Morreu em São Paulo, aos 84 anos, o ator, apresentador, diretor de teatro, escritor, músico e poeta Jô Soares. A notícia foi confirmada por sua ex-esposa Flávia Pedras, pelas redes sociais.

Jô Soares começou sua carreira na televisão em 1956, na TV Record. Em 1958 participou do programa Noite de gala, na TV Rio, e passou a escrever para outro programa da emissora, o TV mistério, que contava com grandes nomes em seu elenco, como Tônia Carrero e Paulo Autran.

Trabalhou 62 anos na televisão, como apresentador, roteirista e ator. Entre as produções, destacam-se: Faça humor, não faça guerra (1971-1973), na Rede Globo; Ceará contra 007 (1965), única novela onde atuou, na TV Record; e Praça da Alegria na TV Rio (1956-1967) e posteriormente na Rede Globo (1977-1978). Também foi apresentador do programa Jô Soares onze e meia (1988-1999), no SBT, e do Programa do Jô (2000-2016), na Rede Globo.

Saiba mais sobre a trajetória de Jô Soares na Enciclopédia Itaú Cultural de arte e cultura brasileira.

Na literatura, Jô Soares publicou diversos romances, com destaque para o gênero policial, como O homem que matou Getúlio Vargas (1998), Assassinatos na Academia Brasileira de Letras (2005) e O Xangô de Baker Street (1995). Também é um dos autores das obras de humor A copa que ninguém viu e a que não queremos lembrar (1994), com Roberto Muylaert e Armando Nogueira, e Humor nos tempos do Collor (1992), junto com Millôr Fernandes e Luis Fernando Verissimo. Em 2016, Jô foi eleito para a cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras.

Fotografia colorida do apresentador e escritor Jô Soares durante gravação do Programa do Jô. O apresentador está sentado, falando em um megafone.Jô Soares é um homem branco, de cabelos e barba grisalha e veste terno preto.
(imagem: Roberta Sena Lima)

Ele estreou no teatro com a peça O auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, em 1959. Atuou e dirigiu diversas montagens, como O casamento do Senhor Mississipi, de Friedrich Dürrenmatt; Ricardo III, de William Shakespeare; Os trinta milhões do americano, de Eugène Labiche; Às favas com os escrúpulos, de Juca de Oliveira; e O eclipse, de Jandira Martini. Dirigiu também o espetáculo Brasil da censura à abertura, texto de sua autoria e de Armando Costa, José Luiz Archanjo e Sebastião Nery; no elenco Marília Pêra e Marco Nanini.

No cinema, Jô Soares atuou em aproximadamente 25 filmes, com destaque para O homem do Sputnik (1959), Tudo legal (1960), O Xangô de Baker Street (2001), baseado em seu livro homônimo, e O pai do povo (1976), no qual também atuou como roteirista e diretor.

Grande entusiasta do jazz, Jô também apresentou o programa Jam session, na Nova Eldorado e na Rádio Eldorado entre a década de 1980 e 1990. Como músico, lançou quatro discos, entre álbuns de humor e de jazz.

Na Itaú Cultural play, plataforma de streaming do Itaú Cultural, você pode conferir o filme Amante muito louca, de Denoy Oliveira, que conta com Jô Soares no elenco. 

Fotografia em preto e branco do apresentador e escritor Jô Saores. Na imagem, Jô morde um livro e é possível ver outra marca de mordida no livro, onde falta um pedaço. Jô é um homem branco, de cabelos pretos e curtos.
(imagem: Correio da Manhã/Acervo Arquivo Nacional)
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