A exposição German Lorca: Mosaico do Tempo, 70 Anos de Fotografia, em cartaz no Itaú Cultural, faz um passeio retrospectivo pela produção de um dos mais relevantes fotógrafos brasileiros do último século e importante representante do movimento modernista na fotografia brasileira.

O pensamento modernista alcançou a produção fotográfica nacional mais de duas décadas depois da Semana de 22, evento inaugural do movimento no país, com Geraldo de Barros e suas experimentações que, à época, chocaram os fotógrafos contemporâneos ao artista.

Na década de 1940, o Banco Itaú iniciou a aquisição de obras de artes para seu acervo, que viria a se tornar a maior coleção de arte particular da América Latina, composto de mais de 12 mil obras, entre pinturas, gravuras, esculturas, fotografias, instalações e peças das coleções Itaú Numismática e Brasiliana Itaú.

A partir desse conjunto, gerenciado pelo Itaú Cultural, foi criada em 2012 a exposição O Elogio da Vertigem: Coleção Itaú de Fotografia Brasileira. Com curadoria de Eder Chiodetto, esteve primeiramente em Paris, para depois itinerar por cinco cidades brasileiras.

Nas palavras do curador:

“O Elogio da Vertigem: Coleção Itaú de Fotografia Brasileira envereda pelos últimos 60 anos da produção de caráter mais experimental como forma de ilustrar a capacidade nacional de absorver e transformar influências estrangeiras, de refletir a vertiginosa história política do país nesse período e de encontrar, entre tantos labirintos, a expressão pulsante e genuína que colocou o Brasil entre os principais polos de criação artística no campo da fotografia.”[1]

Uma parceria bem-sucedida no ano de 2009 com a Maison Européenne de la Photographie – uma das mais importantes instituições de difusão da fotografia mundial – trouxe para o Itaú Cultural um recorte de seu acervo com a exposição A Invenção de um Mundo – Coleção da Maison Européenne de la Photographie. Três anos depois foi a vez de a produção fotográfica brasileira ser exposta para o público francês, na primeira montagem da mostra.

No mesmo ano a exposição chegou a terras brasileiras, no Rio de Janeiro, montada no Paço das Artes – outra instituição parceira do instituto. Nos anos seguintes, percorreu as cidades de São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake; Belo Horizonte, na Galeria Alberto da Veiga Guignard; Belém, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas; e Ribeirão Preto, no Instituto Figueiredo Ferraz.

Na exposição, que em três anos percorreu cerca de 15 mil quilômetros, havia cinco fotografias de German Lorca, as quais fazem parte do Acervo do Banco Itaú. Essas fotografias estão agora expostas na mostra que ficará em cartaz no instituto até o início de novembro.

 


[1] CHIODETTO, Eder. O Elogio da Vertigem. In: Éloge du vertige. Photographies de la collection Itaú, Brésil = O elogio da vertigem. Coleção Itaú de fotografia brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2012. p. 11. Publicação da exposição realizada no período de 17 de janeiro a 25 de março de 2012, presente no acervo do Centro de Memória Itaú Cultural.

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