A partir de hoje, uma nova mostra apresenta na Itaú Cultural Play uma seleção de filmes que é uma viagem pelo audiovisual nacional desde as suas origens. Histórias do cinema brasileiro apresenta obras da década de 1920 até os anos 2000, reunindo nomes como Rogério Sganzerla, Humberto Mauro, Eduardo Coutinho, Hector Babenco, Lúcia Murat e Glauber Rocha. O acesso à IC Play é gratuito; basta se cadastrar no site.

Entre os destaques estão Limite (1931), de Mario Peixoto, narrativa experimental que é um dos primeiros marcos do nosso cinema; A hora da estrela (1985), de Suzana Amaral, adaptação do livro de Clarice Lispector; e À meia-noite levarei sua alma (1964), de José Mojica Marins, clássico do horror brasileiro. Histórias do cinema brasileiro agrega tanto filmes novos na plataforma quanto inclusões anteriores. Confira a lista abaixo:

Histórias do cinema brasileiro
a partir de 17 de junho de 2022
acesse a IC Play

Novos filmes na plataforma

Limite (1931), de Mario Peixoto
115 min

Abutres pousam sobre uma pedra. Três personagens, duas mulheres e um homem, estão numa pequena embarcação, aparentemente à deriva. Por meio de flashbacks, a história de cada um deles é contada. Enquanto as narrativas ganham corpo poeticamente, as condições dentro do barco vão se deteriorando.

[classificação indicativa: 12 anos]

O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla
92 min

A voz de dois interlocutores radiofônicos anuncia o noticiário policial. Embrenhados nas ruas da Boca do Lixo, o Quadrilátero do Pecado, autoridades empenham-se na captura do Bandido da Luz Vermelha, um marginal bárbaro e temido pelas famílias de bem. Enquanto isso, Luz narra a sua história no crime e reflete sobre a existência.

[classificação indicativa: 16 anos]

Cidade oculta (1986), de Chico Botelho
80 min

Preso por porte de drogas, o marginal Anjo sai da prisão e reencontra um antigo comparsa, hoje chefe de uma gangue. Por intermédio dele, Anjo conhece Shirley Sombra, bandida e estrela de shows noturnos. Enquanto eles se envolvem amorosamente, Ratão, um policial corrupto, vai no encalço de Anjo para um acerto de contas.

[classificação indicativa: 16 anos]

A hora da estrela (1985), de Suzana Amaral
96 min

Macabéa tem 19 anos, é migrante e trabalha como datilógrafa. Vive numa desgastada pensão paulistana, ao lado de outras moças. Macabéa gosta de andar de metrô aos domingos, ouve rádio e se alimenta só de cachorro-quente e Coca-Cola. Ela quer se casar e, certo dia, o destino lhe traz um candidato.

[classificação indicativa: 12 anos]

Piconzé (1972), de Yppê Nakashima
74 min

Dirigida pelo imigrante japonês Yppê Nakashima, esta produção é considerada o primeiro longa brasileiro de animação colorido. Reunindo em sua equipe artistas da colônia japonesa em São Paulo, a obra foi criada a partir de colagens e com tintas desenvolvidas pelo próprio realizador. O poeta Décio Pignatari assina algumas das letras da trilha sonora.

[classificação indicativa: 10 anos]

À meia-noite levarei sua alma (1964), de José Mojica Marins
81 min

Bárbaro e nosso, o filme de José Mojica Marins inaugura o cinema fantástico no Brasil e apresenta ao público a personagem de Zé do Caixão, um doentio e cruel agente funerário. Para satisfazer seu desejo, o coveiro iconoclasta avacalha a tudo e a todos, das crenças religiosas aos mais profundos valores morais.

[classificação indicativa: 16 anos]

São Paulo, a sinfonia da metrópole (1929), de Adalberto Kemeny e Rodolpho Rex Lustig
90 min

Inspirado na forma musical da sinfonia, o filme recorre a uma montagem de cortes rápidos, que molda o elogio à riqueza da capital paulista nos finais da década de 1920. Sequências do cotidiano nas ruas se combinam com a celebração de vários aspectos da metrópole, como suas instituições, automóveis e arranha-céus.

[classificação indicativa: 10 anos]

Mar de rosas (1977), de Ana Carolina
91 min

Um casal está na estrada, dentro de um carro, em viagem com a filha adolescente. Durante o trajeto, discute calorosamente sobre questões conjugais. Em um hotel, eles continuam a briga até que a mulher corta o marido com uma gilete. Mãe e filha fogem e vivenciam situações inusitadas e tragicômicas.

[classificação indicativa: 14 anos]

A baronesa transviada (1957), de Watson Macedo
100 min

Gonçalina é uma manicure a quem o destino reservou uma grande surpresa. Ao ler uma notícia de jornal, ela descobre que é herdeira de uma rica baronesa. Enquanto os parentes da falecida tentam armar um golpe para reaver a fortuna familiar, Gonçalina pensa em investir num filme carnavalesco.

[classificação indicativa: 10 anos]

Alegria de viver (1958), de Watson Macedo
85 min

Sob os embalos do rock’n’roll, cultura musical norte-americana que invadia o Brasil nos anos 1950, arrebatando corações e mentes juvenis, esta comédia romântica alinha a diversão típica da chanchada aos novos hábitos da chamada “juventude transviada”. Em começo de carreira, o rei Roberto Carlos trabalha no filme como figurante.

