Prestes a completar 370 anos, o livro Historia Naturalis Brasiliae (História Natural do Brasil, em português) é um dos itens mais importantes da Coleção Brasiliana Itaú. Publicado em 1648, é a primeira enciclopédia da fauna e da flora brasileiras e, até a década de 1820, um dos únicos estudos nesse sentido. A edição exposta no Espaço Olavo Setubal, na sede do Itaú Cultural, em São Paulo, é ainda mais especial: apenas seis exemplares tiveram as suas ilustrações coloridas à mão, com aquarela. Todas estão no exterior, com exceção da que está disponível no nosso museu.

A imagem mostra duas das páginas do livro. O texto está escrito em latim. Em uma das páginas há o desenho de um tato; na outra há o desenho de um ouriço. Os dois desenhos estão coloridos com aquarela.
Páginas do livro História Natural do Brasil

A História Natural do Brasil foi produzida pelo médico e naturalista holandês Willem Piso (1611-1678) e pelo matemático e naturalista alemão George Marcgraf (1610-1644). Ambos contaram com o apoio de Maurício de Nassau (1604-1679), que governou o território brasileiro dominado pela Holanda de 1637 a 1644. Do fim da década de 1630 até meados da década de 1640, os dois cientistas realizaram expedições no que hoje são Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, colecionando, descrevendo e desenhando plantas e animais.

Impresso pela prestigiosa casa editorial Elzevier, de Amsterdã – que publicou pensadores como Galileu, Pascal e Erasmo –, o livro abrange mais de 700 espécies de fauna e flora e 533 ilustrações em preto e branco. As edições coloridas foram feitas a pedido de Nassau, com o objetivo de presentear pessoas ilustres à época. Tem duas partes: a primeira trata de doenças e tratamentos, venenos e antídotos; a segunda, de zoologia e botânica propriamente ditas. O livro pode ser visualizado na íntegra no archive.org.

No Espaço Olavo Setubal, a obra está exposta na vitrine e algumas das suas páginas são exibidas em quatro televisores. Venha conhecê-la, além do restante do nosso acervo!

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