Qual é a história da sua maior saudade?
Desde que entrei em cena pela primeira vez, e isso só se intensificou com o passar dos anos e com as experiências novas, eu senti que tinha um corpo e que ele era muito bom comigo. Eu me senti inteira, e foi então que me dei conta de que me faltava uma parte, e o teatro me devolveu um membro.
Neste momento, eu sinto saudade do teatro, da cena, do olho do outro no meu e o meu no outro, do suor, de cansar de trabalhar com o que me faz viva. Não estar em cena é morrer um pouco mais rápido. Sinto saudade de não ter medo da morte. Saudade de não ter que suportar essa saudade e essa falta de expectativa.
O que a emociona em seu dia a dia?
Ver as plantas crescendo, produzir meu próprio alimento, estar em cena e me sentir gigante e viva, mesmo tendo 1,50 m. Digo isso porque estar em cena sempre fez parte do meu dia a dia. Saudade.
Como você se imagina no amanhã?
Velha. Eu me imagino velha, uma atriz velha. Uma velha bem bonitinha, vai.
Quem é Tânia Farias?
Uma mulher de teatro, ou melhor, uma MULHER, e me custou muito tornar-me uma.
Um Certo Alguém
Em Um Certo Alguém, coluna mantida pela redação do Itaú Cultural (IC), artistas e agentes de diferentes áreas de expressão são convidados a compartilhar pensamentos e desejos sobre tempos passados, presentes e futuros.
Os textos dos entrevistados são autorais e não refletem as opiniões institucionais.