O encontro Mekukradjá – círculo de saberes indígenas foi destaque na sede do Itaú Cultural (IC) em 2019. A programação e sua documentação ampliaram a visibilidade de produções indígenas em diversos campos de atuação cultural e política, com a participação de artistas de variadas áreas e de diferentes regiões do país, demonstrando a vitalidade da permanência de suas culturas como aspecto formador e constitutivo da sociedade brasileira.  

Veja também:
>> Ouça o podcast Mekukradjá
>> Acesse o Mapeamento da memória do Mekukradjá

Com apresentações artísticas e tradicionais, exposição de literatura e projeção de trabalhos realizados pelos participantes, os círculos de conversas se constituíram em torno da resistência por meio de manifestações culturais como língua e arte, além da educação e da divulgação da memória de diferentes povos.

O trabalho de documentação e memória produzido está disponível no site e no YouTube do IC, por meio de vídeos, podcasts, artigos, pesquisas, cartografias e textos analíticos realizados por observadores indígenas e não indígenas. Especialmente para relatar as ações e refletir sobre os resultados de cada edição, essa produção gera um acervo de pensamento e presença indígenas relevantes com acesso público e gratuito.

Acompanhe os depoimentos da edição de 2019:

Glicéria Tupinambá

Nascida na aldeia Serra do Padeiro, na terra indígena Tupinambá de Olivença, Glicéria Jesus da Silva (mais conhecida como Célia Tupinambá) é professora e representa seu povo na entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres). 

Aliã Wamiri

Educadora artística, produtora cultural, ilustradora de livros infantis e contadora de histórias, Aliã Wamiri graduou-se em educação artística, sendo também pós-graduada em educação profissional. Autora de projetos culturais e curadora de exposições, busca em seus trabalhos afirmar percursos de resistência étnica, interculturalidade e identidade.

Jerá Guarani 

Liderança da aldeia Tenonde Porã, Jerá Guarani é agricultora e pedagoga pela Universidade de São Paulo (USP). Alia o campo da educação ao trabalho com sementes tradicionais: em cinco anos, recuperou na aldeia Kalipety uma variedade de mais de 50 tipos de batata-doce guarani. 

Catarina Guarani 

Formada em pedagogia intercultural pela Universidade de São Paulo (USP), Catarina Delfina dos Santos (cujo nome mais conhecido é Catarina Guarani) atuou como professora na aldeia Piaçaguera, localizada em Peruíbe, em São Paulo. Ministra cursos de doula, ginecologia natural e fitoterapia tradicional indígena. 

Edilson Rosário Paumari 

Professor, tradutor e agente de saúde, Edilson Rosário Paumari já atuou como intérprete para a Secretaria de Saúde Indígena do Médio Purus. É fundador do programa "Sou bilíngue" na cidade de Lábrea, no Amazonas, e assessor na Secretaria de Saúde Indígena do Médio Purus – Lábrea.

Auritha Tabajara 

Primeira mulher indígena a publicar um livro em cordel no Brasil, Francisca Aurilene Gomes (conhecida como Auritha Tabajara) é professora, terapeuta holística e contadora de histórias. Apaixonada pela rima, cresceu ouvindo narrativas de sua avó e, desde pequena, lê e escreve. Durante uma década, atuou como alfabetizadora em uma escola na aldeia onde morava.

Justino Tuyuka 

Filósofo e teólogo, Justino Sarmento Rezende é indígena do povo Utãpinopona-Tuyuka. Mestre em educação e doutor em antropologia social pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Katu Mirim

Indígena urbana de ascendência Boe Bororo, Katú Mirim é rapper, youtuber e fundadora da Etnomídia VI – Visibilidade Indígena. 

Ariel Ortega

Diretor de documentários e integrante do Coletivo Mbya Guarani de Cinema, Ariel Ortega mora na reserva indígena Koenju, em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul.  

Veja também
Fotografia com filtro amarelo de homem indígena do ombro para cima. Ele está sorrindo, tem cabelo curto e usa óculos arredondados. Há também o logo do Mekukradjá.

Eloy Terena – Mekukradjá

O advogado e doutor em antropologia social fala sobre a situação atual da luta dos direitos dos povos indígenas e da importância da memória política e histórica