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Depois de passar por Teresina e Salvador, a Balada Literária 2019 chega a São Paulo com uma série de atrações em diversos endereços da cidade (clique aqui para consultar a programação). O Auditório Ibirapuera será palco do encerramento do evento, que neste ano está na 14a edição e homenageia o educador, pedagogo, filósofo, professor e escritor pernambucano Paulo Freire (1921-1997).

Na ocasião, Carlinhos Antunes e Mundanos Afora – projeto formado por músicos brasileiros, imigrantes e refugiados de diferentes partes do mundo – sobem ao palco da casa para um show que traz temas próprios do artista e dos músicos-artistas que integram essas culturas, num diálogo entre a música brasileira e a de povos diversos. A apresentação tem a participação especial da cantora Fabiana Cozza.

“É minha primeira vez na Balada Literária. Fiquei muito honrado com o convite de Marcelino Freire e em ter Fabiana Cozza participando”, fala Carlinhos Antunes. “Para este show, chamei pessoas que já trabalham comigo, alguns músicos da Mundana Refugi – orquestra da qual sou diretor artístico e musical –, e montamos o projeto Mundanos Afora, que tem um repertório mais popular e com mais elementos da música brasileira”, explica. “Além de composições do Congo, do Irã e da Guiné-Conacri, vamos tocar “Pipoca Moderna” para homenagear o senhor Sebastião Biano, membro da formação original da Banda de Pífanos de Caruaru, e músicas de Jackson do Pandeiro”.

“Fabiana Cozza participa desde a primeira Balada Literária. Eu estava pensando o que ela faria neste ano, quando Carlinhos Antunes sugeriu que ela fosse a convidada do show com o Mundanos Afora”, conta Marcelino Freire, criador e curador da Balada Literária. “A participação deles tem muito a ver com Paulo Freire, com essas falas desses filhos e filhas da mesma língua e da mesma inquietação, que têm os mesmos direitos à terra, à liberdade, à moradia, ao afeto – e não ao ódio. Vai ser um show muito bonito, porque Fabiana também transita por esses assuntos. Além de ‘baladeira mor’, ela é paulofreireana por natureza. Já Carlinhos Antunes teve convivência direta com Paulo Freire assim que ele voltou do exílio. À época, Carlinhos era secretário de Cultura de Diadema e convidou Paulo para ajudar no processo de alfabetização de adultos daquela cidade.”

Marcelino acrescenta que Paulo Freire não estava em seus planos originais como candidato a receber a homenagem do evento em 2019 (os nomes são sempre anunciados com um ano de antecedência), mas que o momento político-social vigente em 2018 fez com que o educador se tornasse sua principal opção, já que era preciso abraçá-lo – assim como suas ideias e seu legado. Por meio da figura de Paulo Freire, a Balada Literária também celebraria todos os mestres de nosso país.

A novidade desta edição do evento, segundo seu curador, é que todas as atrações serão abertas por mediadores de leituras, vindos de diferentes partes do Brasil. “São 90 pessoas que cuidam de bibliotecas em comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas. Tudo a ver com Paulo Freire, já que eles também levam a leitura, a literatura e o conhecimento para lugares muito afastados”, explica Marcelino. “Neste ano a Balada vem abraçar Paulo Freire, essa figura que respeitava muito a individualidade, o aprendizado a partir do lugar, do lugar de fala e de reconhecimento do sujeito. E o Auditório vai ser o palco de encerramento dessa grande festa, resumindo aquilo que celebraremos durante todo o evento.”

Balada Literária [com interpretação em Libras]
domingo 8 de setembro de 2019
às 19h
[duração aproximada: 75 minutos]

Entrada gratuita [os ingressos serão distribuídos na bilheteria do Auditório, uma hora e meia antes da apresentação. Limite de dois ingressos por pessoa. Sujeito à lotação da casa.]

[livre para todos os públicos]

abertura da casa: 90 minutos antes do espetáculo

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