![](https://portal-assets.icnetworks.org/uploads/picture/file/109744/square_thumb_laminima.melissaguimaraes-85.jpg)
Cinema de tinta: a arte de Brisola Moutinho na fachada do Itaú Cultural
Desde 17 de setembro, a fachada do Itaú Cultural (IC) conta com uma intervenção do artista visual Brisola Moutinho. Concebido em parceria com Arthur Costa, membro da equipe de design do IC e idealizador e curador do projeto Arte Urbana, o trabalho dialoga com a Itaú Cultural Play – plataforma de streaming gratuita e dedicada ao cinema nacional – e reúne elementos que remetem a formas tradicionais e modernas de produzir e consumir cinema: da câmera analógica e do filme em película à câmera de smartphone e ao filme digital.
![Foto da fachada do Itaú Cultural, com pintura do artista Brisola Moutinho, que também aparece na imagem. A obra traz desenhos que remetam ao universo do cinema, como câmeras e filmes em película. Brisola é um homem negro, tem cabelos curtos e barba, ambos com parte dos fios brancos. Ele veste camiseta e calça pretas, usa tênis branco e está sentado de braços cruzados sobre a mureta em que a pintura foi realizada.](https://portal-assets.icnetworks.org/uploads/picture/file/107666/resized_20210917-SY1A2791.jpg)
Brisola tem 49 anos e, desde os 19, atua com arte em espaços públicos de São Paulo, cidade onde nasceu. Ele diz que o cinema sempre fez parte da sua vida e também se manifesta nas suas obras: “Trabalho muito com personagens, e várias das minhas referências vêm dos filmes. Vejo bastante animação – das mais recentes, em 3D, às mais antigas; de Monstros S.A. a A viagem de Chihiro. É um campo no qual não há limites para a criação”.
As personagens de Brisola, como as do cinema, também se movem de alguma forma: o artista as cria de maneira que “costumam dar a impressão de que estão saindo ou, principalmente, entrando no painel, no espaço da pintura”.
![A foto mostra o artista visual Brisola Moutinho pintando uma obra na fachada do Itaú Cultural. Ele é um homem negro, tem cabelos curtos e barba, ambos com parte dos fios brancos. Ele veste camiseta e calça pretas e segura um pincel com a mão direita e uma lata de tinta com a esquerda.](https://portal-assets.icnetworks.org/uploads/picture/file/107667/resized_20210917-SY1A2602.jpg)
Além de imagens em movimento, o cinema é som. Nesse sentido, Brisola diz que a trilha sonora de suas pinturas, embora elas estejam sobretudo em locais públicos, não é composta dos ruídos da cidade: “Meu trabalho é muito colorido e psicodélico, acho que tem muito a ver com a música eletrônica”. O vozerio das ruas e o barulho dos carros e dos prédios em construção parecem nem existir no momento em que o artista está em atividade. “Quando estou pintando, até me desconecto desses sons – e das condições do clima e tudo mais... A criação me tira do espaço, eu entro num transe”, observa.
Para Brisola, é importante que as pessoas que interagem com suas pinturas também possam ter essa experiência de entrar numa espécie de transe.
Mais ou menos como ver um filme.
![Detalhe de pintura do artista Brisola Moutinho na fachada do Itaú Cultural.](https://portal-assets.icnetworks.org/uploads/picture/file/107668/resized_20210917-FC5A3349.jpg)
Arte Urbana
O trabalho de Brisola integra o Arte Urbana, projeto criado pelo IC em 2017 que já contou com os kene dos Huni Kuĩ e com a arte de Erica Mizutani, Guilherme Kramer, Jota Cunha, Luna Bastos, Denilson Baniwa, Sandra Cinto e Felipe Ikehara e Vinicius de Assis.