Qual é a história da sua maior saudade?
Eu nasci com uma saudade abstrata no peito. Desde pequena eu sinto isso, como se fosse a saudade de um lar, de um lugar distante, um banzo, sabe? Ainda não consegui decifrar essa saudade, mas ela caminha comigo. Nestes tempos em que vivemos, com a pandemia, tenho experimentado saudades diferentes, saudades reais... Não que eu não tivesse antes, saudades de amizades e de amores que partiram ou que estão longe sempre existiram, mas agora sinto tudo amplificado... Talvez pela virtualidade e pelo isolamento destes tempos. Tenho saudades palpáveis, de pessoas, de sabores, de encontros, da vida em si, mas a minha maior saudade é dos palcos e dos encontros que me proporcionaram ao longo da caminhada, dos olhares das pessoas, dos shows, dos abraços... É que a virtualidade não me sacia.
O que a emociona no seu dia a dia?
Arte me emociona, pessoas humanas e reais me emocionam, olhares que carregam histórias me emocionam. Em especial, tenho me emocionado muito com a generosidade das pessoas, sinto que sou rodeada de anjos que trabalham para melhorar a si mesmos e o entorno.
Como você se imagina no amanhã?
Eu me imagino vacinada (estou pronta) e feliz com a vacina para todas as pessoas deste mundo, que está vivendo um profundo processo de cura. Eu me imagino abraçando e convivendo com as pessoas que amo e admiro. Eu me imagino voltando a cantar nos palcos e a levar algo bom para as pessoas. Trabalhando, vivendo um dia de cada vez, conectada com as minhas raízes e com o mundo. Vivendo e cocriando uma sociedade mais igualitária, plantando sonhos e aprendendo sempre.
Quem é Maíra Baldaia?
Eu sou uma mulher que tem a arte como missão, itabirana com pés de vento para ganhar o mundo, que ama a estrada e a liberdade e que sonha com a igualdade e a empatia. Eu sou uma “cantautora” que gosta de escrever, pintar e navegar pelas artes da comunicação. Humana em aprendizado constante, mulher do “corre”, preta que joga nas 11, sonhadora e determinada.
Um Certo Alguém
Em Um Certo Alguém, coluna mantida pela redação do Itaú Cultural (IC), artistas e agentes de diferentes áreas de expressão são convidados a compartilhar pensamentos e desejos sobre tempos passados, presentes e futuros.
Os textos dos entrevistados são autorais e não refletem as opiniões institucionais.