, sendo a mais longeva do Brasil – encenou mais de 70 obras dos mais relevantes autores da dramaturgia brasileira e mundial. Em sua sede – na Rua Jaceguai, 520, no bairro do Bixiga, em São Paulo –, em caravanas pelo país e pelo mundo – Alemanha, Bélgica, França, Itália e Rússia – ou em todos eles, on-line, transcendendo qualquer tentativa de limite que a vida (nunca a arte) possa impor.

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Cena de "Para dar um fim no juízo de Deus", montagem do Teatro Oficina baseada em texto do dramaturgo Antonin Artaud (imagem: divulgação)

Espetáculos como Hamlet (William Shakespeare, 1993), Bacantes (Eurípedes, 1996), Pra dar um fim no juízo de Deus (Antonin Artaud, 1996), Cacilda!, Cacilda!!, Cacilda!!!, Cacilda!!!!! (criação da companhia, em cartaz desde 1999, com muitas versões em homenagem à atriz Cacilda Becker, que batizou o teatro com uma garrafa de champanhe quebrada no cimento), e Os sertões (Euclides da Cunha, desde 2001), por exemplo, seguem no imaginário de quem viu as produções e montagens, e participou delas. Nas coxias, no palco e na vida, sempre o mesmo DNA: uma linguagem de vanguarda, livre como a pipa (no céu).

“O encontro é a coisa mais subversiva que existe e o teatro é o rito que produz isso.”
(José Celso Martinez Corrêa)

Renato Borghi, ator, autor e amigo de Zé Celso até hoje, lembra como tudo começou:

“Zé perguntou: ´Você é de onde?’. ‘Do Rio, sou carioca’, respondi. ‘Quando você nasceu?’ ‘30 de março de 37.’ ‘Eu também!’ Parece que uma luz se acendeu e a gente se encantou. Como se não bastasse, também morávamos na mesma rua”, conta. Os laços se estreitaram e os encontros na casa de Zé Celso, em Araraquara, regados a leituras de Tchecov (1860-1904), Stanislavski (1863-1938) e outros autores clássicos, eram frequentes e se desenrolaram em uma parceria profícua que resultou na criação do Oficina.

Homem idoso, calvo e com barba espessa e branca, aparece de braços abertos, em um palco escuro.
“Sem dúvida, o Zé é o melhor parceiro que eu já tive, um dos maiores diretores do mundo. Ele é um grito contra o marasmo!", diz Renato Borghi, também nascido no dia 30 de março (imagem: Luísa Bonin)

“Acho que fundamos um pedaço brilhante do teatro brasileiro. Partimos com experiências radicais, como Vida impressa em dólar (tradução de Awake and sing, de Clifford Odets, 1961), Pequenos burgueses (Maxim Gorki, 1963), Andorra (Max Frisch, 1964), Galileu Galilei (Bertolt Brecht, 1968) e Na selva das cidades (Bertolt Brecht, 1969). Depois passamos para outro tipo de pesquisa, com Gracias Señor, de 1972, um happening, criação coletiva e interativa em que o espectador participa da obra”, conta Borghi.

A parceria profissional entre eles acabou naquele mesmo 1972, no palco. Mas segue firme e forte fora dele. Os dois foram, até mesmo, tomar as doses de vacina de covid-19 juntos, coincidentemente na mesma rua em que viveram por 14 anos.

“Sem dúvida, o Zé é o melhor parceiro que eu já tive, um dos maiores diretores do mundo. Ele é um grito contra o marasmo! É um apelo de vida, um desejo de transformação. Poucas vezes convivi com uma cabeça tão criativa e radical. Quero deixar aqui minha admiração, meu respeito e minha amizade. Que ele siga muitos anos inquietando, provocando. José Celso e o Oficina sempre foram a ponta de lança contra os valores moralistas da classe média!”, brada.

“A diversidade é um grande estímulo para a antropofagia, para a devoração, para comer e ser comido.”
(José Celso Martinez Corrêa)

Ator e diretor do Oficina desde 1986, Marcelo Drummond celebra uma convivência que já começou intensa, em uma noite no baixo Gávea, Rio de Janeiro. “Na verdade, a gente mal conversou. Se paquerou, ficamos juntos e fomos pra cama. Acabei vindo morar em São Paulo uma semana depois e estou aqui até agora. Quer dizer: é uma coisa grande, transformadora, que mudou a minha vida e a dele”, conta.

