Patrimônio Vivo de Pernambuco (título conquistado em 2011), o cantador, repentista, coquista e embolador Tomaz de Aquino Leão, o Mestre Galo Preto, comemorou aos 82 anos – 72 de carreira – o lançamento de seu primeiro registro fonográfico: Histórias que Andei. O artista foi contemplado pelo programa Rumos Itaú Cultural 2015-2016 e seu projeto consistiu na gravação do CD, lançado em dezembro de 2016 no Recife e em São Paulo. Na capital paulista, o show foi realizado na sede do Itaú Cultural. O processo de criação do músico foi registrado em vídeo, que pode ser visto neste post.

O álbum, homônimo ao nome do projeto, tem 12 faixas, que falam sobre acontecimentos da vida e do cotidiano do pernambucano em ritmos como embolada, samba e coco, com os quais se tornou mestre. A produção executiva é de Hugo Nascimento e a direção musical é do próprio Galo Preto. Com mais de 300 músicas escritas em seu acervo pessoal, Histórias que Andei contribui para o registro da memória musical do artista, bem como para a perpetuação e preservação dos valores e riquezas da cultura popular brasileira por meio de um dos compositores e intérpretes mais antigos no gênero. O CD apresenta músicas como A Pinta, Bate o Pandeiro, Boi Ladrão, Coco de Mandinga, Recife, Olinda e Pernambucana.

Nascido no Quilombo Rainha Isabel, na cidade de Bom Conselho de Papacaças – localizada no agreste pernambucano –, Galo Preto foi descoberto aos 12 anos pelo poeta Ascenso Ferreira. Por intermédio dele, foi cantar na Rádio Clube de Pernambuco. Durante sua carreira, participou de programas populares da TV nacional, como o do Chacrinha, Som Brasil e Flávio Cavalcanti, nas décadas de 1970 e 1980. Entre as parcerias da estrada, já trabalhou com Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Cauby Peixoto, Arlindo dos Oito Baixos e Jacinto Silva.

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Assista também à entrevista concedida por ele para a Série +70

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