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A Orquestra de Câmara da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (Ocam – ECA/USP) se apresenta sob a regência do maestro Gil Jardim e convida a Orquestra Mundana Refugi – formada por imigrantes e artistas vindos de países em situação de conflito social, sob a direção artística e musical de Carlinhos Antunes – para um concerto que transcende as fronteiras da própria música e resulta em um mosaico de cores e valores que exalam irmandade e respeito.

“Neste espetáculo vamos fazer uma justaposição de repertórios. As duas orquestras farão algumas músicas sozinhas, mas a maior parte das obras será executada em conjunto pelos 68 músicos [45 da Ocam e 23 da Refugi]”, fala o maestro Gil Jardim. “Vamos tocar trechos de obras como ‘Sinfonietta Nº 1’ e ‘Bachianas Brasileiras Nº 4’, de Villa-Lobos; alguns movimentos de ‘Tributo a Portinari’, de Guerra-Peixe (que fala justamente dos imigrantes brasileiros); ‘Mungu de Cá, de Lokua Kanza e Carlinhos Antunes’; e ‘Caravanas’, de Chico Buarque – que sintetiza o movimento que está acontecendo com a Orquestra Mundana Refugi. Os arranjos sinfônicos foram feitos por mim e por Daniel Muller, sempre tentando preservar com respeito a música étnica na sua origem.”

Carlinhos Antunes acrescenta que vai ser um concerto cheio de timbres, arranjos e diálogos entre a música brasileira e a do mundo. “Gosto muito dessa mistura da ‘música erudita com a popular’, principalmente quando se trata da música popular de várias partes do mundo”, diz. “Toda a minha trajetória dentro e fora do Brasil prezou por fundir a cultura brasileira com outras, que podem ser muito próximas das nossas raízes mais profundas ou mais distantes. Mas a ideia sempre foi ter esse diálogo, mantendo a sua excelência. E a Orquestra Mundana Refugi é um reflexo disso, é um corpo sólido que respeita a diversidade, a oralidade, as formações diferenciadas de alguém que vem da aldeia com alguém que estudou música na universidade, de alguém que era profissional em seu país com alguém que cantava por prazer e nunca havia pisado num palco ou numa sala de música.”

A respeito do convite feito à Orquestra Mundana Refugi para se apresentar com a Ocam, Gil Jardim explica que ele acontece num momento de alarmante reverberação do tema social no cenário mundial e que a música contribui para o contato entre os instrumentistas de ambas a formações, de forma fraternal e construtiva.

“Já existia um trabalho muito bonito da Orquestra Mundana e, recentemente, o Carlinhos organizou com propriedade o recebimento de outros musicistas de várias nações, ampliando a orquestra para Orquestra Mundana Refugi. Quando soube, fiquei encantado. Imaginei que para a Ocam este belo encontro seria uma proposta que iria além da música”, explica o maestro. Calinhos Antunes acrescenta que, para a Refugi, tocar com a Ocam é uma grande alegria. “Eu conheço o Gil há cerca de 40 anos. Há tempos falávamos da possibilidade de fazer algo em conjunto, desde quando eu estava à frente da Orquestra Mundana. Quando ela foi ampliada para Orquestra Mundana Refugi (em 2017), ele nos convidou e ficamos muito felizes por poder mostrar o nosso repertório ampliado pelos outros músicos da Ocam”, diz. “Espero que este seja o primeiro encontro de muitos.”

Sobre a Orquestra Mundana Refugi

A Orquestra Mundana Refugi, formada em agosto de 2017, reúne artistas (23 na formação atual) de diversos países e traz vivências e formas distintas de abordar a música. O grupo é composto de imigrantes e artistas vindos de países em situação de conflito social.

“No aniversário de 15 anos da Orquestra Mundana, completados em 2017, eu me reuni com a Cléo Miranda, assistente social, e contei que gostaria de integrar imigrantes e refugiados na orquestra, já que a origem dela se deu da junção de nordestinos e imigrantes do Brasil e demais povos que estavam em São Paulo”, explica Carlinhos Antunes. “Assim, criamos o Projeto Refugi, que coloca a questão do refugiado no palco das discussões. Desse processo, conseguimos incorporar mais músicos na orquestra e, assim, surgiu a Orquestra Mundana Refugi, que veio para ficar”.

Sobre a Ocam

Criada em 1995 pelo maestro Olivier Toni, tem como propósito dar suporte às atividades pedagógicas desenvolvidas no Departamento de Música da ECA/USP. Dirigida desde 2001 pelo maestro Gil Jardim, caracteriza-se pela qualidade de suas performances musicais, pela abrangência arrojada de sua programação e pela maneira personalizada por meio da qual desenvolve todas as ações de comunicação e relacionamento que sustentam sua proposta artística, sendo referência entre as orquestras brasileiras.

Ocam
sexta 24 de agosto de 2018
às 21h
[duração aproximada: 90 minutos]

ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada)

[livre para todos os públicos]

abertura da casa: 90 minutos antes do espetáculo

Os ingressos podem ser adquiridos pelo site Ingresso Rápido, em seus pontos de venda e pelo telefone 11 4003 1212. Também estão à venda na bilheteria do Auditório Ibirapuera, nos seguintes horários:
sexta e sábado das 13h às 22h
domingo das 13h às 20h

 

 

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