Clarice Hoffmann
Pesquisa e difusão
Recife/PE

Histórias sobre artistas saem de arquivos da extinta Delegacia de Ordem Social e Política de Pernambuco (Dops/PE) para revelar uma cena cultural e cosmopolita existente no Recife durante as décadas de 1930 e 1950.

O material de origem é um conjunto de fichas produzido pela Dops/PE e dedicado exclusivamente à identificação e ao controle de artistas, muitos deles estrangeiros e em trânsito para Pernambuco, entre os anos de 1934 e 1954. Ao todo, são 403 fichas, com seus prontuários correlatos, que repousavam nos arquivos da delegacia desde 1991, sob a salvaguarda do Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano (Apeje), até caírem sob os olhos da pesquisadora, jornalista e produtora Clarice Hoffmann.

A investigação preliminar sobre a documentação apontou para a existência de uma movimentação cultural protagonizada por sujeitos aparentemente desconhecidos e por artistas cujas vidas e obras se confundem com a história do circo, do teatro, da música, do rádio e do cinema brasileiros. Para conhecer esse capítulo até então adormecido da história da arte no Brasil, Clarice idealizou o projeto, cujos resultados falam de artistas que criaram táticas de resistência à repressão do Estado.

O conteúdo valioso desse trabalho pode ser acessado no site obscurofichario.com.br, que abrirá espaço, por meio de uma convocatória, para que outros artistas enviem projetos que possam, por diversas linguagens e inspirados na documentação, ressignificar a maquinaria discursiva criada pela polícia sobre essas pessoas.

Com assessoria histórica de Durval Muniz de Albuquerque Júnior, o projeto conta com os pesquisadores convidados Alexandre Figueirôa e Marcília Gama.

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