[classificação indicativa: 12 anos]

Filmes já disponibilizados

Alma no olho (1973), de Zózimo Bulbul
11 min

Retratos do rosto, da boca e de partes de um corpo negro nu são o ponto de partida para uma jornada em direção a diferentes arquétipos e gestualidades. Por meio deles, o filme descreve a trajetória do negro desde a África mítica até à condição de escravo acorrentado pelo colonizador branco.

[classificação indicativa: 10 anos]

Cabra marcado para morrer (1984), de Eduardo Coutinho
120 min

Um filme sobre João Pedro Teixeira – líder da liga camponesa de Sapé (PB), que foi assassinado – é iniciado, mas interrompido pelo golpe civil-militar, em 1964, e parte do material é apreendido. Quase 20 anos depois, ocorre um novo encontro com a história da família e da luta camponesa, pelo ponto de vista da viúva Elizabeth Teixeira e de seus filhos.

[classificação indicativa: 12 anos]

Corisco, o diabo loiro (1969), de Carlos Coimbra
100 min

Criado para ser um sertanejo valente, que não aceita provocações, Cristino mata um homem durante uma discussão. Para não ser preso, foge para uma cidade distante, onde pretende reconstruir sua vida. Mas seus planos não dão certo, e ele ingressa no bando de Lampião, tornando-se o temido Corisco.

[classificação indicativa: 16 anos]

Braza dormida (1928), de Humberto Mauro
65 min

Um marco do cinema silencioso brasileiro, o filme se destaca pela sobriedade de sua construção dramática, pelos cenários e pela direção de atores, qualidades que fazem do mineiro Humberto Mauro um dos maiores criadores cinematográficos de sua época. A obra foi restaurada pela Cinemateca Brasileira.

[classificação indicativa: 12 anos]

Os cafajestes (1962), de Ruy Guerra
100 min

Jandir é um malandro familiarizado com o submundo da noite carioca. Vavá é um playboy da zona nobre, preocupado com a mesada e a fortuna da família. Inimigos do batente, eles se juntam para aplicar um golpe. Seu plano é fotografar Leda, a amante do tio rico de Vavá, em cenas comprometedoras.

[classificação indicativa: 14 anos]

Deus e o diabo na terra do sol (1964), de Glauber Rocha
118 min

No sertão nordestino, um vaqueiro miserável mata o patrão. Ele foge com a mulher e é acolhido por um beato negro, de quem se torna um adepto. Insatisfeita, a elite local contrata um matador para dar cabo do santo e de seus fiéis. O casal sobrevive e, na Caatinga, se encontra com o bando do cangaceiro Corisco.

[classificação indicativa: 14 anos]

Boi Aruá (1984), de Chico Liberato
60 min

No sertão nordestino, um fazendeiro trata seus vaqueiros e sua família de maneira cruel e truculenta. Certo dia, uma poderosa entidade, o popular Boi Aruá, surge da terra seca da Caatinga e começa a provocá-lo. Enfurecido, o prepotente fazendeiro tentará capturar por todos os meios o bicho encantado.

[livre para todos os públicos]

Pixote – a lei do mais fraco (1980), de Hector Babenco
125 min

Pixote e os companheiros Dito, Lilica e Chico vivem numa instituição para menores infratores. Revoltados com os abusos e as injustiças que sofrem, eles resolvem fugir e voltar às ruas, onde se aventuram ainda mais no mundo do crime. Baseado no romance de José Louzeiro.

[classificação indicativa: 16 anos]

Meow! (1981), de Marcos Magalhães
8 min

Uma paisagem bucólica vai desaparecendo até dar espaço aos arranha-céus de uma metrópole. Enquanto isso, personagens fogem de uma sirene da polícia. Um gato em cima de um muro pede leite para o seu dono. O bichano toma um, dois, quatro pires e mia pedindo mais. Até que o Tio Sam lhe serve um refrigerante.

[livre para todos os públicos]

Que bom te ver viva (1989), de Lúcia Murat
100 min

Depoimentos reais de oito ex-presas políticas se misturam a delírios de uma personagem ficcional para apresentar os impactos das situações de tortura durante o período da ditadura civil-militar no Brasil e os seus efeitos na vida das vítimas que sobreviveram.

[classificação indicativa: 12 anos]

Wai’á Rini, o poder do sonho (2001), de Divino Tserewahú
48 min

Nas cerimônias de iniciação do povo Xavante, a festa do Wai’á introduz o jovem na vida espiritual. A partir do diálogo com seu pai, um dos líderes do Wai’á, o diretor revela as características desse ritual secreto, essencialmente masculino, no qual os jovens indígenas passam por provações e perigos.

[livre para todos os públicos]

O dia de Jerusa (2013), de Viviane Ferreira
20 min

Uma jovem pesquisadora negra aplica questionários para uma marca de sabão. Na busca por candidatos às entrevistas, ela é recebida por Jerusa, uma senhora moradora de um antigo sobrado. O que seria apenas uma conversa trivial vai se transformando numa troca de afetos, dores e memórias entre gerações.

[classificação indicativa: 12 anos]

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