Na fonte da poesia de Manoel de Barros existe uma relação de promiscuidade com a natureza – tanto a das palavras quanto a das plantas e dos bichos (inclusive os humanos, sobretudo os rasteiros). No entanto, o mundo que lemos nos versos do poeta parece filtrado por um olhar infantil, desacostumado: brincando com os termos e as normas da língua, Manoel ia derrubando as paredes entre espécies, gêneros, famílias, reinos. “Desaprender oito horas por dia ensina os princípios”, escreveu ele em O Livro das Ignorãças (1993).
 
Como, então, um cientista lê os versos do autor? As diferentes formas de encarar a natureza – e de se encantar com ela – se excluem?
 
Neste vídeo, a questão é pensada por quatro biólogos: Bruss Lima, que estuda as atividades cerebrais de primatas não humanos; Carlos Hotta, cujas pesquisas se concentram no relógio biológico das plantas; Hugo Aguilaniu, especialista em genética do envelhecimento e diretor-presidente do Instituto Serrapilheira; e Nurit Bensusan, que atua no campo das políticas públicas para a conservação da biodiversidade e escreve livros dedicados à popularização das ciências.
 
Depoimentos gravados entre outubro e novembro de 2018, em São Paulo/SP e no Rio de Janeiro/RJ.
 
Confira o verbete do poeta na Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.
 
Saiba mais sobre a Ocupação Manoel de Barros.
 
Créditos
Presidente: Milú Villela
Diretor-superintendente: Eduardo Saron
Superintendente administrativo: Sérgio Miyazaki
Gerente do Núcleo de Comunicação e Relacionamento: Ana de Fátima Sousa
Coordenador de conteúdo: Carlos Costa
Entrevistas: Thiago Rosenberg
Gerente do Núcleo de Audiovisual e Literatura: Claudiney Ferreira
Coordenadora de conteúdo audiovisual: Kety Fernandes Nassar
Produção audiovisual: Camila Fink e Roberta Roque
Captação de imagens: André Seiti e Karina Fogaça
Edição: Karina Fogaça
Som direto: André Bellentani e Tomás Franco (terceirizados)

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