Dando sequência ao post anterior, vamos agora pensar em como lidar com nossa própria imagem.
Quando nos pedem para sermos fotografados, nós nos preparamos, olhamos para a objetiva da câmera, esboçamos um sorriso, procuramos parar em uma pose esperando uma imagem final determinada. Temos ideia de como nos comportar diante da câmera, pois já fizemos isso muitas vezes.
Roland Barthes comenta no seu livro A Câmara Clara que temos uma consciência sobre nossa imagem fotográfica:
“Pode ocorrer que eu seja olhado sem que eu saiba, e disso eu não posso falar, já que decidi tomar como guia a consciência de minha comoção. Mas com muita frequência (realmente muita, em minha opinião) fui fotografado sabendo disso. Ora, a partir do momento que me sinto olhado pela objetiva, tudo muda: ponho-me a ‘posar’, fabrico-me instantaneamente um outro corpo, metamorfoseio-me antecipadamente em imagem.”
Que tal trabalhar alguns exercícios em sala de aula que experimentem a pose na fotografia?
Você pode pedir aos alunos que posem de maneiras diferentes – como em uma foto 3x4 feita para um documento ou de maneira mais descontraída, de corpo inteiro ou sentados. Comparem os resultados e conversem depois sobre como se posicionaram nas três fotos e como a expressão corporal se difere em cada uma.
Se quiser trabalhar o conceito de identidade, os alunos podem vestir uma fantasia e posar conforme o seu personagem. Depois, experimentem ser fotografados com as fantasias, mas agora sem posar como personagem. Converse com os alunos sobre as diferenças nas duas versões das fotos e o que isso implica na interpretação da imagem.