Semana de Gestão e Políticas Culturais (Foz do Iguaçu/PR) | INSCRIÇÕES ENCERRADAS
12/04/2018 - 00:00
- apresentação
- programação
Estarão abertas as inscrições para a Semana de Gestão e Políticas Culturais no período de 13 de abril a 2 de maio de 2018.
A semana acontecerá de 5 a 9 de junho de 2018, das 9h às 18h. Esta edição será realizada em parceria com a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), sediada em Foz do Iguaçu (PR).
O programa, que conta com aulas expositivas, debates em grupo, visitas técnicas a equipamentos culturais e estudos de caso, é dividido em sete módulos: Mapeamento Participativo Preliminar e Diagnóstico Participativo; Cultura, Arte, Identidade e Diversidade: Panorama Conceitual; Políticas Culturais no Brasil – Histórico e Institucionalidade; Cultura e Legislação: Direitos Autorais, Leis de Incentivo e Acessibilidade; Planejamento e Produção Cultural: Ferramentas; Articulação e Mobilização de Recursos; e Cultura e Desenvolvimento: os Impactos Gerados por Iniciativas Culturais.
Semana de Gestão e Políticas Culturais (Foz do Iguaçu/PR)
terça 5 a sábado 9 de junho de 2018
50 vagas – inscrições gratuitas de 13 de abril a 2 de maio, pelo link
[Divulgação dos selecionados no dia 8 de maio.]
Mais informações pelo e-mail anibal.pozzo@unila.edu.br ou pelo telefone 45 3529 2849.
Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Auditório Martina Piazza) | Avenida Tarquínio Joslin dos Santos, 1000
Entrevista: políticas culturais e as tecnologias de informação e comunicação
Cultura e Desenvolvimento: os Impactos Gerados por Iniciativas Culturais
O módulo final do curso reflete sobre as transformações desencadeadas ou potencializadas por projetos, programas, políticas e organizações culturais. Discute-se a relação entre cultura e desenvolvimento – na contramão da associação entre economia e desenvolvimento. Os participantes são incentivados a pensar na cultura relacionada a transformações urbanas, a recriações identitárias, a mudanças na qualidade de vida das pessoas, à visibilidade de determinados grupos e regiões etc. A aula destaca o potencial transformador das iniciativas culturais e a importância de monitorar e avaliar tais impactos.
Ana Elisa Wortman é doutora em ciências sociais pela Universidade de Buenos Aires (UBA), onde é professora da Faculdade de Ciências Sociais. É pesquisadora do Instituto Gino Germani na área de estudos culturais. É membro da rede Culturelink, sediada em Zagreb, Croácia, e do Fórum Universitário do Mercosul (Fomerco). Pertenceu ao Grupo de Trabalho Cultura e Poder e Consumos Culturais do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso). Atualmente é diretora de subsídios de pesquisa para grupos consolidados da Secretaria de Ciência e Técnica da UBA (UBACyT, na sigla em espanhol). Seus últimos livros são Construcción Imaginaria de la Desigualdad Social (2007), Entre la Política y la Gestión de la Cultura y el Arte (2007) e Nuevos Actores en la Argentina Contemporânea (2009). Publicou em 2010 ensaio sobre classes médias na Argentina em volume coletivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), coordenada por Rolando Franco e Martín Hopenhayn.
Articulação e Mobilização de Recursos
O módulo parte de uma discussão sobre a sociedade em rede e sobre o impacto das novas tecnologias digitais. No que diz respeito à gestão e à produção cultural, a reflexão se concentra nas diferentes modalidades de articulação e mobilização do profissional da cultura. A atividade destaca a importância de articular com outros agentes e organizações – como modo de suprir lacunas e potencializar ações e resultados – e de compartilhar equipamentos, know-how e experiências.
