Painel 1: Encontro de Nações
Mediador: Paul Heritage
Alexandre Colliex, Centre Pompidou (Paris, França)
Sara Hallat, Fordsburg Artists Studios (Bag Factory) (Joanesburgo, África do Sul)
Elisabet Pueyo, Museu Nacional d´Art de Catalunya (Barcelona, Espanha)
Marcelo Velloso, chefe representantante do MinC RJ e ES (Brasil)
Após uma breve mesa inaugural, em que foram apresentados os participantes, o evento Cultura na Rede, promovido pelo Itaú Cultural em parceria com a Fundação Roberto Marinho, teve início.
No painel Encontro de Nações, o mediador Paul Heritage pôs em pauta questões importantes sobre a Copa do Mundo no Brasil em 2014. Entre elas: como possibilitar a interação entre ONGs, governos e instituições culturais públicas e privadas.
Representando Jeanine Pires (MinC) Marcello Veloso enfatizou a importância do legado cultural – um dos principais temas do evento. "O grande foco é como podemos aproveitar o potencial desses grandes eventos e fortalecer as instituições e manifestações artísticas", afirmou ele, anunciando as três frentes do governo: o legado, a infraestrutura e o apoio.
Sara Hallat (ONG Fordsburg Art Studios - produtora das cerimônias de abertura e de encerramento da Copa do Mundo de 2010), iniciou seu discurso abordando a importâncias das parcerias entre governos e empresas. E, ao mostrar um vídeo da cerimônia de encerramento na África do Sul, lembrou da importância de se apresentar a diversidade cultural sem perder o foco maior: o futebol. Sara frisou ainda as iniciativas que envolvem a comunidade local no evento e ressaltou a necessidade de popularizar a cultura. "É preciso saber quem vai consumir esta cultura e como", encerrou.
Elisabet Pueyo (Museu Nacional d'Art de Catalunya) lembrou que a Olimpíada realizada na cidade em 1992 trouxe oportunidades que alavancaram o turismo local, passando de 1,7 milhão de visitantes em 1992 para 7,5 milhões no ano passado. Segundo ela, é preciso pensar o marketing como estratégia de negócios. O Museu Nacional d'Art de Catalunya, por exemplo, foi sede de eventos protocolares durante os jogos e se tornou um centro de outras atividades que envolvem o espaço artístico. Destacou também a integração de ferramentas digitais.
Estar alinhado às novas tecnologias foi o mote de Alexandre Colliex (Centre Pompidou, de Paris). Aplicativos como o Mobile Pompidou são, para ele, de extrema importância nesta nova era digital. "Podemos levar o museu àqueles que nunca irão", sublinhou.
O Centre Pompidou, lembrou Colliex, tem trabalhado com parcerias com museus de outros países para globalizar seu acervo e levar as obras a diferentes continentes do mundo. O Brasil está na mira dos franceses, que pretendem aplicar no país modelos semelhantes.
Ele também apontou como necessidade agregar outras linguagens artísticas ao museu. "O Pompidou não é só um museu, é também a maior biblioteca pública da França e com espaços para música, cinema e simpósios", destacou. Um museu de artes visuais no século XXI, disse o francês, é o que foram as bibliotecas no começo do século passado.
Coube a Marcelo Araújo (Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo) encerrar a mesa fazendo um balanço das experiências internacionais citadas.