A artista plástica Rochelle Costi morreu neste sábado, 27 de novembro, em decorrência de um atropelamento na Avenida Europa, em São Paulo, aos 61 anos. A artista saía do Museu da Imagem e do Som quando foi atingida por um motociclista. Socorrida, acompanhada da irmã, foi levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

Rochelle atuou com foto, vídeo e instalação. Sua obra recorre a objetos encontrados ao acaso, apropria-se de imagens impressas, registra o cotidiano e o renova por meio de intervenções artísticas. Os críticos dizem que ela dá nova vida ao que seria banal, assim como elabora uma perspectiva sobre a vida urbana e trabalha temáticas da sua identidade pessoal. Veja uma galeria com algumas das suas obras.

Nascida em 1961, Rochelle se formou aos 20 anos, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), em comunicação. Na mesma época, frequentou a Escola Guignard, um importante espaço de ensino das artes visuais. Nas décadas seguintes, ela se dividiu entre o trabalho editorial, para jornais e revistas, e a produção artística. Em 2004, participou de Tudo é Brasil, exposição no Paço Imperial e no Itaú Cultural.

Em 2020, Rochelle criou, entre outros trabalhos, Artistas mulheres contemporâneas no acervo, uma das séries do site do IC dedicadas aos artistas que integram a coleção de obras da organização. Na ocasião, falamos sobre Casa própria – panorâmica Zócalo (1999), em que ela dispõe, entre os grandes prédios da cidade e em meio à circulação das pessoas, casinhas feitas de sucata, gerando curiosidade e fascínio.

Neste texto, lemos uma fala do escritor Bernardo Mosqueira sobre ela: “Rochelle parece lutar contra o desencanto do mundo”, afirma ele, notando que no seu interesse pelos “fragmentos do mundo” há “um elogio à diversidade e uma angústia pela manutenção da coexistência com o diverso”.

Saiba mais sobre Rochelle Costi na Enciclopédia Itaú Cultural de arte e cultura brasileira.

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No canto esquerdo da tela, uma mulher tenta abrir uma porta.

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