Qual é a história de sua maior saudade?
Minha avó materna, Maria. Era uma mulher incrível, divertida e iluminada. Foi corajosa e se divorciou do meu avô quando isso ainda era considerado um escândalo. Minha avó teve uma vida muito dura, passou por poucas e boas, mas encontrou na velhice caminhos para ser feliz. Adorava bailes da terceira idade. Uma vez foi eleita rainha da primavera e desfilou em carro aberto na parada de 7 de setembro de Petrópolis (RJ). Tinha vários amigos e adorava namorar. Vaidosa, estava sempre penteada, com as unhas vermelhas. Era cheirosa e não dispensava um cinto para marcar a cintura. Éramos bem próximas e quando adoeceu estive do lado dela no hospital em seus últimos momentos. Eu a amava muito e sempre penso nela nas minhas estreias ou quando conquisto alguma coisa. Ela não chegou a ver minha carreira florescer... Não conheceu meus filhos... Eu sinto uma saudade enorme dela.
O que a emociona em seu dia a dia?
Além de me emocionar com obras de arte que pesquiso, assisto, leio e ouço, eu me emociono com as pessoas. Meus melhores amigos, Camilo e Bruno, e nossas conversas por vídeo me enchem de amor. Acima de tudo, ver meus filhos crescer, conquistar independências, desenvolver personalidades e afetos me emociona profundamente.
Como você se imagina no amanhã?
Tenho vontade de envelhecer ainda trabalhando, escrevendo, atuando, observando a vida a partir das novas lentes que a maturidade vai fornecendo.
Quem é Karine Teles?
Uma mulher comum, cheia de sonhos. Extremamente apaixonada pelo seu trabalho e pelos seus filhos.
Um Certo Alguém
Em Um Certo Alguém, coluna mantida pela redação do Itaú Cultural (IC), artistas e agentes de diferentes áreas de expressão são convidados a compartilhar pensamentos e desejos sobre tempos passados, presentes e futuros.
Os textos dos entrevistados são autorais e não refletem as opiniões institucionais.