por Cassiano Viana

Keila Serruya Sankofa nasceu em 1985, em Manaus, cidade que fica bem no coração da Amazônia. Lá foi criada, vive e trabalha. “Nasci em 1985, mas acredito muito que as experiências da vida não estão ligadas apenas à idade; as vivências e os encontros são essenciais para compreendermos nosso território e estarmos estimulados a produzir diálogos”, define. 

Keila utiliza a fotografia e o audiovisual como ferramentas para promover autoestima e questionar o apagamento de pessoas negras. Atualmente, lança mão do próprio corpo como protagonista de suas obras.

Vestígio de Fogo, de Keila Serruya Sankofa

Com a palavra, Keila Serruya Sankofa:

Não me lembro de minha primeira foto, mas lembro do susto que tomei quando percebi que poderia narrar com a imagem, estática ou em movimento.

Com a fotografia, tenho um leque gigantesco de possibilidades para falar sobre questões que me envolvem e para compartilhar conhecimento. Acredito na palavra, mas também leio através de imagens. Em 2018, encontrei no autorretrato mais uma forma de propor pensamento e contação, e isso modificou todo o meu caminhar de artista da imagem. 

Foto da série Raiz e Patchuli, de Keila Serruya Sankofa
Foto da série Raiz e Patchuli, de Keila Serruya Sankofa
Foto da série Raiz e Patchuli, de Keila Serruya Sankofa

A fotografia é uma possibilidade de narrar em qualquer tempo histórico; através da imagem é possível induzir o pensamento ao passado, ao presente e ao futuro.

Acredito na imagem, mas também acredito em tudo aquilo que sinto; percebo, logo registro. A imagem pode modificar tudo o que quiser, sonho e realidade. É muitas vezes utilizada para indicar ilusões de compra perversas e impalpáveis, mas me movimento nas minhas micropossibilidades e continuo revertendo esse lugar.

Cassiano Viana é editor do site About Light.

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