O palhaço, acrobata, ator, instrumentista, compositor, ensaiador, dramaturgo e empresário Benjamim de Oliveira – homenageado pela 54ª edição do programa Ocupação Itaú Cultural – teve sua biografia reeditada pela editora WMF Martins Fontes, com o apoio do Itaú Cultural (IC) em 2022. Agora a obra ganha edição digital gratuita, disponível aqui no site do IC, na página do Issuu da organização e em livrarias digitais.

Circo-teatro: Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil é a segunda edição da biografia feita pela historiadora Erminia Silva, uma das mais importantes pesquisadoras do circo-teatro no Brasil.

Capa do livro Circo-teatro: Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil. Na imagem, Benjamim de Oliveira sorri e tem uma de suas mãos apoiadas na lateral de sua cabeça. A fotografia de Benjamim possui um filtro rosa e amarelo. No canto superior direito da capa, o nome da autora Ermínia Silva. Ao centro, o título Circo-teatro e no canto inferior esquerdo o subtítulo Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil. Todos os textos estão em azul.
Capa do livro Circo-teatro: Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil (imagem: divulgação)

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Erminia faz a figura ímpar de Benjamim transitar pela rica história das famílias circenses, brasileiras e estrangeiras, que encantaram multidões e revela preciosidades sobre outros artistas da época também formados na escola do circo: uma escola informal, mas rigorosa, que transmitiu práticas e saberes seculares às novas gerações sobre essa linguagem artística complexa, dinâmica e popular, que, por séculos, tem encantado gerações independentemente de gênero, faixa etária, poder aquisitivo ou grau de instrução.

“Acompanhando os passos de Benjamim, compreendi o circo como um ofício que abria um leque de atuação dos artistas, convertendo-os em verdadeiros produtores culturais. Ser conduzida pela mão do artista, de seus mestres e parceiros permitiu-me observar características significativas que compunham o conjunto do trabalho circense e acabaram por orientar este estudo: a contemporaneidade da linguagem circense, a multiplicidade da sua teatralidade, o diálogo e a mútua constitutividade que estabeleciam com os movimentos culturais da época. [...] 

“Não se pode estudar a história do teatro, da música, da indústria do disco, do cinema e das festas populares no Brasil sem considerar que o circo foi um dos importantes veículos de produção, divulgação e difusão dos mais variados empreendimentos culturais. Os circenses atuavam num campo ousado de originalidade e experimentação. Divulgavam e mesclavam os vários ritmos musicais e os textos teatrais, estabelecendo um trânsito cultural contínuo das capitais para o interior e vice-versa. É possível até mesmo afirmar que o espetáculo circense era a forma de expressão artística que maior público mobilizou durante todo o século XIX até meados do XX.”

A obra se constrói a partir de um extenso trabalho documental, que proporciona um detalhado levantamento histórico da vida do artista – um palhaço negro que não aceitou o papel subalterno reservado a ele pela cultura branca dominante, jogando luz sobre o próprio desenvolvimento do circo no país a partir do final do século XVIII.

Erminia Silva é doutora em história social da cultura [Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH/Unicamp)], cocoordenadora do circonteudo.com e do Circus [Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp], professora da Escola Livre de Palhaços (Eslipa) e coorganizadora do grupo Psircos. Venceu, em 2012, o Prêmio Governador do Estado para a Cultura/SP. Foi cocuradora da Ocupação Benjamim de Oliveira, do IC, com Daniel de Carvalho Lopes, que participou da nova edição do livro na revisão e na coautoria do capítulo V.

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