Todos os Gêneros 2020: em sua sétima edição, o evento explora o conceito de masculinidades
Todos os Gêneros: Mostra de Arte e Diversidade [7ª edição: masculinidades]
segunda 24 a domingo 30 de agosto de 2020
Anualmente, Todos os Gêneros: Mostra de Arte e Diversidade pensa questões como identidade de gênero, sexualidade, corpo e afetividade, celebrando o caráter plural da experiência humana e a capacidade que cada pessoa tem de ser quem ela é. Em 2020, a sétima edição do evento explora como tema central a noção de masculinidades – com ênfase no que escapa ou tenta escapar dos padrões de comportamento ou sensibilidade.
Além de lançar um livro digital – com ensaios, contos, poemas e quadrinhos sobre o tema –, o programa realiza, entre 24 e 30 de agosto, uma série de debates e apresentações artísticas. Por causa da pandemia de covid-19 e da consequente necessidade de isolamento social, todas as atividades desta edição do evento são apresentadas apenas aqui no site do Itaú Cultural (IC) – e não também na sede da organização, como de costume.
As apresentações artísticas da programação seguem três formatos: espetáculos, cenas teatrais – fragmentos de montagens mais extensas ou trabalhos recém-criados – e cenas encomendadas – obras para a web criadas a partir da seguinte provocação, lançada a artistas convidados: “a masculinidade que me deram e a masculinidade que criei”.
Todos os Gêneros: Mostra de Arte e Diversidade [sétima edição: masculinidades]
segunda 24 a domingo 30 de agosto de 2020
Confira a agenda a seguir:
segunda 24 de agosto
18h30
cena teatral: Filho Homem
Um documentário ficcional sobre as diferenças e as proximidades entre dois irmãos – um criado para ser homem e outro criado para ser mulher. Violência, amor e a descoberta da transexualidade estão entre os temas abordados na cena, concebida e atuada por Bernardo de Assis.
Saiba mais e veja aqui (disponível até 31 de agosto).
19h
mesa de abertura: Masculinidades em Trânsitos
Com autores participantes do livro digital de Todos os Gêneros 2020: Airan Albino, Lino Arruda e Marcelino Freire. Mediação de Thiago Rosenberg.
Saiba mais e veja aqui.
terça 25 de agosto
17h
roda de conversa: A Construção das Masculinidades
Com Jordhan Lessa, Marcus Boaventura e Sirley Vieira. Mediação de Guilherme Valadares.
20h
cena teatral: Oboró
A obra retrata a realidade e a subjetividade de homens negros, marcadas por questões como a hipersexualização do corpo e a busca por perfeição em troca de um lugar ao sol numa sociedade de estrutura racista. Texto de Adalberto Neto e direção de Rodrigo França.
Saiba mais e veja aqui (disponível até 31 de agosto).
quarta 26 de agosto
17h
roda de conversa: Paternidades
Com Luis Baron, Orun Santana e Tiago Koch. Mediação de Viviane Duarte.
20h
espetáculo: Bola de Fogo
Devidamente trajado, o ator e diretor Fábio Osório Monteiro prepara e frita a massa do acarajé enquanto performa a si próprio e a outros corpos negros. O trabalho explora questões de política, espiritualidade, memória, afeto e ancestralidade.
Saiba mais e veja aqui (disponível até 31 de agosto).
quinta 27 de agosto
20h
espetáculo: Barrela
Encenação do primeiro texto do dramaturgo paulista Plínio Marcos (1935-1999), a peça dirigida por Mário Bortolotto traz a história real de um menino que, preso por um pequeno delito, foi violentado por companheiros de cela – os quais, mais tarde, foram mortos por ele. O espetáculo discute o estado de exceção que se cria em determinados ambientes e o código de conduta entre criminosos.
Saiba mais e veja aqui (disponível até 31 de agosto).
sexta 28 de agosto
20h
cenas encomendadas:
Kaddish, uma Oração para os Homens que Eu Matei
Partindo da reza tradicional judaica em homenagem aos mortos, que só pode ser recitada pelos filhos homens da pessoa falecida, Ronaldo Serruya ficcionaliza elementos autobiográficos para abordar o modelo masculino judaico-cristão que o formou e a necessidade de matá-lo para afirmar diante do mundo seu corpo queer e que convive com o HIV.
C(h)ancela 24
Partindo do uso recorrente no Brasil do número 24 – que remete à figura do “veado” e à condição de ser “viado” – como xingamento contra homens gays, o artista Elilson encara essa herança vocabular da normatividade heteromasculina e desdobra em nova performance e texto uma ação-tributo que fez aos 24 anos para um irmão, também homossexual, suicidado com a mesma idade.
Saiba mais e veja aqui (disponíveis até 30 de agosto).
sábado 29 de agosto
20h
cenas encomendadas:
Para Não Dançar em Segredo
A obra revisita memórias e construções identitárias de gênero do performer André Vitor Brandão, abordando as problemáticas da construção de uma masculinidade hegemônica no sertão. O vídeo é um convite para a celebração das masculinidades na dança e um desejo de tornar manifesta a pluralidade imanente dos corpos masculinos, sobretudo aqueles que habitam o sertão.
Coraza
Com direção e interpretação de Odacy Oliveira, o trabalho se desenvolve a partir da reflexão: “A couraça era o medo e a vergonha de ser livre. Eu resolvi soltar e liberar minha musculatura para respirar e ser o que sou!”.
Nkisi Hongolô – a Divindade do Arco-Íris
Concebido por Pablo Bernardo, Ricardo Aleixo e Rui Moreira, o vídeo propõe uma abordagem da masculinidade como um princípio energético dinâmico, algo que, portanto, pode ser alterado. Neste contexto, os padrões sociais deixam de ser dados para ser construídos e formatados pela individualidade de cada um. Hongolô é um Nkisi – uma divindade – de princípio masculino. Está ligado às mudanças e recebe vários nomes, dependendo do seu local de culto em terras bantos. É também Hongolô que auxilia na comunicação entre os seres humanos e as divindades.
Saiba mais e veja aqui (disponíveis até 30 de agosto).
domingo 30 de agosto
20h
show de encerramento: Ciel Santos e Rico Dalasam
A programação de Todos os Gêneros 2020 fecha com duas apresentações musicais, nas quais diferentes estilos e ritmos dialogam com o universo queer. Primeiro, o rapper paulista Rico Dalasam traz um pocket show do recém-lançado álbum Dolores Dala Guardião do Alívio, com composições intimistas, baseadas em episódios vividos pelo artista nos últimos anos. Em seguida, o pernambucano Ciel Santos – um brincante de saia e batom, como ele mesmo se denomina – une faixas do disco Enraizado, de 2019, a pontos e loas da cultura popular nordestina. A performance busca desconstruir e ressignificar o discurso heteronormativo bastante presente nessas manifestações culturais.
Saiba mais e veja aqui (disponível até 31 de agosto).