“Mekukradjá – círculo de saberes indígenas”: veja os depoimentos da edição de 2019
07/06/2022 - 11:15
O encontro Mekukradjá – círculo de saberes indígenas foi destaque na sede do Itaú Cultural (IC) em 2019. A programação e sua documentação ampliaram a visibilidade de produções indígenas em diversos campos de atuação cultural e política, com a participação de artistas de variadas áreas e de diferentes regiões do país, demonstrando a vitalidade da permanência de suas culturas como aspecto formador e constitutivo da sociedade brasileira.
Veja também:
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>> Acesse o Mapeamento da memória do Mekukradjá
Com apresentações artísticas e tradicionais, exposição de literatura e projeção de trabalhos realizados pelos participantes, os círculos de conversas se constituíram em torno da resistência por meio de manifestações culturais como língua e arte, além da educação e da divulgação da memória de diferentes povos.
O trabalho de documentação e memória produzido está disponível no site e no YouTube do IC, por meio de vídeos, podcasts, artigos, pesquisas, cartografias e textos analíticos realizados por observadores indígenas e não indígenas. Especialmente para relatar as ações e refletir sobre os resultados de cada edição, essa produção gera um acervo de pensamento e presença indígenas relevantes com acesso público e gratuito.
Acompanhe os depoimentos da edição de 2019:
Glicéria Tupinambá
Nascida na aldeia Serra do Padeiro, na terra indígena Tupinambá de Olivença, Glicéria Jesus da Silva (mais conhecida como Célia Tupinambá) é professora e representa seu povo na entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres).
Aliã Wamiri
Educadora artística, produtora cultural, ilustradora de livros infantis e contadora de histórias, Aliã Wamiri graduou-se em educação artística, sendo também pós-graduada em educação profissional. Autora de projetos culturais e curadora de exposições, busca em seus trabalhos afirmar percursos de resistência étnica, interculturalidade e identidade.
Jerá Guarani
Liderança da aldeia Tenonde Porã, Jerá Guarani é agricultora e pedagoga pela Universidade de São Paulo (USP). Alia o campo da educação ao trabalho com sementes tradicionais: em cinco anos, recuperou na aldeia Kalipety uma variedade de mais de 50 tipos de batata-doce guarani.
Catarina Guarani
Formada em pedagogia intercultural pela Universidade de São Paulo (USP), Catarina Delfina dos Santos (cujo nome mais conhecido é Catarina Guarani) atuou como professora na aldeia Piaçaguera, localizada em Peruíbe, em São Paulo. Ministra cursos de doula, ginecologia natural e fitoterapia tradicional indígena.
Edilson Rosário Paumari
Professor, tradutor e agente de saúde, Edilson Rosário Paumari já atuou como intérprete para a Secretaria de Saúde Indígena do Médio Purus. É fundador do programa "Sou bilíngue" na cidade de Lábrea, no Amazonas, e assessor na Secretaria de Saúde Indígena do Médio Purus – Lábrea.
Auritha Tabajara
Primeira mulher indígena a publicar um livro em cordel no Brasil, Francisca Aurilene Gomes (conhecida como Auritha Tabajara) é professora, terapeuta holística e contadora de histórias. Apaixonada pela rima, cresceu ouvindo narrativas de sua avó e, desde pequena, lê e escreve. Durante uma década, atuou como alfabetizadora em uma escola na aldeia onde morava.
Justino Tuyuka
Filósofo e teólogo, Justino Sarmento Rezende é indígena do povo Utãpinopona-Tuyuka. Mestre em educação e doutor em antropologia social pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Katu Mirim
Indígena urbana de ascendência Boe Bororo, Katú Mirim é rapper, youtuber e fundadora da Etnomídia VI – Visibilidade Indígena.
Ariel Ortega
Diretor de documentários e integrante do Coletivo Mbya Guarani de Cinema, Ariel Ortega mora na reserva indígena Koenju, em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul.