A partir de 2013, o Itaú Cultural começou a mapear os impactos do Rumos a cada nova edição. A pesquisa, realizada pela socióloga e pedagoga Sonia Kavantan, é feita por meio de um questionário minucioso enviado a participantes do programa – os proponentes aprovados e uma amostragem dos não selecionados – e a membros das comissões de avaliação e seleção. O objetivo é analisar os resultados e os desafios do projeto.

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“Nós estamos constantemente monitorando as necessidades dos produtores e artistas para aperfeiçoar o edital e a dinâmica do programa como um todo. O Rumos é orgânico e as pesquisas nos ajudam a identificar os ajustes necessários”, diz Mayra Koketsu, produtora-executiva do programa.

A pesquisa mostra que, na edição em que comemorou seus 20 anos de existência, a terceira com o novo formato, o edital conseguiu abrir espaço para projetos que não se encaixam nos formatos tradicionais: 48,10% dos proponentes não chegaram a se inscrever em outros editais (uma pequena queda em relação à pesquisa de 2015-2016, em que esse número chegava a 52,22%). Entre as dificuldades apontadas para participar dos outros editais, 20% afirmavam que o projeto não se adequava às exigências. Plataformas pouco funcionais, volume de material impresso e processos muito burocráticos são outras dificuldades relacionadas às demais inscrições. 

A preponderância da Região Sudeste, com o maior número de projetos contemplados, segue desde o início do programa. O estudo, porém, mostra uma tendência de descentralização e crescimento da presença das regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, conforme mostra o quadro abaixo.

Projetos aprovados de cada região nas três últimas edições do Rumos (%)*

 

2013-2014

2015-2016

2017-2018

Sudeste

53,9%

53,4%

42,2%

Sul

15,7%

6,9%

9,2%

Nordeste

19,6%

23,3%

33%

Norte

5,9%

7,8%

11,9%

Centro-Oeste

4,9%

8,6%

3,7%

 

Na última edição, projetos de todos os estados da federação foram contemplados, um avanço em relação à edição de 2015-2016, em que Rondônia e Roraima não estavam representados.

Aumentar a representatividade regional do país entre os projetos contemplados segue sendo um dos grandes desafios. “Ter uma participação mais equivalente das diferentes regiões do país é uma meta a ser alcançada. Todas as mudanças que fizemos no edital caminham para esse sentido. Não apenas na inscrição, mas também na constituição das comissões, temos a preocupação de ter representantes de diferentes estados e com um olhar atento a essa questão. O Itaú Cultural empenha-se para que o Rumos tenha um caráter nacional”, diz Ana de Fátima Sousa, gerente de comunicação do Itaú Cultural e uma das responsáveis pelo Rumos.

Ana de Fátima Sousa, gerente de comunicação do Itaú Cultural e uma das responsáveis pelo Rumos (imagem: Itaú Cultural)


* Pesquisa realizada pela socióloga e pedagoga Sonia Kavantan.

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