Qual é a história de sua maior saudade?

Quando pequeno, passei muito tempo em um sítio, em contato com mato, cachoeiras, animais e sempre acompanhado por outras crianças. Sinto saudades da simplicidade da infância, da sensação de pureza, dessa inocência tão particular. Eu podia ser o que ou quem eu quisesse e por isso foi um período genuinamente feliz.

O que o emociona em seu dia a dia?

Neste momento de tantos olhares individuais, me emociona muito presenciar o poder da coletividade: conhecer histórias de vidas que foram salvas, de causas que foram favorecidas e de acontecimentos que só foram possíveis por conta da união de pessoas.

Como você se imagina no amanhã?

Nunca fui muito de pensar no futuro, sempre deixei a vida me guiar enquanto tentava viver o agora. Não só porque acredito que mudanças podem acontecer a qualquer momento, mas também porque muitas das coisas boas que me aconteceram foram sopros de emergência. Por isso, no amanhã, eu desejo muito estar vivo.

Quem é Bernardo de Assis?

Eu sou um suburbano do Rio de Janeiro que desde as primeiras lembranças já se imaginava atuando. Sou a junção de muitas dores e perdas, mas também da força que encontrei no meio do caminho. Sou um corpo trans que resiste na arte e na vida.

Bernardo de Assis (imagem: Sergio Santoian)

Um Certo Alguém
Em Um Certo Alguém, coluna mantida pela redação do Itaú Cultural (IC), artistas e agentes de diferentes áreas de expressão são convidados a compartilhar pensamentos e desejos sobre tempos passados, presentes e futuros.

Os textos dos entrevistados são autorais e não refletem as opiniões institucionais.

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