Rodrigo Savazoni é mestre e doutorando em ciências humanas e sociais pela Universidade Federal do ABC, onde integra grupos de pesquisa sobre cultura e tecnologia. É escritor, realizador multimídia, produtor cultural e estudioso das dinâmicas culturais contemporâneas. Atualmente é um dos diretores do Instituto Procomum e coordena o LABxS (Lab Santista), laboratório cidadão e centro cultural independente, na cidade de Santos (SP). Criador do Festival CulturaDigital.Br e do projeto Produção Cultural no Brasil, é ainda autor de inúmeros livros, publicados no Brasil e no exterior, entre eles CulturaDigital.br (2009), em parceria com Sergio Cohn, e Os Novos Bárbaros – a Aventura Política do Fora do Eixo (2014).
Planejamento e Produção Cultural: Ferramentas e reflexão e prática 2: estudo de casos
Este módulo apresenta o passo a passo do planejamento de um projeto cultural, desde sua concepção até sua execução. Serão discutidas estratégias de relacionamento do produtor cultural com apoiadores, artistas e públicos e apresentadas ferramentas de planejamento e gestão. Em um segundo momento serão apresentados estudos de casos. O grupo receberá ainda um convidado com atuação diferente do cenário de Foz do Iguaçu e região da Tríplice Fronteira, que falará sobre sua trajetória, destacando experiências, seu modo de planejamento, de produção, gestão e mediação.
Ana Helena Curti tem licenciatura plena em educação artística (artes plásticas) pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), onde é aluna do curso de direito, e pós-graduação lato sensu em gestão cultural: cultura, desenvolvimento e mercado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de São Paulo (Senac). É professora dos cursos de graduação e pós em fotografia e do curso de produção cultural da Faap, assim como da SP Escola de Teatro e do Centro de Formação das Artes do Palco. É coordenadora e professora do curso Art Business da Escola São Paulo. Criou a galeria Arte3 em 1986 e atualmente é presidente do Conselho de Administração do Centro Cultural Brasil Turquia e presidente da Associação Brasileira de Produtoras Independentes das Artes Visuais.
Moacir Ferreira é graduando em letras, artes e mediação cultural pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) e produtor cultural com experiência na área de artes, com ênfase em cenografia e produção cultural. Realizou diversos projetos de arte e cultura na fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina com o objetivo de integração e coprodução entre artistas regionais do Mercosul.
Cultura e Legislação: Direitos Autorais, Leis de Incentivo e Acessibilidade
Em diálogo com o conteúdo trabalhado na manhã do mesmo dia, este módulo introduz o universo da propriedade intelectual, do direito autoral e do direito de imagem. Em seguida, são discutidos as leis de incentivo à cultura – que, apesar das controvérsias, viabilizam a maior parte da produção cultural brasileira – e seus mecanismos de dedução de impostos para patrocinadores. Por fim, o encontro reflete sobre os desafios da acessibilidade, que nos últimos anos vem se tornando exigência ética e legal nos eventos culturais.
Aline Freitas é graduada e mestre em direito do Estado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Sócia do escritório Cesnik, Quintino e Salinas Advogados, membro da Comissão de Estudos de Mídia e Entretenimento do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp) e ex-assessora na Secretaria-Geral da Presidência da República na agenda do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil. É ainda professora em cursos de mídia e entretenimento e autora do livro Direito à Cultura e Terceiro Setor, assim como de diversos artigos sobre financiamento público ao entretenimento.
Felipe Mianes é graduado em história pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e mestre e doutor em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sendo o doutorado com período na Universidade Autônoma de Barcelona. Cursa o pós-doutorado em educação pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e realiza pesquisas na área de educação inclusiva, acessibilidade e audiodescrição, com ênfase nos processos culturais e sociais de inclusão.
Políticas Culturais no Brasil: Histórico e Institucionalidade
O terceiro módulo divide-se em dois momentos. No primeiro, será traçado um histórico das políticas culturais no Brasil, partindo da consolidação dessas, nos anos 1930 – com a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) e a aproximação de intelectuais do Estado –, passando por momentos como a criação de leis de incentivo à cultura, logo após o fim da ditadura militar, e a era do Partido dos Trabalhadores no Ministério da Cultura (MinC) – marcada pela ampliação da participação popular e do conceito de cultura – até o momento atual.
