Classificação indicativa: Livre
 

O grupo Höröyá – formado por instrumentistas do Brasil e de Senegal – sobe ao palco do Auditório Ibirapuera para fazer o show de lançamento de Pan Bras’Afree’Ke Vol. 2, o terceiro disco da carreira. O percussionista Gabi Guedes, da Orkestra Rumpilezz, participa do espetáculo.

Gravado em São Paulo, Bamako (Mali) e Bobo-Dioulasso (Burkina Faso), o álbum – composto de groove, samba, afrobeat, candomblé, funk e jazz – apresenta uma pesquisa profunda de ritmos e linguagens afro-brasileiras e traça um panorama da musicalidade das matrizes africanas e da diáspora negra. O mestre de percussão Famoudou Konate, que fez sua estreia como convidado especial em um disco aos 78 anos de idade, tocou djembe e dununs ao lado do grupo em uma faixa do trabalho.

André Piruka, fundador, compositor, músico e arranjador do Höröyá – surgido na cidade de São Paulo, em 2015 –, explica que no grupo a música nasce na percussão. A sonoridade, que faz uma interação criativa entre África e Brasil, contempla instrumentos tradicionais africanos, como ngoni, dunun, djembe, balafon, krin, sabar e tama, que soam em conjunto com atabaques, berimbaus, cuícas, guitarras, saxofones, trombones, trompetes e baixo.

“Fazemos parte de terreiro de umbanda, de candomblé, da capoeira, da chamada cultura popular e afro-brasileira. Dentro desse caminho, fui me aproximando do pessoal de Guiné, Mali, Senegal e Burkina Faso, com quem toco há 15 anos. Faço projetos por lá e recebo pessoas aqui, inclusive imigrantes, para trabalhar, criar e aprender junto. No Höröyá, não reproduzimos a cultura de ninguém. Fazemos uma mistura, uma interação entre África e Brasil, sem pegar ritmos tradicionais de nenhum dos lados. Nossos ritmos são todos criados, às vezes até mesmo com os mestres. Tanto que, quando escutam, eles falam que não é nem música africana nem ocidental”, explica. “Minha entrada nessa cultura se deu em 2008 quando comecei a trabalhar com Bangaly Konate, que fez parte do Höröyá por muitos anos e é filho do grande mestre de percussão Famoudou Konate.”

Segundo o instrumentista, o nome do disco – Pan Bras’Afree’Ke – é uma brincadeira com as palavras e todas as composições que o integram também fazem esse jogo, refletindo um pouco da essência do grupo, da história do caminho de vida dos seus músicos e da própria musicalidade do Höröyá.

“O nome do disco significa algo como ‘antigas, novas e possíveis tradições’. O conceito vem do Pan- Africanismo, importante movimento sociopolítico e cultural. E tudo isso acaba sendo, mais ou menos, o significado da própria história do Höröyá”, explica André Piruka. “O pensar o tradicional no moderno quando, por exemplo, tocamos o cello (instrumento de Jaques Morelenbaum) com o ngoni (fundamental na cultura africana, mas pouco conhecido no Brasil) e os juntamos ao berimbau. Essas misturas e proposições formam a nossa musicalidade”, diz. “Fazemos parte desta cultura viva no Brasil. Não somos africanos. Sou paulista, brasileiro, branco, inclusive. Mas, ao meu ver, é necessário você conviver e aprender com outras culturas, mas sem copiá-las; criando novas possibilidades.”

Höröyá 
sábado 30 de março de 2019
às 21h
[duração aproximada: 80 minutos] 

ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada)

[livre para todos os públicos]

abertura da casa: 90 minutos antes do espetáculo.

Os ingressos podem ser adquiridos pelo site Ingresso Rápido e em seus pontos de venda a partir das 13h do dia 15 de março. Também estão à venda na bilheteria do Auditório Ibirapuera, nos seguintes horários:
sexta e sábado das 13h às 22h
domingo das 13h às 20h

 

 

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