por Ana Luiza Aguiar

A oitava edição do Festival de Circo de Taquaruçu – que, realizado nessa cidade do Tocantins, é o maior das regiões Norte e Nordeste do Brasil – acontece entre os dias 9 e 12 de dezembro com uma programação 100% gratuita e on-line. Esta edição – a segunda feita de maneira virtual – conta ainda com oficinas voltadas para profissionais que ficam nos bastidores. “Queremos valorizar quem está por trás de tudo e que ‘faz a luz acender’. Sem eles, não há espetáculo”, explica a produtora-executiva do festival, Marcela Pultrini.

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A programação repete um modelo já consagrado pelos produtores em eventos como a Noite de gala e a Noite da palhaçaria, mas traz também a experiência interativa de redes sociais iniciada em 2020, por exemplo com o ciclo de cursos Circonectados. Na agenda, estão incluídos ainda os espetáculos Raiow Rainhas, do coletivo paulistano de palhaçaria Rainhas do Radiador, e o inédito Micélios, da companhia tocantinense Circo Os Kaco. A música também ganha espaço, com o show Amanda canto violado, da violeira e compositora goiana Amanda Ricoldi.

Nesta edição, o festival quer promover um diálogo mais  profundo entre o cinema e o circo, trazendo para o público novas perspectivas das cenas, números e espetáculos. Como foram selecionados pelo edital do Rumos Itaú Cultural 2019-2020, puderam dar continuidade a uma parceira com a Círculo Filmes e a Cultivo Projetos e Soluções Criativas.

Oficinas

Neste ano, o festival conta com uma programação formativa dedicada aos bastidores do picadeiro (para participar, faça sua inscrição no site). A técnica de som e produtora Kenia Feitoza comanda uma oficina sobre noções básicas de áudio para artistas da cena. Já a designer de luz Lara Cunha é responsável por uma formação sobre iluminação cênica. Fechando esse ciclo de atividades, a advogada Cláudia d´Árcadia mediará uma atividade abordando direitos autorais e licenciamentos musicais para espetáculos e conteúdos digitais de circo. “Esse ano essa foi uma grande questão durante o processo de seleção dos espetáculos que vão fazer parte da Noite da palhaçaria. Muitos dos inscritos incluíam músicas que não tinha liberação para uso”, conta Marcela.

Como todo ano, o Festival de Circo de Taquaruçu também se dedica em 2021 ao debate e a reflexões sobre desenvolvimento sustentável. Desde 2016 o Circo Os Kaco aproveita o festival para promover o PermaCirco, um conjunto de experimentações coletivas que promovem a difusão de alternativas responsáveis por meio da permacultura para a produção de alimentos agroecológicos, a bioconstrução e também o saneamento básico. Neste ano o Circo Os Kaco convidou para rodas de conversa o mestre bambuzeiro Lúcio Ventania, o bioconstrutor Dennis Margera, o permacultor Antônio Floresta e os coletivos Ciclovida e Trupe RAIS, além da brincante e arte-educadora Odília Nunes. Os encontros acontecerão em formato de lives no Instagram e no YouTube.

Histórico

Pioneiro em sua linguagem no Norte do Brasil, o festival completa oito anos de existência, promovendo espetáculos inéditos, intervenções, oficinas, debates e uma programação gratuita para o público. Ao todo, já passaram mais de 500 artistas, produtores e técnicos de todas as regiões do país e de vários países da América Latina. O festival é organizado pelo Circo Os Kaco, companhia criada em 2009, com sede em Taquaruçu desde 2013. Eles fazem parte da Rede Circo do Mundo Brasil e da Rede Corpo Bambu. Hoje, a sede do grupo, o Centro Cultural Circo Os Kaco, funciona como uma casa de espetáculos na qual circulam peças teatrais e circenses, musicais, performances e artes integradas. É também onde acontece o Festival de Circo de Taquaruçu. O espaço recebe, ainda, atividades integrativas como ioga, circo, capoeira de Angola, música e permacultura.

Festival de Circo de Taquaruçu
de quinta 9 a domingo 12 de dezembro de 2021
confira os horários no site
on-lineYouTube do Circo Os Kaco
inscrições para oficinas no site do Os Kako

Atividade gratuita

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