Andrea Tonacci, Aroeira Filmes e Associação Filmes de Quintal
Preservação e difusão
São Paulo/SP
O projeto propõe a digitalização de parte do acervo do cineasta Andrea Tonacci. A produtora Aroeira Filmes, em parceria com a Associação Filmes de Quintal, recupera, ao lado de Tonacci, os registros de comunidades indígenas feitos pelo diretor em 1979 e 1980 em regiões dos Estados Unidos, do México, da Guatemala, do Peru e do Brasil.
Nesse período, Tonacci tentou compor uma história do continente americano a partir da perspectiva de seus povos originários. Ele apresentava o ato de filmar aos índios, deixando que o processo de gravação fosse observado e exibindo esse material – imagens neutras, sem narrativa – em um monitor de TV. Com a familiaridade estabelecida, os nativos passavam a se interessar pelas filmagens, pedir para ser entrevistados e definir pautas. Alguns chegaram a aprender técnicas de câmera. Além disso, o diretor mostrava a uma comunidade cenas feitas em outra – o que permitia a eles reconhecer seus traços comuns.
As 25 horas de conteúdo gravado nessa viagem ficaram inacessíveis por 35 anos. O formato de vídeo usado pelo diretor se tornou obsoleto, de modo que ele não teve como trabalhar com as fitas. Com a ajuda de um laboratório especializado, foi possível limpar, recuperar e digitalizar o material.
Os registros serão depositados na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, e estarão disponíveis para pesquisa. O projeto prevê, para 2016, uma mostra e um seminário, a ser realizados em Belo Horizonte (MG).