Homem de meia idade está sentado, com as mãos para a frente. Ele usa barba rala, grisalha, e tem as roupas velhas e rasgadas. Usa um chapéu preto.
Marcelo Drummond sobre a relação com Zé Celso: “É uma coisa grande, transformadora, que mudou a minha vida e a dele” (imagem: Jennifer Glass)

Drummond, que mora com Zé Celso e o cachorro Nagô, viu o relacionamento dos dois crescer e transcender com o tempo, e vê com orgulho a trajetória artística que ambos têm construído juntos – parceria que vai além dos espetáculos (ele interpreta Estragão em Esperando Godot) e do cinema (os dois atuam juntos no filme Horácio, 2019, sob a direção de Mathias Mangin) e foca também no fomento de novos “atores e atuadores na sociedade”, a exemplo da Universidade Antropófaga de Teatro, uma prática de transmissão de conhecimento do Oficina que já caminha para a quinta turma. “Comer o Zé é fundamental, né? Porque o Zé tem uma cabeça muito louca, então é preciso comer ele. O Zé influencia muita gente, então eu acho que é isso mesmo, ele tem que ser antropofagiado, porque ele tem muito a dar”, aposta.

“Hay que endurecer, pero sin perder la locura!!”
(José Celso Martinez Corrêa)

Em seu combate, Zé Celso segue enfrentando tormentas de toda espécie em sua vida pessoal e no ofício que abraçou. Seu espaço-corpo, o Oficina, passou por um incêndio (1966), invasões, agressões a atores e censuras a espetáculos. Em 1968, pela organização paramilitar Comando de Caça aos Comunistas, que proibiu as peças Roda viva e O rei da vela, e, em 1974, com a censura, que torturou Zé Celso e o ator Celso Lucas, parceiro de palco, ácidos e mescalinas, em um pesadelo que culminou no exílio dos dois em Portugal e Moçambique.

Na volta ao Brasil, em 1978, o processo de retomada: “lento, gradual e inseguro”, com a dificuldade de recursos financeiros. Em 1980, o início da histórica batalha que trava até hoje com o Grupo Silvio Santos, oGrupo $$”, como Zé Celso gosta de chamar, para manter seu território, alvo de especulação imobiliária.

Homem idoso faz uma leve careta e aponto os dois dedos indicadores ao lado da testa, como se fossem chifres. Ele usa camiseta de malha vermelha e um colar de miçangas amarelas.
“O encontro é a coisa mais subversiva que existe e o teatro é o rito que produz isso” (José Celso Martinez Corrêa) (imagem: Jennifer Glass)

No meio do caminho, uma tragédia pessoal: o assassinato a facadas do irmão, o ator Luís Antônio Martinez Corrêa, vítima de homofobia, em 1987. Como fênix, Zé Celso levanta voo novamente, encena Os sertões, em 1989, em outro espaço, ganha um prêmio máximo do governo do estado – que recebe com deboche. Em 1993, reinaugura seu templo, o Oficina, agora remodelado com projeto assinado por Lina Bo Bardi e Edson Elito e considerado o Melhor Teatro do Mundo na categoria Projeto Arquitetônico pelo jornal britânico The Guardian.

Zé Celso (re)experimenta o sucesso com a montagem de Hamlet, em 1993. O ator e diretor Elcio Nogueira Seixas estava lá. Primeiro na plateia e depois em cena, como o personagem Osric. “Eu já era amigo do Renato Borghi e tinha ido com ele, na noite anterior, à casa do Zé, onde o vi tocar piano. Fiquei arrepiado. E lá estávamos: eu, Renato, Ariel, filho dele, Caetano Veloso, Gilberto Gil e um casal aleatório. Parecia que o teatro estava lotado. Vi o Zé Celso encenando a própria tragédia do Teatro Oficina, de São Paulo e do Brasil, com o rei morto, que quer voltar e não deixar o crime impune. O Zé, com seu fogo sagrado, cantando ‘Tupy or not tupy’. Senti no sangue o deus Dionísio dentro de mim. Meu corpo vibrou! No final do espetáculo, pedi para participar da companhia e ele só disse: ´Venha!´. O Zé e o Renato são, para mim, como os troncos de uma árvore de onde sai o meu galho”, diz.

