>>ATENÇÃO<<

Perder a imagem, instalação de Tiganá Santana, está fechada em razão de problemas técnicos. A obra reabre para visitação do público em 24 de janeiro,  terça-feira, após o conserto necessário.

 

Deixar o que se vê de lado e sentir de outras formas – pela audição, pelo tato, por outros sentidos. Esse é o mote de Perder a imagem, instalação criada pelo músico, pesquisador e poeta Tiganá Santana e inspirada nas ideias da historiadora Beatriz Nascimento – que, em 2022, faria 80 anos. Com abertura no dia 10 de dezembro, às 15 horas, essa experiência imersiva será proporcionada no Itaú Cultural (IC), em São Paulo, até 12 de fevereiro de 2023.

Perder a imagem mobiliza o corpo dos visitantes por meio de um espaço imersivo – em que ele é convidado ao relaxamento – e de uma trilha sonora com uma variedade de timbres, melodias e harmonias. De acordo com Tiganá, essa composição foi inspirada na sentença congo Wa i mona, que significa “ouvir é ver”.

Já o conceito que dá nome e forma à instalação foi proposto por Beatriz para expressar a vida dos escravizados no Brasil. No filme Ôrí, roteirizado por ela, ela diz:

Na medida em que havia um intercâmbio entre mercadores e africanos, chefes, mercadores também, havia uma relação escravo/escravo como também de intercâmbio, uma change. Essa troca era do nível do soul, da alma, do homem escravo. Ele troca com o outro a experiência do sofrer. A experiência da perda da imagem. A experiência do exílio.

Homem negro está sentado de pernas cruzadas, assim como os braços também cruzados sobre as pernas, com a expressão séria. Ele tem o cabelo raspado bem baixo, e usa camiseta preta e calça branca. O espaço onde ele está tem paredes escuras e uma iluminação avermelhada.
"Perder a imagem" é uma instalação criada pelo músico, pesquisador e poeta Tiganá Santana e inspirada nas ideias da historiadora Beatriz Nascimento (imagem: André Seiti/Itaú Cultural)

A visitação acontecerá em sessões de 20 minutos, durante as quais serão permitidas 15 pessoas no espaço. É recomendado aos visitantes que retirem o sapato. Adverte-se também que a água usada na obra é regularmente tratada.

Nascida em 1942, Beatriz Nascimento foi graduada e pós-graduada em história, tendo se dedicado à pesquisa, ao debate público e ao ativismo. Orientada pelo pensador Muniz Sodré, iniciou um mestrado em comunicação social. Sua trajetória foi interrompida por um feminicídio, cometido em 1995 pelo marido de uma amiga a quem ela defendera de abuso. Duas antologias apresentam seu trabalho: Todas (as) distâncias: poemas, aforismos e ensaios de Beatriz Nascimento (2015) e Uma história feita por mãos negras (2021). Há também a biografia Eu sou atlântica – sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento, de Alex Ratts. Saiba mais na Enciclopédia Itaú Cultural de arte e cultura brasileira.

Tiganá Santana tem quatro álbuns: Maçalê (2010), The Invention of Colour (2013), Tempo & magma (2015) e Vida-código (2019/2020) – disponíveis para audição em seu site. Sua obra musical se destaca pela busca de referências de matriz africana, dos sons às letras – é o primeiro no Brasil a compor em línguas do continente. Saiba mais na Enciclopédia.

Perder a imagem
instalação de Tiganá Santana
de sábado 10 de dezembro a domingo 12 de fevereiro de 2023

Visitação
terça a sábado, das 11h às 20h
domingos e feriados, das 11h às 19h

Cada sessão dura 20 minutos
15 pessoas permitidas no espaço

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