O Doce Avanço da Faca - Petter Baiestorff - Cinema de Bordas (trecho)
30/08/2012 - 10:17
Petter Baiestorf, por Lúcio Piedade
Natural de Palmitos (SC), Petter Baiestorf fundou, em 1991, a Canibal Produções. Com uma câmera emprestada, rodou Criaturas Hediondas (1993), o primeiro de uma série de filmes seus marcados pelo trash e pelo grotesco. Realizou O Monstro Legume do Espaço (1995) e, em parceria com César Souza (Canibal-Mabuse Produções), Eles Comem Sua Carne (1995), Blerghhh! (1997) e os polêmicos Gore-Gore Gays e Sacanagens Bestiais dos Arcanjos Fálicos (1998). Em 1999, lançou Zombio, uma homenagem aos zumbis italianos. Em 2001, dirigiu o violento Raiva: Rage-o-rama (2001). Ninguém Deve Morrer (2009) é resultado da fase iniciada com o filme experimental Palhaço Triste (2005). Em parceria com o cineasta Gurcius Gewdner realizou O Monstro Legume do Espaço 2 (2006), A Curtição do Avacalho (2006), Arrombada: Vou Mijar na Porra do seu Túmulo (2007) e Vadias do Sexo Sangrento (2008). No recente O Doce Avanço da Faca (2010), curta-metragem gore feminista (de acordo com o próprio realizador), a apropriação do universo do cinema (s)exploitation dos anos 1970 e 1980 é a tônica dominante. Nele, Baiestorf destila seu veneno com bastante ironia contra desafetos habituais: a intolerância e o maniqueísmo religioso e o atraso cultural interiorano.
O Doce Avanço da Faca (2010), "curta metragem gore feminista", como descreve o diretor, conta a trágica história de um desenhista de histórias em quadrinhos pornôs (Coffin Souza) e sua musa Ana Clara (Gisele Ferran), aspirante a poetisa com invejável apetite sexual. O casal, ao fixar moradia em atrasada localidade campestre, desperta a fúriade um grupo de fanáticos religiosos.