“Quando o ator pisa em cena, tem que entender o que o personagem quer. O artista tem que deixar-se penetrar por sua obra.”
(José Celso Martinez Corrêa)

O ator Alexandre Borges, que interpretou o Rei Cláudio na montagem de 1993, refaz os caminhos que o levaram até ela: “Conheci o Zé quando cheguei a São Paulo, de Santos, em 1985. Trabalhava com o Antunes Filho (1929-2019) e acompanhava a luta do Zé para conseguir recursos para reconstruir o teatro, que não tinha arquibancada. Já o admirava muito, e isso cresceu quando entendi o processo de trabalho dele. Zé e Antunes são dois encenadores com estilos e metodologias diferentes. O Antunes trabalhava mais a técnica, a voz, o corpo, o formalismo. O Zé é puro instinto e libertação. Quando fui para a TV, levei do Oficina a cara de pau, a disponibilidade em cena e o saber falar com a plateia, que é uma coisa de muita responsabilidade”, avalia.

Homem de meia idade, com os cabelos suados, está deitado no chão lendo um caderno. Além do caderno, ele também segura um chapéu preto.
Alexandre Borges está no elenco de “Esperando Godot” (imagem: Jennifer Glass)

Borges volta a trabalhar com Zé Celso após 30 anos. Ele é Wladimir em Esperando Godot, icônica peça escrita pelo dramaturgo irlandês Samuel Beckett em 1953, já encenada por Zé Celso em 2001 e no ano passado, quando ganhou formato de longa-metragem filmado por Monique Gardenberg. O espetáculo estreia no dia 30 de março como parte das comemorações dos 85 anos do diretor, no Sesc Pompeia, naturalmente sem o clichê do “parabéns pra você”, que ele odeia. A versão em filme estará disponível na plataforma Itaú Cultural Play de 24 de junho a 9 de setembro. Atualmente, na Itaú Cultural Play, é possível assistir ao documentário Evoé! Retrato de um antropófago, sobre Zé Celso, dirigido por Tadeu Jungle e Elaine Cesar.

O texto, que trata da relação entre a condição humana e o tempo (ou sua ausência), chega em formato enxuto, com cinco atores e a intervenção certeira do diretor, que incluiu no roteiro temas atuais como a pandemia, a miséria e as enchentes. O espetáculo segue depois para uma temporada no Teatro Oficina.

“Não acredito na identidade, mas na mistura.”
(José Celso Martinez Corrêa)

Beto Eiras chegou a São Paulo, vindo de Recife, em 2013 e logo no primeiro passeio pelo centro foi recebido por Zé Celso e seu coro cantando “Ai, Anhangabaú da felicidade”. “O Oficina foi o surgimento do teatro em mim. Passei a frequentá-lo como espectador e, também, fotografando. Minha casa chegou a ser o pit stop do elenco de Bacantes. Em 2018, soube que o Zé estava precisando de um assistente e eu não queria mais trabalhar com publicidade. O Zé não era propriamente um ídolo, talvez por isso tenhamos ficado tão próximos. Eu me apresentei novamente e ele me convidou para almoçar na casa dele. Eu carrego o Carnaval de Olinda em mim, e ali eu senti que poderia ter essa sensação de êxtase o ano inteiro!”, conta. Eiras começou a trabalhar com Zé Celso a partir dali e hoje cuida da agenda pública e privada do artista, além de ser seu assistente de direção, documentando e revisando textos.

Home idoso aparece sentado ao lado de homem jovem. Há pessoas sentadas atrás deles. O homem idoso está de camisa branca e tem os cabelos brancos. O homem jovem está sorrindo e olha para o lado direito. Ele também usa piercing no nariz.
José Celso Martinez Corrêa e Beto Eiras em foto de 2018 (imagem: acervo pessoal)

“É um encontro incrível, que talvez eu não tivesse com pessoas da minha idade”, opina. Na pandemia, uma nova configuração. “Em 14 de março de 2020, cancelaram o Roda viva e percebemos que a gente ia ter de se trancar, não sabíamos o que viria. Resolvi ficar perto do Zé e mudei para a casa dele para passar um tempinho, só com uma mala minúscula. Aquilo virou cinco meses. Quase diariamente buscando coisas para criar, lendo peças juntos. Preocupado em oficializar esses saberes, comecei a registrar em áudio as falas de Zé para iniciar o processo da escritura de um livro em abril deste ano, o Origem da tragicomediaorgia, versão do Zé baseada em Na origem da tragédia, de Nietzche. “O trabalho ainda está engatinhando. O Zé não pensa no futuro, ele é do concreto, do agora, e vai vivendo conforme o tempo vai escrevendo o dia a dia. Mesmo com a pandemia e as dificuldades, continua cedendo sua força amorosa para a companhia. Cada um segura a peteca do outro. Uma das coisas que eu mais admiro nele é que ele não liga para cânones ou mestres, sempre quer saber a opinião de qualquer pessoa, vê a beleza genuína de cada uma delas”, admira.

