Morreu nesta terça-feira, 3 de agosto, em São Paulo (SP), José Ramos Tinhorão. Segundo comunicado da Editora 34, o jornalista, historiador, pesquisador e crítico musical estava internado há dois meses com pneumonia. O enterro será na tarde desta quarta-feira, dia 4 de agosto, na capital paulista.

Com mais de 25 livros publicados, todos sobre cultura popular e/ou música popular brasileiras, José Ramos Tinhorão nasceu em Santos (SP), em 1928, e foi criado no Rio de Janeiro. Viveu lá até 1968, quando se mudou definitivamente para São Paulo. Seu imenso acervo, que reúne discos, jornais, livros, fotos e partituras, está disponível no Instituto Moreira Salles.

Em 2003, Tinhorão foi convidado do Jogo de Ideias, programa de entrevistas do Itaú Cultural, na época gravado com a presença do público. Na ocasião, ele falou exatamente da venda do seu acervo para o IMS, além de outros temas, como sua metodologia de pesquisa e análise, e do fim das músicas carnavalescas, natalinas e juninas no Brasil.

Homem idoso está sentado, de terno cinza. Ele usa um microfone de lapela na gravata, também cinza. Ele gesticula com a mão.
José Ramos Tinhorão morreu aos 93 anos nesta terça-feira, 3 de agosto de 2021, em São Paulo (SP) (imagem: frame de vídeo)

Polêmico, José Ramos Tinhorão era um crítico incisivo da Bossa Nova e do Tropicalismo. Sobrava até para Tom Jobim (1927-1994), acusado por Tinhorão de fazer música americanizada.

“A música é uma linguagem e, se você não usa uma linguagem sua, vai sempre colocar azeitona na empada do outro”, disse no Jogo de Ideias.

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