Embora haja muitas versões sobre o processo de independência do Brasil e o momento em que de fato aconteceu, o dia 7 de setembro marca oficialmente a emancipação política brasileira em relação a Portugal.
O Espaço Olavo Setubal, exposição permanente que reúne obras de duas coleções específicas – Brasiliana Itaú e Itaú Numismática –, apresenta conteúdos que tratam de cinco séculos da história do Brasil, incluindo obras e documentos sobre a da independência do país, em 1822.
Tais materiais estão concentrados na exposição no módulo 7 – O Brasil do Império. Registro raro em perfeito estado de conservação, a Ata de Aclamação de D. Pedro I é o documento oficial que nomeia D. Pedro I como Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.
A imagem a seguir é uma reprodução do quadro Aclamação de D. Pedro I, de Jean-Baptiste Debret. O pintor, desenhista, gravador e decorador francês chegou ao Brasil em 1816, como integrante da Missão Artística Francesa. Debret se instalou no Rio de Janeiro e, além deste quadro, realizou uma série de obras que registram a estada da família real no Brasil.
Outra obra em exposição é a primeira moeda do Brasil independente, conhecida como Peça da Coroação, cunhada em 1822 para marcar a sagração e coroação de D. Pedro I como imperador. Tida como a mais valiosa moeda brasileira, dela foram produzidos apenas 64 exemplares. A peça desagradou a D. Pedro I em razão dos equívocos cometidos pelos mestres cunhadores que caracterizaram o imperador com o busto nu e uma coroa de louros, semelhante à figura de um ditador romano; o título em latim foi gravado de forma incompleta na legenda da moeda, o correto seria: “D. Pedro I, pela Graça de Deus, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil”, conforme nomeado na Ata de Aclamação; e, por fim, foi colocado, equivocadamente, sobre o brasão imperial a coroa real.
Em decorrência da independência do Brasil, D. Pedro I também criou a primeira ordem honorífica genuinamente brasileira, a Ordem Imperial do Cruzeiro, para lembrar sua aclamação como imperador. A concepção e o nome da insígnia fazem referência à constelação do Cruzeiro do Sul, visível no hemisfério sul durante praticamente todo ano.