“Sou ligado 24 horas na criação, no afeto e na criatividade. Se você se liga no que está fazendo no mundo, ganha força.”
(Zé Celso Martinez Corrêa)

O videoartista Igor Marotti trabalha há nove anos com Zé Celso. Ele o conheceu quando trabalhava em Inhotim (MG) e o Teatro Oficina se apresentou lá. “Pirei. Dois anos depois, fui a São Paulo, conheci o Zé e acabei passando o Natal na casa dele. Nossa alma artística bateu e, em 2013, entrei na equipe de vídeo do Oficina. Nunca tinha trabalhado com teatro. Já tinha fotografado algumas peças, mas não era meu foco, até porque audiovisual no teatro não era uma coisa comum. Adoro essa possibilidade de criar ao vivo, com os atores! O Zé me ensinou a mostrar mais a arquitetura, dar mais valor à atuação, ao espaço, ao movimento. Hoje chego a fazer um plano-sequência de três horas, uma ligação total em cena. A única coisa que ele pede é para a gente ficar atento ao aqui e agora e ao público”, conta. Em Esperando Godot, por exemplo, muitas vezes Marotti insere imagens de uma notícia que acabou de sair. Mistura cenários de guerra, tragédias naturais, fome, refugiados, pessoas em situação de rua e também a criação de um vídeo ao vivo, com uma câmera na mão e outras controladas remotamente, como um jogo. A videoartista Ciça Lucchesi cria a trilha audiovisual com ele. “Eu estou muito feliz que ele esteja trabalhando em cena neste ano, depois de dois anos parado. Isso pesou muito, porque ele nunca parou para nada. Depois da estreia, espero podermos brindar!”, diz ele.

“A liberdade do artista foi sempre ‘individual’, mas a verdadeira liberdade só pode ser coletiva. Uma liberdade ciente da realidade social, que derrube as fronteiras da estética, campo de concentração da civilização ocidental; é urgente contrapor a grande tarefa do planejamento ambiental, desde o urbanismo e a arquitetura até o desenho industrial e outras manifestações culturais. Uma reintegração, uma unificação simplificada dos fatores componentes da cultura.”
(Lina Bo Bardi)

Marília Gallmeister, arquiteta cênica na companhia desde 2011, é articuladora do Parque do Bixiga, sonho de Zé Celso para a criação de uma área verde pública e de cultura para manter e perpetuar o Oficina como um terreno de experimentação artística que também atende a um momento de emergência climática. “Precisamos manter esse chão de terra livre, permeável, no coração da cidade, porque ali existe um rio, o Saracura, passando a 4 metros do chão. Além disso, nestas mais de quatro décadas de luta, percebemos a vocação desse espaço como potência pública, na defesa das culturas de todos os povos que passaram e passam por ele”, explica. Atualmente, o Parque do Bixiga tramita como projeto de lei na Câmara Municipal de São Paulo, com autoria do vereador Eduardo Suplicy. Em fevereiro deste ano, uma decisão judicial determinou a paralisação de todos os processos de construção de empreendimentos em seu entorno.

Mulher negra mais jovem está ao lado de homem idoso em um teatro. Ambos estão de máscaras brancas.
Marília Gallmeister, arquiteta cênica do Oficina desde 2011, e Zé Celso Martinez Corrêa (imagem: acervo pessoal)

Marília responde também, ao lado de Marcelo X, pela direção de arte e arquitetura cênica de Esperando Godot, e antecipa o que o público verá: “A peça tem pouquíssimos elementos cênicos, só o fundamental. Em sua versão original, há uma árvore no palco, mas, em razão da urgência climática, decidimos que ela será marcada pelas tragédias ambientais e humanas, porque a natureza ´não espera Godot´. Ela age e sempre encontra um caminho para continuar insistindo”, diz. No segundo ato da peça, a árvore ganha brotos e também um ninho, que serve de casa para os pássaros. Uma boa analogia para a vida e obra de Zé Celso.

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