Uma das estrelas da 34ª bienal de São Paulo, Jaider Esbell morreu nesta terça-feira, 2 de novembro de 2021. Reunimos aqui, como forma de homenageá-lo, depoimentos seus ao Itaú Cultural.

Veja também:
>>Vida e obra de Jaider Esbell na Enciclopédia Itaú Cultural
>>Conheça os artistas indígenas que participam da 34ª bienal de SP
>>Acesse todo o conteúdo sobre questões indígenas aqui no site

Homem indígena aparece de braços cruzados, sério, usando os cabelos lisos e longos presos para trás. Ele tem os braços tatuados e usa camiseta de malha vermelha. Ele usa também um colar comprido.
Jaider Esbell tinha 41 anos e morreu nesta terça-feira, 2 de novembro de 2021 (imagem: Parmênio Citó)

Publicado em março de 2020, mas com depoimento gravado em 2018, o episódio do podcast Mekukradjá com a participação de Jaider Esbell tem como tema sua origem familiar e sua trajetória artística. Ele analisou a importância da representatividade indígena e a relação desta com a arte contemporânea.

Homem indígena olha sério, em foto de close. Ele usa cocar e cavanhaque sem bigode.
Mekukradjá – Jaider Esbell (imagem: Agência Ophelia)

Na ocasião, Daniel Munduruku, apresentador do podcast, apresentou o artista como um “tradutor do tempo”. “Ele traz esse tempo para a nossa contemporaneidade e nos ajuda a pensar. Como podemos viver com os outros tempos possíveis? Ele é uma voz que precisa ser ouvida e sentida”, disse Munduruku. "Ouvir Jaider é um exercício de arte. Ouvir Jaider me permite tocar o passado e trazê-lo para o presente", completou.

“Não há como falar em arte indígena contemporânea sem falar dos indígenas, sem falar do direito à vida e à terra”, afirmou Esbell no podcast.

Ouça o episódio completo aqui.

No evento Mekukradjá – círculo de saberes de escritores e realizadores indígenas, também em 2018, Jaider Esbell gravou o depoimento em vídeo, abaixo.

Artista, escritor, curador e produtor cultural descendente do povo Makuxi, Jaider Esbell foi alfabetizado em casa, ingressou na escola como forma de ser inserido no sistema e abriu mão de um cargo público para ser artista. Em 2010, ganhou uma bolsa de criação literária da Fundação Nacional de Artes (Funarte) que resultou no livro Terreiro de Makunaima – mitos, lendas e estórias em vivências.

Pintura de uma mulher branca segurando uma bandeja em que está desenhada e pintada por cima a cabeça de uma pessoa e o corpo com o tracejado branco e ao lado o escrito 19 Jaider Esbell. Está escrito também carta ao velho mundo genocídio indígena brazil a violência é um ciclo longo. ordens antigas continuam ecoando e chegaram agora nas últimas florestas virgens do mundo. A ordem é exterminar.
Jaider Esbell, Carta ao velho mundo, 2018/2019. Cortesia do artista

Desde o mês de setembro, trabalhos de Esbell estão na mostra Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea (no Museu de Arte Moderna de São Paulo, exposição da qual Jaider Esbell também foi curador) e na 34ª bienal de São Paulo. No lago do Parque Ibirapuera pode ser vista a obra Entidades, esculturas infláveis com 17 metros de comprimento e 1,5 metro de diâmetro, também como parte da bienal.

Homem indígena está sério, usando blusa azul de tricô e cocar também azul. Ele usa adereço cruzando o peito, feito com miçangas verdes e amarelas.
Jaider Esbell nasceu em Roraima. Atualmente, obras suas estão em cartaz na 34ª bienal de São Paulo (imagem: Agência Ophelia)
Veja também
Homem indígena olha sério, em foto de close. Ele usa cocar e cavanhaque sem bigode.

Jaider Esbell – Mekukradjá

"Não há como falar em arte indígena contemporânea sem falar dos indígenas, sem falar do direito à vida e à terra", diz Jaider Esbell em mais um episódio do podcast Mekukradjá