Morreu hoje, 17 de agosto, o poeta, escritor, jornalista, publicitário, jurista, empresário e gestor cultural Jorge da Cunha Lima, aos 90 anos. A causa da morte não foi divulgada.
Formado em jornalismo e direito, Jorge da Cunha Lima contribuiu para o jornal Correio Paulistano, assinando a coluna Janela Indiscreta. Foi diretor do jornal Última Hora, no qual também assinou a coluna Pauliceia Desvairada. Com José Celso Martinez Corrêa, Amir Haddad, Renato Borghi, entre outros, fundou o Teatro Oficina, em 1958.
Ele foi secretário de Comunicação do Estado de São Paulo no governo de Franco Montoro e posteriormente secretário de Cultura, sendo responsável pela implantação das oficinas culturais Oswald de Andrade, pelos sistemas estaduais de museus, arquivos e bibliotecas e pelos processos de tombamento da Pinacoteca do Estado de São Paulo e da área de proteção ambiental da Serra do Mar e Paranapiacaba. Ainda em sua atuação na gestão cultural, foi membro do conselho da Bienal de São Paulo e da diretoria do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Em agosto de 2001, a convite de Milú Villela, assumiu a vice-presidência do Itaú Cultural (IC) e integrou o conselho de administração do instituto, no qual permaneceu até 2018.
“O Brasil perde um intelectual, humanista e gestor de cultura de primeira grandeza. Somos gratos a ele pelo apoio que nos deu na definição de projetos e ações do Itaú Cultural”, diz Eduardo Saron, diretor da instituição.
Foi presidente da TV Gazeta entre 1987 e 1989, onde renovou a programação e criou o TV Mix, programa focado no público jovem, em formato dinâmico e inovador e que revelou grandes nomes da televisão brasileira, como Serginho Groisman, Astrid Fontenelle, Paula Dip, Patrícia Pillar e Marcelo Mansfield.
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Jorge da Cunha presidiu também a Fundação Padre Anchieta entre 1995 e 2004 e, comandando a TV Cultura na época do sucesso de Cocórico e Rá-tim-bum, assegurou o resgate dos direitos da marca deste último programa pela emissora. Com atuação forte em defesa da TV pública, durante sua gestão a TV Cultura recebeu diversos prêmios internacionais, inclusive um Emmy.
Em 1999, fundou a Associação Brasileira das Emissoras Públicas Educativas e Culturais (Abepec), na qual atuou como presidente até 2006.
Publicou os livros de poesia Ensaio geral, Mãos de obra, Véspera de aquarius, Troia canudos e o romance O jovem K.