O projeto Quebras convida os artistas de João Pessoa a participarem de oficina literária
20/02/2015 - 17:25
Depois de Campo Grande e Goiânia, o escritor pernambucano Marcelino Freire, junto a Jorge Filholini, seu companheiro de estrada e autor do blog Livre Opinião (http://livreopiniao.com/), se prepara para mais uma descoberta poética, agora em João Pessoa, Paraíba. Entre os dias 23 e 25, o Espaço Cultural José Lins do Rego recebe a dupla para uma oficina de criação literária, que compõe o projeto Quebras, contemplado pelo programa Rumos Itaú Cultural.
Para participar dos dois primeiros dias é necessária a inscrição prévia pelo e-mail todasasquebras@gmail.com. A duração é de três horas (das 14h às 18h). O último dia é aberto ao público, com a apresentação de uma festa-recital em que todos os que participaram mostram ao público o que produziram. Mas não só: “Também são convidados artistas, aqueles que não conseguiram estar com a gente durante a oficina. Sem contar o público, que pode soltar o verbo. Com tudo isso farei um mapeamento, na verdade, de energias”, avisa Freire.
Com o intuito de descobrir escritores e os diferentes tipos de literatura criados em várias cidades do país, o projeto já passou por Teresina, Belém, Vitória, São Luís, Campo Grande e Goiânia. Depois de João Pessoa, seguirá para Rio Branco, Maceió, Macapá, Manaus, Cuiabá, Porto Velho, Boa Vista, Aracaju e Palmas, em datas a confirmar. Em cada uma delas, um poeta ou escritor local é o convidado especial. “Cada cidade traz uma emoção especial, uma experiência nova”, afirma Freire. “É misturar, se irmanar e ver no que dá. Sempre dá certo, muito além do que possamos imaginar.”
Filholini, que antes da viagem com o projeto não conhecia as duas últimas cidades, revelou que será, também, a sua primeira vez em João Pessoa. “Eu ainda gosto de ser surpreendido com o calor da hora. Presenciar uma intervenção ou um texto que puxe lá dentro a inquietação literária”, fala. “Com o Quebras está sedo sempre isso, o que é maravilhoso.” Segundo ele, as inscrições já bateram recorde de público, com 60 pessoas interessadas na oficina. “Com certeza seremos muito bem recebidos por lá.”
Sobre Campo Grande, contam que encontraram muitos escritores talentosos com o desejo de palavrear o sentimento e a percepção de mundo. “Eles estão elaborando estilos originais, sem ficar à sombra de Manoel de Barros, apesar de ele ter sido um grande influenciador e ter dado impulso para esses novos textos”, contam Feire e Filholini. O processo de criar e debater literatura levado à cidade agradou os artistas, que decidiram continuar se encontrando uma vez por mês no mesmo local. Já em Goiânia, a música juntou-se à poesia com a participação da banda Chá de Gim, que levou ao Grande Hotel Goiânia letras que misturam a vida urbana com amores modernos, diversificadas e bem compostas.
As cidades visitadas e experiências adquiridas com os artistas locais podem ser acompanhadas pelo site http://www.quebras.com.br e, ainda neste ano, pelo livro que será lançado como resultado de toda essa aventura. “Sou outro artista a partir do contato com cada cidade, meus parágrafos não serão mais os mesmos”, afirma Freire. “Meu ouvido mudou, meu coração se abriu mais, meu olhar ganhou outros horizontes.”
A oficina em João Pessoa
Ela segue o mesmo padrão das anteriores, apesar de, segundo Freire, cada uma ganhar uma dinâmica diferente, comandada por cada participante. “Por meio de exercícios e leitura, discutimos a concisão na literatura, como enxugar um texto, trabalhar uma narrativa, organizar um livro de contos, um livro de poesias, entre outras coisas”, explica. O encontro é aberto a todos os gêneros literários e pulsações.
“A oficina é aquilo que chego oferecendo, trocando com cada cidade”, conta Marcelino. “Lá, a gente faz amigos, acentua afinidades, provoca reflexões e é provocado. É só um comecinho de conversa, uma ponta de uma vasta estrada”, continua para, como bom escritor, concluir: “A partir dali, vou pegando esquinas, picadas, outros movimentos em volta. Irei a saraus, festas, o que eu sentir a cada deslumbramento, descoberta”.
Rumos 2013-2014
Com 18 anos de estrada, o Rumos Itaú Cultural é o principal programa de apoio à produção cultural do Brasil e uma das mais longevas plataformas de incentivo do país. Entrou no ano passado consolidando uma nova fase do seu ciclo de renovação anunciado em 2013 quando abandou o formato tradicional de patrocínio praticado no país – baseado em regras definidas pela instituição e limitação a áreas de expressão estanques – para apostar em um modelo aberto em que artistas, produtores e pesquisadores definem as regras do jogo com o patrocinador, tem agora sua primeira leva de contemplados.
Este formato trouxe novos ares e maior abrangência ao programa. Além de patrocinar projetos tradicionais, que resultarão em uma obra a ser exposta ao público, como ocorria nos editais anteriores, o Rumos ganhou nova dimensão e tem entre os selecionados uma extensa e variada gama de experimentos e iniciativas que incluem pesquisa, organização de residências e seminários, circulação de repertório, documentação, desenvolvimento de plataformas e softwares, entre outras propostas.
Depois de um profundo processo de análise, a comissão multidisciplinar de 19 nomes emblemáticos da cena cultural brasileira, constituída pelo Instituto para se debruçar sobre a revitalização do programa e a análise de 15.120 projetos inscritos no edital de 2013, chegou à lista de 104 trabalhos que irão receber apoio do Instituto.
“O Rumos veio realizar um sonho meu, antigo, de me irmanar ainda mais, de celebrar a literatura em conjunto, de conhecer outros guerreiros que estão, distantes e país afora, colocando a palavra literária, artística, teimosamente de pé. Essa viagem é de troca de ideias, de energias”, diz Marcelino Freire. “Nosso país é imenso, e o Rumos, nesse caso, está nos ajudando a encurtar esses laços. Queremos descobrir "Quebrasil" é este que, cada um, com sua arte, está querendo redescobrir, reinventar.”
SERVIÇO
Quebras – João Pessoa
Com o escritor Marcelino Freire
23 a 25 de fevereiro, das 14h às 18h (para inscritos gratuitamente via e-mail:
Encerramento aberto ao público, com o recital Todas as Quebras
Entrada franca
Local: Espaço Cultural José Lins do Rego
Rua Abdias Gomes de Almeida, 800, sede da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (FUNESC), sala 4, mezanino 2, rampa 1
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