De 7 de outubro a 2 de novembro, a terceira edição do Festival Arte como Respiro chega mais plural do que nunca. Artes cênicas, música, artes visuais, literatura e poesia surda exibem parte dos trabalhos contemplados nos múltiplos editais de emergência.

Os espetáculos de artes cênicas ficam disponíveis por apenas 24 horas, a partir do momento da sua disponibilização, aqui no site do Itaú Cultural. Confira abaixo a programação que abre o festival, no dia 7 de outubro.

[os links serão disponibilizados nos respectivos horários]

Rede de Pulgas (CE)
Gabriela Jardim e Lívia Soares

quarta 7 de outubro de 2020
às 20h
[duração aproximada: 8 minutos]
disponível até as 20h de 8 de outubro

[livre para todos os públicos]

O que acontece com os corpos e as mentes em uma imposição tão abrupta? Artistas autônomas buscando uma forma de reviver, recriando composições cênicas no espaço recortado do isolamento: casa. A rede é o que resta, onde se projetam as ações, as lembranças, a força, a inquietude, as impossibilidades, o quase possível. Tudo isso coça, pinica, movimenta.

Confira o Instagram de Gabriela Jardim e de Lívia Soares.

Rede de Pulgas (imagem: Livia Soares)

Menina em Casa (RJ)
Amanda Gouveia

quarta 7 de outubro de 2020
às 20h
[duração aproximada: 6 minutos]
disponível até as 20h de 8 de outubro

[livre para todos os públicos]

Menina em Casa é um passeio pelo cotidiano de uma mulher autônoma que aproveita sua privilegiada quarentena reinventando o modo de encarar seu dia a dia. Cada passo que dá é coragem e resistência. Com a leveza de sua menina interior e ousadia nos detalhes, abraça este novo amigo: o autocuidado.

Menina em Casa (imagem: Klaus Schmaelter)

Entre o Fechar e o Abrir dos Olhos (BA)
Drica Rocha

quarta 7 de outubro de 2020
às 20h
[duração aproximada: 9 minutos]
disponível até as 20h de 8 de outubro

[classificação indicativa: 14 anos]

Entre o Fechar e o Abrir dos Olhos é uma performance em construção, cujo processo criativo teve como alicerce três pontos de partida: a poesia "Não basta abrir a janela", de Alberto Caeiro; o olhar como elemento constitutivo do movimento; e a janela, instigando o mover de ideias e sensações. No momento de isolamento social e ressignificação durante a pandemia, este solo é um convite ao desabafo do corpo preso, propondo encontrar, entre ruínas e solturas pessoais, possíveis meios de transformação a partir do mover das edificações internas, suas frestas e janelas. A fusão com o inacabado evidencia o contraste entre cimento – que enclausura e enrijece – e tecido vivo – que sente, comunica e reage. Essa conexão pode ser uma abertura à provocação poética do ser, que se dilui na matéria inorgânica, encontrando assim possibilidades para abrir-se a novos olhares e sensações. O fechar dos olhos pode abrir outras janelas.

Entre o Fechar e Abrir os Olhos (imagem: Drica Rocha)

Mulher do Fim do Mundo (SP)
Cia. Cênica Nau de Ícaros

quarta 7 de outubro de 2020
às 20h
[duração aproximada: 68 minutos]
disponível até as 20h de 8 de outubro

[classificação indicativa: 12 anos]

Mulher do Fim do Mundo: Manutenção e Criação em Cena é um projeto potente e profundo, que buscou encontrar na relação entre arte e cotidiano as diversas camadas subjetivas do universo feminino no que diz respeito ao assolamento de atividades e tarefas da mulher contemporânea. Trazer à luz a importância das "atividades de manutenção” associadas à vida doméstica, atribuindo seu devido valor para a criação de novos mundos, segue sendo uma significativa tarefa no atual momento de pandemia.

Inspiradas pela música de Elza Soares, as intérpretes mergulharam na intersecção entre suas próprias míticas pessoais e nos atravessamentos provindos das diversas ações performáticas realizadas no processo de criação do espetáculo, apontando para a criação de novos modos de existência, dado o esgotamento de um corpo-mulher amplamente questionado nas últimas décadas.

Confira o site da companhia.

Mulher do Fim do Mundo (imagem: Ale Catan)

Veja a programação completa da terceira edição do Festival Arte como Respiro.

Veja também