Morre, aos 56 anos, o artista visual paulista Hudnílson Jr. Conhecido pelos trabalhos com forte apelo homoerótico – na tentativa de debater o sexo e a liberdade e criticar a moral e a política –, o artista era visto como um realizador radical, exatamente pelo pioneirismo nas experimentações com o corpo masculino em toda a sua amplitude, distanciada da simples exploração erótica e do entretenimento.
Em 1979, fundou o grupo 3nós3, com os artistas Rafael França (1957-1991) e Mário Ramiro (1957), que até 1982 realizou intervenções artísticas na paisagem urbana de São Paulo. Numa de suas séries mais conhecidas, Exercícios de Me Ver (realizada a partir de 1982), o artista retratou uma simulação de si próprio relacionando-se sexualmente com uma fotocopiadora. Com esse trabalho, tornou-se um dos pioneiros da arte xerox no Brasil. Ao longo de sua carreira, participou da 18ª Bienal de São Paulo, em 1985, da 1ª Bienal de Havana, um ano antes, e da 3ª Bienal do Mercosul, em 2002.
É interessante pensar que, desde a época da ditadura militar, Hudnílson já usava o corpo como uma arma contra a opressão em questões ligadas à sexualidade e às liberdades individuais, temas que ainda hoje são um tabu para a sociedade em geral.
Conheça mais sobre Hudnílson na Enciclopédia de Artes Visuais.