Pesquisa mapeia impactos das três últimas edições do programa Rumos
28/08/2019 - 10:00
A partir de 2013, o Itaú Cultural começou a mapear os impactos do Rumos a cada nova edição. A pesquisa, realizada pela socióloga e pedagoga Sonia Kavantan, é feita por meio de um questionário minucioso enviado a participantes do programa – os proponentes aprovados e uma amostragem dos não selecionados – e a membros das comissões de avaliação e seleção. O objetivo é analisar os resultados e os desafios do projeto.
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“Nós estamos constantemente monitorando as necessidades dos produtores e artistas para aperfeiçoar o edital e a dinâmica do programa como um todo. O Rumos é orgânico e as pesquisas nos ajudam a identificar os ajustes necessários”, diz Mayra Koketsu, produtora-executiva do programa.
A pesquisa mostra que, na edição em que comemorou seus 20 anos de existência, a terceira com o novo formato, o edital conseguiu abrir espaço para projetos que não se encaixam nos formatos tradicionais: 48,10% dos proponentes não chegaram a se inscrever em outros editais (uma pequena queda em relação à pesquisa de 2015-2016, em que esse número chegava a 52,22%). Entre as dificuldades apontadas para participar dos outros editais, 20% afirmavam que o projeto não se adequava às exigências. Plataformas pouco funcionais, volume de material impresso e processos muito burocráticos são outras dificuldades relacionadas às demais inscrições.
A preponderância da Região Sudeste, com o maior número de projetos contemplados, segue desde o início do programa. O estudo, porém, mostra uma tendência de descentralização e crescimento da presença das regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, conforme mostra o quadro abaixo.
Projetos aprovados de cada região nas três últimas edições do Rumos (%)*
|
2013-2014 |
2015-2016 |
2017-2018 |
Sudeste |
53,9% |
53,4% |
42,2% |
Sul |
15,7% |
6,9% |
9,2% |
Nordeste |
19,6% |
23,3% |
33% |
Norte |
5,9% |
7,8% |
11,9% |
Centro-Oeste |
4,9% |
8,6% |
3,7% |
Na última edição, projetos de todos os estados da federação foram contemplados, um avanço em relação à edição de 2015-2016, em que Rondônia e Roraima não estavam representados.
Aumentar a representatividade regional do país entre os projetos contemplados segue sendo um dos grandes desafios. “Ter uma participação mais equivalente das diferentes regiões do país é uma meta a ser alcançada. Todas as mudanças que fizemos no edital caminham para esse sentido. Não apenas na inscrição, mas também na constituição das comissões, temos a preocupação de ter representantes de diferentes estados e com um olhar atento a essa questão. O Itaú Cultural empenha-se para que o Rumos tenha um caráter nacional”, diz Ana de Fátima Sousa, gerente de comunicação do Itaú Cultural e uma das responsáveis pelo Rumos.
* Pesquisa realizada pela socióloga e pedagoga Sonia Kavantan.