Mário de Andrade e os Parques Infantis
publicado em:
07/02/2014 - 11:24
No dia 12 de fevereiro será lançado o livro Mário de Andrade e os Parques Infantis, às 20h, no Centro Cultural São Paulo (CCSP). A publicação aborda um dos projetos de Mário de Andrade – escritor, poeta, pesquisador e gestor cultural – como diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo, órgão anterior à criação da atual Secretaria de Cultura. Os parques infantis eram voltados para os filhos dos trabalhadores, complementares à educação formal e de caráter inovador.
Nesse dia, ocorrem palestras em torno das políticas culturais postas em prática por Mário. Participam dela o historiador Walter Lowande, as antropólogas Luísa Valentini e Silvana Rubino e o arquiteto João Sodré. Na aba Programação, conheça a descrição dos debates e as biografias dos participantes.
O lançamento faz parte da Ocupação Mário de Andrade, exposição que esteve no Itaú Cultural e agora é apresentada no CCSP. A mostra foca a gestão cultural feita por Mário e sua influência sobre a democratização do acesso aos bens simbólicos e à preservação do folclore e do patrimônio histórico.
Conheça o hotsite desta Ocupação, com parte do material exposto – fotografias e registros em áudio da cultura popular, além de outros atrativos – e conteúdo exclusivo.
Lançamento: Mário de Andrade e os Parques Infantis
quarta 12 de fevereiro
às 20h
Entrada franca
12/02/2014 QUARTA-FEIRA - 20h às 20h
O Início da Política Cultural no Brasil
Silvana Rubino
É bacharel em ciências sociais pela USP, mestra em antropologia social e doutora em ciências sociais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atualmente, é professora do Departamento de História da Unicamp e também no curso de graduação em arquitetura e urbanismo. Realizou estágio pós-doutoral na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), em Paris. Tem experiência nas áreas de antropologia urbana, história intelectual e história da arquitetura moderna. É uma das fundadoras do Comitê Brasileiro do Patrimônio Industrial e pesquisadora do projeto temático Saberes Eruditos e Técnicos na Configuração e Reconfiguração do Espaço Urbano do Estado de São Paulo, Séculos XIX e XX – projeto que reúne a Unicamp, a PUC-Campinas, a Universidade Estadual Paulista (Unesp), Bauru e a Scuola Studi Avanzati de Veneza.
12/02/2014 QUARTA-FEIRA - 20h às 20h
Das Viagens Técnicas à Expedição Etnográfica: Mário de Andrade, o Patrimônio e a Missão
Nos anos em que esteve à frente do Departamento de Cultura e da seção regional do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), o escritor Mário de Andrade realizou algumas viagens técnicas pelos arredores de São Paulo com o intuito de mapear os bens paulistas passíveis de tombamento pelo SPHAN. Paralelamente a essas pesquisas iniciais, idealizou a Missão de Pesquisas Folclóricas – expedição enviada ao Norte e Nordeste do Brasil em 1938 que deveria registrar e documentar o maior número possível de manifestações populares nas cidades percorridas. E nas duas ocasiões contou com a colaboração decisiva do engenheiro e arquiteto Luiz Saia – a relação dos dois será explorada na apresentação.
João Sodré
É arquiteto e mestre pela USP com a dissertação “Arquitetura e Viagens de Formação pelo Brasil, 1938-1962”. Atualmente desenvolve pesquisa de doutorado na mesma instituição e é professor de história da arquitetura no Centro Universitário Senac.
12/02/2014 QUARTA-FEIRA - 20h às 20h
Uma Ciência da Cultura: o Projeto da Sociedade de Etnografia e Folclore
A Sociedade de Etnografia e Folclore (1937-1939), projeto concebido no seio do Departamento de Cultura com a participação fundamental de Claude Lévi-Strauss e sua então esposa, Dina Dreyfus, foi uma iniciativa fundamental no estabelecimento de instituições científicas dedicadas à cultura no Brasil. Acompanhando o delineamento desse projeto nos arquivos disponíveis no Centro Cultural São Paulo e nos arquivos do próprio Mário de Andrade depositados no Instituto de Estudos Brasileiros da USP, é possível observar os caminhos e percalços de um grupo heterogêneo de pesquisadores em seus esforços para construir uma instituição de referência para a compreensão da cultura brasileira e de suas dinâmicas.
Luísa Valentini
É mestra em antropologia social pela Universidade de São Paulo (USP) e autora do livro Um Laboratório de Antropologia: o Encontro entre Mário de Andrade, Dina Dreyfus e Claude Lévi-Strauss (1937-1939) (Alameda Editorial, 2013).
12/02/2014 QUARTA-FEIRA - 20h às 20h
Caráter Nacional
A ampla ação intelectual de Mário de Andrade gravitou em torno da definição de um caráter nacional. Essa foi, na verdade, uma busca que colocou em conflito uma série de projetos de modernização nacional em todo o Brasil, sobretudo a partir das décadas de 1920 e 1930, quando a estrutura de poder no país sofre significativas modificações. A intelectualidade paulista, em estreita ligação com o poder político e econômico de sua região geográfica e cultural, lançou-se com afinco em direção a essa disputa. Desse modo, as redes de instituições e pessoas polarizadas ao redor da figura de Mário tiveram como principal desafio construir uma ideia de nação na qual o estado de São Paulo aparecesse de forma destacada. O intuito é trazer elementos para pensar como a atuação de Mário em instituições como o Departamento de Cultura e o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional contribuiu com esse projeto específico de modernização nacional, ao passo que também ajudava a criar uma identidade para o intelectual brasileiro e, mais especificamente, paulista.
Walter Lowande
É doutorando em história pela Unicamp e bolsista do CNPq. Atua na área de história intelectual, com ênfase nas ações relacionadas com o patrimônio cultural brasileiro.