por Cassiano Viana

Maurício Pokemon (Teresina/PI, 1989) anda de skate desde 2000. Com o tempo, sentiu falta de registros e passou a fotografar as manobras dos amigos e a editar um fanzine apresentando os lugares, as ruas de Teresina por onde andavam.

“O skate me fez começar a fotografar”, diz ele, referindo-se a algo inicialmente sem pretensão artística e que naturalmente gerou uma rede de contatos e afetos por outros estados, com trocas de revistas, fanzines e vídeos de skate. “Então a fotografia para mim já começou assim, acima de tudo como uma ferramenta de encontro e de aproximação.”

Com a palavra, Maurício Pokemon:

Busco um trabalho que não fique só na linguagem visual, mas que traga alguma experiência para o corpo, que faça com que o pensamento, sua relação com a imagem, seja um start para a ação. Existe interação, existe afeto nos convívios que busco, e tento uma construção que não seja centralizada em mim, mas numa aproximação com o outro, abrindo um espaço para colaborações e aprendizados de mão dupla. Acho que a alteridade é algo que sempre me interessa. E, quando falo de memória, esses conceitos se relacionam diretamente. Neste momento pandêmico, tenho dado mais espaço para o silêncio, retornado aos trabalhos feitos durante os últimos cinco anos e me debruçado sobre eles, repensando abordagens, temas, questões.

Também tenho me aproximado mais da natureza e buscado outro entendimento sobre nossas relações ao fazer parte deste grande universo, reconhecendo o que já existe, apurando um tipo de comunicação com as coisas, com os pássaros, com as plantas, que seja de mais respeito ainda.

>> Saiba mais sobre Maurício Pokemon.

Cassiano Viana (@vianacassiano) é editor do site About Light.

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