por Ana Luiza Aguiar

A produtora e cineasta Elen Lilith tem uma ligação muito forte com o terreiro Ilê Kaió Alaketu, que fica no Alto do Rosarinho, em Cachoeirinha, na Bahia, e foi lá que ela conheceu um grupo de mulheres que tinham a costura como ofício. “Elas queriam se especializar na arte que já produziam, mas eu propus que fôssemos além e criássemos uma linha de roupas autoral voltada para a moda afro”, explica Elen. E foi assim que nasceu a marca Preta, que recebeu o apoio do Rumos Itaú Cultural 2019-2020.

No entanto, assim como quase tudo o que aconteceu em 2021, o projeto foi duramente afetado pela pandemia de covid-19. A ideia inicial era a de realizar um laboratório de design de moda para dez costureiras profissionais, o qual culminaria em um desfile de moda para o lançamento da marca, que seria vendida em uma feira de negócios étnicos.

Inicialmente, Elen pensou em adaptar o projeto e realizar o laboratório de forma on-line, porém a realidade das alunas não permitia, já que quase nenhuma delas tinha acesso à tecnologia necessária para viabilizar o trabalho de forma virtual. Por isso, houve a escolha de adiar o laboratório até que fosse possível realizá-lo de forma presencial, o que acabou acontecendo em novembro de 2021. Os 12 encontros previstos foram concentrados em um único mês. O desfile será transformado em um ensaio fotográfico e deverá acontecer no primeiro trimestre de 2022. Os módulos serão desenvolvidos por profissionais da área de moda afro, costureiras e artesãs locais e técnicos da área de gestão e finanças de negócios.

No projeto – ainda em desenvolvimento –, as alunas atuam em duplas para desenvolver figurinos que foram esboçados durante as aulas. Ao todo serão 36 trajes produzidos pela marca, pensados para adultos e crianças de todos os gêneros.

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