Poeta em imagens propõe que autores se apresentem de maneira não convencional, por meio de fotografias, desenhos ou do que sua criatividade permitir, e comentem essas escolhas. Acesse também a publicação no Instagram do IC.

Um objeto companheiro

Fotografia colorida de um escapulário prateado em frente a uma parede branca
(imagem: Julianna Motter)

Qual é a função desse objeto na sua vida?

de me acompanhar. acho que quando a gente perde uma pessoa que a gente ama, uma pessoa tão estruturante como é uma mãe, a gente acaba se apegando às roupas que ficam, aos adereços, à vasilha de macarrão que ficou no congelador… não sou católica, nem acho que ela era – me deixou com muitos não saberes –, mas ela usava como proteção. eu uso para tê-la sempre me protegendo.

Um poema especial

captura de tela de página do word em que se lê queria agora ventilar meus sentimentos dizer-te dos meus conflitos falar-lhe das minhas fantasias mostrar-lhe minhas cicatrizes que sabe a tua cova é maior que a minha sonia paz jupiassu, minha tia.
(imagem: Julianna Motter)

Por que esse poema?

porque minha tia é uma poeta brilhante e para isso ela não precisa que ninguém saiba ou reconheça, ela só é e isso basta.

Autorretrato

Fotografia em preto e branco de Julianna Motter deitado de lado, aparecendo metade do rosto, sorrindo, com o braço erguido sobre a cabeça.
(imagem: Julianna Motter)

Uma mentira e uma verdade sobre você, sem revelar qual é qual.

me identifico como mulher e eu comia a cabeça do fósforo quando criança.

O que é poesia para você?

Frame de um vídeo, com o play aparecendo. O vídeo é uma gravação de tela de uma página do word com coisas sem escritas. Na imagem está escrito a possibilidade de seguir sonhando mundos (im)possíveis de seguir, sabe? confiar na palavra no tempo no tempo que a palavra leva no tempo que leva a palavra embora... no tempo que a palavra segue a possibilidade de seguir sonhando não perder o olhar mesmo u (palavra interrompida)
O vídeo está disponível no Instagram do Itaú Cultural (imagem: Julianna Motter)

O que é poesia?

a (im)possibilidade de seguir sonhando mundos (im)possíveis.

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Bruno Inokawa e Daniela Paoliello são os novos convidados e participam desta coluna até novembro, transformando palavras em imagem e texto
Fotografia colorida de um homem negro agachado com as duas mãos no chão. Ele veste roupa branca e tênis preto. Está com uma corrente com uma cruz no pescoço. Ele é careca e tem barba por fazer. Ele olha sério para baixo. Há duas mãos segurando ele, passando por baixo das axilas e apoiadas em seus ombros. Uma está pintada de amarelo e a outra de verde, com unhas vermelhas compridas e afiadas. A parede do fundo é branca com um detalhe em vermelho.

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