Lia Calabre é doutora em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Pesquisadora e chefe do setor de estudos de política cultural da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) e coordenadora da Cátedra Unesco de Políticas Culturais e Gestão da FCRB. É ainda professora dos programas de pós-graduação em memória e acervos da FCRB e de cultura e territorialidades da UFF, e professora dos MBAs de gestão e produção cultural da Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro, e da Universidade Cândido Mendes. Organizadora de diversos livros, também é autora de, entre outros: Políticas Culturais no Brasil: dos Anos 1930 ao Século XXI (2009), Políticas Culturais no Brasil: História e Contemporaneidade (2010), Políticas Culturais: Informações, Territórios e Economia Criativa (2013) e Políticas Culturais: Olhares e Contextos (2015).
Cultura, Arte, Identidade e Diversidade: Panorama Conceitual e visita técnica
No segundo módulo, discutem-se o conceito de cultura e noções relacionadas a ele e derivadas dele, como arte, identidade, diversidade, memória e patrimônio. Entre as questões que serão abordadas estão: quais são as relações entre arte e cultura? O que significa capital cultural e como ele influencia as práticas culturais? Como lidar com a identidade cultural no mundo contemporâneo se, de um lado, observamos tendências de homogeneização e, de outro, se multiplicam e fortalecem as identidades locais? O patrimônio cultural registra a memória coletiva ou constrói e reinventa essa memória? Além desse debate, acontece uma visita técnica a espaços culturais na região, como coletivos e ateliês de artistas.
Ilana Seltzer Goldstein é bacharel e mestre em ciências sociais pela Universidade de São Paulo (USP), doutora em antropologia social pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pós-graduada em mediação cultural pela Universidade Paris III – Sorbonne Nouvelle. De 2008 a 2014 foi docente e coordenadora do MBA em bens culturais da Fundação Getulio Vargas. É professora adjunta da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), responsável pelo segmento de arte indígena e arte popular dentro do departamento e do Programa de Pós-Graduação em História da Arte. Coordena a Cátedra Kaapora da Unifesp, voltada à diversidade cultural. Atua há mais de 15 anos como consultora nas áreas social e cultural. Entre suas publicações, destacam-se os livros O Brasil Best-Seller de Jorge Amado: Literatura e Identidade Nacional e Responsabilidade Social: das Grandes Corporações ao Terceiro Setor.
Mapeamento Participativo Preliminar e Diagnóstico Participativo
O primeiro módulo pretende ancorar o curso na realidade social, simbólica e territorial de Foz do Iguaçu e da região da Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai). O grupo construirá um mapa da região, indicando as comunidades que vivem ali, além dos recursos naturais e culturais, das potencialidades e dos problemas. Será realizado também um diagnóstico a fim de explorar a realidade do local a partir de diferentes formatos, como construção de mapas, levantamento de dados, entrevistas, depoimentos e documentos.
Ana Paula do Val é mestre em estudos culturais pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em cultura e comunicação pela Universidade Paris VIII, na França. Possui graduação em arquitetura e urbanismo pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) e graduação em artes plásticas pela Städelschule, na Alemanha. É pesquisadora do núcleo de cultura do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), de São Paulo, do Observatório da Diversidade Cultural (ODC), de Minas Gerais, e do Grupo de Estudos Multidisciplinares em Urbanismos e Arquiteturas do Sul (Maloca). Coordena um mapeamento de práticas artísticas, culturais, ambientais e turísticas na Baixada Santista (SP) e no Vale do Ribeira (SP) para o Serviço Social do Comércio (Sesc/S P) e um mapeamento de cadeias de economia da cultura nos Centro de Artes e Esportes Unificados (CEUs) em quatro estados. É ainda a organizadora e autora da pesquisa de mapeamento de práticas culturais na zona sul de São Paulo, também para o Sesc, em 2011.