Era 1993 quando Chico Buarque surgiu com a canção “Paratodos”, faixa do álbum homônimo, homenagem aos antepassados do compositor e a diversos artistas brasileiros. Essa ideia de exaltação da cultura nacional se mantém no lançamento do videoclipe da música, uma das ações empreendidas pelo Museu do Ipiranga em comemoração da data da Independência do Brasil. Com arranjo inédito de Carlinhos Antunes e Gabriel Levy para a Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo (Osusp) e para o Coral da Universidade de São Paulo (Coralusp), a produção traz interpretações das cantoras Anastácia, Kaê Guajajara, Negra Li e Tainara Takua, além do próprio Chico. Dirigido por Maria Thais e Yghor Boy, o clipe estreia em 7 de setembro, às 14h, nas plataformas do museu, do Sesc/SP e da USP.

Soma-se à importância artística do projeto a questão afetiva que permeia a relação da família Buarque de Holanda com o acervo paulistano. “O historiador Sérgio Buarque de Holanda, pai de Chico, dirigiu a instituição por uma década, de 1946 a 1956. Foi ele quem, por exemplo, trouxe obras de arte indígena para a coleção. É um orgulho tê-lo na trajetória do museu e a escolha da música reforça isso”, conta Elaine Brito, assistente da direção do equipamento cultural.

Museu do Ipiranga | foto: José Rosael / Acervo do Museu do Ipiranga

Entrelaçar a história da casa em foco com outras histórias constitui, aliás, o mote do Museu do Ipiranga em Festa, evento que ocorre desde 2017. Em razão da necessidade de distanciamento social, a edição deste ano acontece pela internet. Entre as ações estão: uma série de depoimentos sobre a estrutura arquitetônica da instituição, apresentados com relatos de quem viveu, no local, momentos marcantes; a divulgação de um aplicativo por meio do qual é possível fazer uma visita virtual 3D nos jardins do museu; a transformação de retratos de personagens históricos, de Tiradentes a Maria Quitéria, em filtros do Instagram; sete episódios do podcast Ecos do Ipiranga, todos apresentados pela youtuber Débora Aladim, em que pesquisadores abordam temas como memória e arquitetura.

Reprodução de um dos ambientes da visita virtual 3D do Museu do Ipiranga | foto: divulgação

Além do projeto on-line, outra frente de trabalho continua firme: o processo de reforma do museu. Construído entre 1885 e 1890, o edifício foi concebido, originalmente, para ser um monumento à Independência. Em 1895, tornou-se a sede do Museu do Estado. Em 1963, passou a ser administrado pela USP. Fechado em 2013, e com o restauro iniciado em outubro do ano passado, a expectativa é que seja reaberto em setembro de 2022, mês do bicentenário da Independência do Brasil. “Teremos, praticamente, o dobro de área expositiva, com preocupação para que seja acessível a todos, um verdadeiro espaço de acolhimento”, afirma Elaine. Assim como na canção buarqueana, o intuito é contribuir para a compreensão do passado, fazendo do ontem um instrumento para a concepção do futuro. “Evoé, jovens à vista.”

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